Esther, uma garota de 16 anos mora com a sua irmã mais nova, Alice de 8 anos e a sua mãe, Fernanda.
Após sete anos da morte de seu pai, sua mãe decide mudar para uma cidadezinha para conseguir trabalhar um pouco menos e passar tempo com as filha...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ouço passos e logo vejo Esther parada em frente a porta.
Corro para me cobrir com os lençóis na tentativa de esconder as cicatrizes.
Sei que ela já viu milhares de vezes, mas isso ainda mexe comigo.
- Não está sentindo calor? - Ela se senta na poltrona do lado oposto do quarto.
Ela me encara e percebo que os lençóis são transparentes demais para cobrir as cicatrizes.
- Não precisa ter vergonha disso, meu amor. Você é lindo de qualquer jeito.
Dou um sorriso.
- Me desculpe por hoje mais cedo.
Ela retribui o meu sorriso.
- Não foi nada.
Respiro fundo e crio coragem para lhe perguntar o que devo, mas ela fala primeiro.
- Por que está sem camisa? Você não gosta de ficar assim.
- Um dos médicos reparou nas minhas cicatrizes e chamou a polícia. Ele disse para eu me vestir assim para eles me examinarem.
Ela dá um pequeno sorriso.
- Você vai contar a verdade dessa vez, não vai?
Mordo os lábios.
- Eu já lhe disse que não posso. - Olho para o teto e depois para as minhas mãos, evitando olhar para ela. - Você sabe que eu tenho medo.
- Você pode contar aos policiais que você tem medo de que ele vá atrás de você. Assim eles vão mandar ele para longe daqui.
- Não é só isso. Agora ele conhece vocês e sabe que as duas são importantes para mim. Tenho medo do que ele possa fazer, e, meu Deus! Alice é só uma criança para enteder tudo isso.
Esther nega com a cabeça.
- Você não pode continuar sofrendo desse jeito!
E o pior, o que você tinha em casa não chegava nem perto de um pai. E muito menos de uma família.
- Por que você não me disse que levaram o meu pai?
Ela morde os lábios e diminui a voz.
- Você já estava mal, não precisava saber disso. E depois você me expulsou do quarto.
- Me desculpe.
Ela não diz nada por um minuto.
- Eu vi o show que o seu pai deu aqui. Ele realmente exagerou.
- Ele exagerou em pedir para os médicos não desligarem os aparelhos do filho dele?
- Não estou dizendo isso. Só acho que a reação dele foi exagerada. - Ela levanta a voz. - E aliás, já chega, Arthur. Abaixa a sua bola e pare de se irritar fácil.
