* Sonhos discretos *

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_____________Esther__________________________________________________________________

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_____________Esther__________________________________________________________________

  Estou em completa escuridão, mas o som da chuva caindo tão rápida quanto o vento me faz crer que não estou na sala de hospital em que eu me encontrava estantes antes de acordar.

 Nem ao menos cogito em ser um sonho, pois a sensação é tão vívida que não há como negar que estou consciente.

 O cheiro de terra molhada faz com que minhas narinas inflem.

 O frio é de congelar os ossos. Os meus pés descalços latejam de dor e meu corpo todo treme. Meus dedos estão dormentes e extremamente doloridos, como se estivesse rasgando-os até a carne.

Enterro a mão na terra na intensão de ao menos descongelar eles.

 A minha respiração é ofegante, mas não sei o motivo. Por mais que não veja, sinto  que os meus joelhos estão completamente arranhados, como se tivessem me arrastado até aqui.

 Minha cabeça está latejando e rodando, como se tivessem brincado de perfurar ela até a carne várias vezes.

 Ao tentar gritar, minha garganta se fecha, e minha voz se perde em uma dor tremenda e aguda. Engulo seco. 

 "Em poucos sacrifícios terás o que deseja. Teu corpo e alma serão um único ser, completo e disposto ao seu prazer."

 Me arrepio.

 Tento gritar, mas quando tento sinto gosto de sangue.

  "Consigo sentir seu peito gritar e arder. Vejo o desejo em seus olhos que nunca irão conseguir esquecer."

 Nesse momento vejo o meu pai sorrir para mim no lugar em que estava quando sonhei com ele, mas fui acordada por minha mãe antes de vê-lo.

 Me desabo, cravando meus dedos na terra com toda a minha força enquanto choro.

 Sinto-me sufocada por tudo aquilo, como se estivesse prestes a pegar fogo de dentro para fora.

 A saudade aperta o meu peito de uma forma tão angustiante que me faz puxar minhas vestes em desespero.

 Um  calor invade minhas veias e começo a me arranhar, tentando rasgar minha pele.

 Quero fugir, quero o colo dele, quero o meu pai, quero gritar e gritar e gritargritagritar....

 "Entregue a sua alma e toda a sua angústia, seu medo, a sua dor e a falta que ele faz irá se acabar. Irei fazer com que você  sinta a presença dele, ou melhor, irei fazer você encontrá-lo."

  E Então, ouço a voz dele:

 "Volte para mim, princesa. Volte para casa, meu amor."

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- Ei ei, calma minha rainha, respira. - Vejo Arthur tirar alguns fios de cabelo do meu rosto suado.

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