Ethan cedeu ao pedido de Agnella e estavam em frente à torre dos quasimodos enquanto Arthur Coleman ignorava a intenção de sua filha de pertencer àquela comunidade, mas não cabia a ele o papel de pai. Ela venceu o namorado pelo cansaço com seu discurso repetido sobre falta de apoio e reciprocidade, então ele a ajudaria a entrar, mas não se responsabilizaria.
Após o primeiro combate com Benjamin West, Ethan obteve acesso irrestrito à torre e poderia entrar com Agnella sem fazê-la passar pela desagradável experiência de ingestão de aranhas, mas ela não sabia disto e ele não fez questão alguma de informá-la. Invés dele tocar a porta para que a pedra se desintegrasse nas aranhas que liberariam a passagem, pediu para que a garota o fizesse, despertando a mãe-aranha de olhos cintilantes.
Agnella deu o nome de Ethan como referência e a aranha solicitou a senha. Ethan respondeu com um sorriso maldoso.
— Sete.
— Você escolhe a senha?! — perguntou Agnella, incrédula.
— Você não diz que somos iguais? Que é tão poderosa quanto eu?
Naquele momento Agnella o odiou como nunca. Ele poderia ter escolhido o número zero, mas teve prazer em fazê-la passar por aquilo. A raiva a consumiu como se ele ateasse fogo em seu corpo inflamável.
Movida pela fúria, agarrou uma aranha quase do tamanho da palma de sua mão e a enfiou na boca, arrancando metade do seu corpo e mastigando de boca aberta enquanto encarava os olhos de um Ethan surpreso. O processo se repetiu até engolir as sete aranhas, o que Agnella fez sem vacilar, diferente de Ethan, que nauseado, desviou o olhar por diversas vezes. A garota estava tão possessa que até a mãe-aranha tratou de sair de sua visão.
Quando as aranhas liberaram a passagem, Agnella segurou Ethan pelo colarinho e o empurrou pelo corredor, usando-o como escudo contra as teias que fechavam o caminho. Ele sequer teve tempo de protestar, e ao término da travessia, estava coberto pelas teias brancas que o deixaram mumificado.
Enquanto ele soltava as teias de seu rosto, o quasimodo Dener Klebold se apresentava à Agnella. Um preto bonito que sustentava um belo black power no topo de sua cabeça e usava óculos escuros. Diferente de Benjamin, aparentava ser mais jovem, na casa dos vinte, mas já ultrapassava uma centena, e apesar da boa educação, não foi tão receptivo quanto o falecido. Sem muito diálogo, os direcionou à pradaria, o mesmo palco de combate de Ethan.
Como esperado, muitos quasimodos aguardavam para assistir ao combate. Ethan seria testemunha de Agnella junto a dois quasimodos aleatórios. Após o sorteio dos três juízes, as regras foram repassadas e decidiram o primeiro ataque com a moeda de cara ou coroa, já que Dener não concedeu à Agnella nenhuma vantagem.
No entanto, a sorte estava ao seu lado e sairia atacando após a contagem dos quinze passos. Girando os calcanhares, Agnella lançou o primeiro feitiço.
— JeteralaLune!
Agnella foi ágil e o seu golpe o atingiu com violência, o arremessando como um tiro de canhão, mas ainda assim recebeu um contragolpe, que bloqueou com maestria.
Seu segundo feitiço foi mais lento e bloqueado por Dener, que lançou o que poderia ser considerado o último feitiço do combate.
— Détruire!
Agnella ficou imóvel e sangue jorrava de seus orifícios, como se a espremessem por dentro. As veias de seus olhos estavam avermelhadas e suas lágrimas eram sanguinolentas. De seu nariz e de seus ouvidos, linhas espessas e escarlates escorriam sem parar.
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Rhoars - Os Magiciens
FantasyUm mundo perfeito corrompido com o sacrifício de um ser mágico, sendo dividido em dois: o mundo quadrimágico e o mundo modesto. Um com magia, o outro sem. A partir daí, jovens são postos à prova afim de descobrirem se possuem poderes, o que determin...