28 - EFEITO COLATERAL

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Depois de ouvir a história de Seth, as peças do quebra-cabeça se encaixaram de um jeito que deixou Gwen horrorizada, um quadro ao qual jamais estaria preparada para admirar.

— Oh, não... Minha mãe está ajudando Mark Dane!

— O quê?! — perguntou Seth, incrédulo.

— Seth... Ela era a única pessoa, além de nós, que poderia saber sobre o nosso plano, de que vocês encontrariam Barnaby!

— Sarah não faria uma coisa dessas! Como pode pensar isso de sua mãe, Gwen?

— Você acha que quero pensar isso? — explodiu, Gwen.

Gwen se odiou pela ideia que cruzou seus pensamentos, mas quanto mais procurava por uma lógica, mais fazia sentido que Sarah fosse uma informante. O único local que discutiram sobre o assunto foi em sua casa, quando ela estava lá. Não poderia ser apenas uma coincidência, poderia?

E o que fariam para ajudar Nicole, sem poder contar com Ethan e com sua mãe? Sentiu um remorso avassalador por ter envolvido os amigos em sua busca por Barnaby. E se algo acontecesse com Nicole, como se perdoaria?

Precisavam de ajuda e teriam que envolver outras pessoas, gostassem ou não da ideia, ainda que isto pudesse trazer desagradáveis consequências.

Decidiram pedir ajuda a Bartholomew. Sabiam se tratar de um excelente rhart'ai e que não seria sua primeira vez a lidar com Mark Dane. Além disso, Ethan sempre acreditou que ele tivesse ciência da farsa de Seth, embora não entendesse seu motivo para encobri-los. Se estivesse certo, havia uma chance de terem ajuda sem o envolvimento dos gaulles.

Aguardaram impacientes a saída da turma de Bartholomew. A sós, se aproximaram do wisowl de cartola que estava entretido em sua leitura, e que mesmo sem erguer o olhar e antes mesmo de ser chamado, já havia notado as duas presenças.

— Ora, ora... O Sr. Intimidado e a Sra. Impetuosa. O que devo a honra da presença de vocês? Algum problema com os seus feitiços, Sr. Collins? — perguntou, erguendo então a cabeça e encarando Seth.

Seth balbuciou e foi salvo pela pressa de Gwen.

— Precisamos falar com você! — cortou Gwen, sem tempo para aquele jogo de Bartholomew.

— Sou um homem ocupado, me desculpem! — se levantou e se retirou a largos passos.

— É importante! — gritou Gwen, enquanto o wisowl se distanciava.

— Tenho certeza de que é, querida! — respondeu, sem olhar para trás e fazendo um aceno com sua cartola.

— Mark Dane está vivo! — foi a vez de Seth.

Isso o fez estacar. Girou os calcanhares e com a classe de um visconde andou até eles.

— O que você disse?

O olhar de Bartholomew fez Seth estremecer.

— Isso não é brincadeira que se faça! Achei que tivessem crescido! — explodiu.

— Não estamos brincando! Achei que fosse um bom rhart'ai para sentir nossas emoções, elas não são nada engraçadas!

A resposta petulante de Gwen pareceu agradá-lo e os garotos cada vez menos compreendiam aquele homem.

Tomada pela dúvida se deveria omitir alguma coisa, teve sua resposta ao se recordar de Nicole. Proteger Seth, Ethan ou a própria mãe estava fora de cogitação diante da gravidade. Conforme se revezavam em contar a saga ao Bartholomew, este passou de incredulidade a conformidade num instante, como se no final, não estivessem falando sobre o retorno do mais poderoso e temido magicien da história do mundo quadrimágico.

Rhoars - Os MagiciensOnde histórias criam vida. Descubra agora