𝐌𝐘 𝐇𝐎𝐏𝐄, 𝙟𝙟 𝙢𝙖𝙮𝙗𝙖𝙣𝙠

1.23

Amber Thornton point of view

     Após o ocorrido de ontem, tive que voltar para casa. A cena de JJ partindo em um carro de polícia fica passando diversas vezes na minha cabeça em uma forma de loop infinito.

— Amber? — Sarah estralava seus dedos na minha frente me fazendo acordar de meus pensamentos. — 'Tô te chamando faz horas.

— Me desculpa, 'tô preocupada com o JJ — Sarah se sentou ao meu lado e eu deitei minha cabeça em seu ombro. — Como será que ele está?

— Ele deve estar bem Amby, conhece o JJ. — Sarah se levantou e ficou de frente pra mim, segurou em minhas mãos e me puxou para sentar em frente à sua penteadeira. — Agora, temos que arrumar esse seu cabelo.

— Sabe como odeio essas festas. — A Cameron torceu o nariz e me olhou cruzando os braços.

— Amber, conta outra. — Sarah pegou um babyliss e começou a enrolar meu cabelo. — Você sempre amou as festas dê solstício, desde pequena você gostava de ajudar na arrumação e era a primeira a ficar pronta. — Sarah sorriu contente com o resultado dos cachos e continuou focada em sua tarefa.

— Isso foi quando eu não entedia o quanto essa festa é ridícula, qual é Sarah o outro lado da ilha está sem luz e água corrente, e as pessoas aqui querem festejar? — Sarah revirou os olhos e se manteve em silêncio, ela sabia que eu estava certa e por isso não iria me contestar.

Desvio meu olhar para o vestido que Rafe havia me dado, me recordo de não ter dado uma resposta para ele sobre o convite, pra ser sincera eu não estava muito afim de ir nessa festa com ele.

Fecho meus olhos e penso em JJ e peço para que ele esteja bem. Sarah tem razão, ele é o JJ é claro que ele está bem.

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— Estão prontas? — Rose entrava no quarto de Sarah e sorria para nós como uma mãe orgulhosa de suas filhas. A Cameron do meio nem se deu ao trabalho de responder a mais velha, apenas segurou minha mão e me puxou para o andar debaixo.

Rose sempre me tratou muito bem, mas eu não convivia com ela então não culpava Sarah pela forma que ela tratava a madrasta.

Posso ver Rafe na ponta da escada, ele me olhava sorrindo de orelha a orelha e um embrulho estranho se formou em minha barriga. Assim que chegamos ao pé da escada, Sarah soltou minha mão e se distanciou indo até sua irmã mais nova, me deixando ali com Rafe.

— Uau Amber, você está...

— Eu estou?

— Incrível, eu sabia que ficaria perfeito em você. — Sorri meio sem jeito com seu comentário, Rafe estendeu a sua mão e meio relutante eu entrelacei minha mão na sua.

Em um piscar de olhos estávamos entrando no grande quintal do clube, o fato de ter toda a atenção voltada para mim me deixava nervosa e com uma vontade imensa de sair correndo feito uma criança com medo de escuro.

Todos sorriam e aplaudiam algo que me deixou confusa, por que estão aplaudindo? O que fizemos para receber tal atenção?

Em meio aos milhares de olhos, vejo os dos meus pais um pouco mais a frente, minha mãe sorria e fazia um joinha com o polegar, meu pai não tinha expressão alguma, ele se manteve de cara fechada desde que entramos no local. Fiquei sem entender, não era isso que ele queria?

— Onde vai? — Perguntou Rafe assim que me soltei dele.

— Eu preciso beber algo. — Digo à ele e saio andando sem dar tempo para que ele me respondesse.

Caminho pelo local e sorrio ao ver Pope e Kiara, me aproximei dos dois com cautela e forcei um sotaque engraçado.

— Com licença, poderiam me informar onde ficam as bebidas para maiores de dezoito anos? — Pope abriu um sorriso ao me ver e fui até ele o cumprimentando.

Kiara apenas deu um sorriso sem mostrar os dentes e eu retribui o gesto sem forçar algum tipo de contato com a morena.

— Vocês tem notícias do JJ? — Perguntou Pope e eu mordi os lábios nervosa.

— Não faço a mínima ideia. — Kiara respondeu enquanto bebericava sua bebida.

— Ele está bem, JJ tem sangue de barata vocês sabem. — Os dois concordaram mas logo mudaram a expressão, quando abri a boca para questiona-los senti braços me rodearem.

— Ei loirinha, quero dançar com minha acompanhante. — Olhei para Pope e Kiara que desviaram seus olhares, sabia o quanto eles odiavam Rafe e com razão, e sabia ainda mais que nunca me daria credibilidade se eu continuasse andando com ele.

Fiquei imóvel por um tempo, mas logo balancei a cabeça e sorri para o mais velho me despedindo dos Pogues com um aceno e indo até a pista de dança com meu acompanhante.

Rafe passou seus braços por minha cintura e eu passei os meus por seus ombros. Permaneci em silencio enquanto focava meus olhos em algo atrás do mais velho, não queria estabelecer nenhum tipo de contato visual com ele.

— Amber.

— Sim?

— Pode ao menos disfarçar que está pensando em outro enquanto dança comigo? — Levo meu olhar para os de Rafe e arregalo os olhos.

— O que você quer dizer com isso? — Rafe revirou os olhos e olhou ao redor para checar se havia alguém prestando atenção em nós dois.

— Qual é, eu sei que você gosta daquele pogue imundo. — Me afastei de Rafe e o encarei com os braços cruzados.

— Não fala assim dele. — Viro de costas para o mesmo e sinto Rafe segurar em meu braço e me levar para a parte de trás da clube. — Você 'tá me machucando.

— Olha aqui, eu não gosto de ser feito de idiota 'tá legal? — Ele apertava meu braço com força enquanto me puxava para mais perto dele. — Você é minha Amber, nascemos para ficarmos juntos e eu não admito que você fique por ai pensando no merda do JJ.

— Você 'tá me machucando. — Digo tentando me soltar de seu aperto mas é em vão, ele era mais forte que eu.

— Eu até estava deixando que você se divertisse com eles por ai, mas já chega!

— Eu não sou sua, não sou um objeto para você chamar de seu. — Me aproximo do mesmo e fico cara a cara com Rafe que tinha em seus olhos caros um tom mais escuro. — Eu não amo você, Rafe Cameron, eu estava tentando ser legal mas parece que isso é impossível com você. — Solto meu braço de sua mão e saio andando em direção à festa.

Reviro os olhos pegando o primeiro copo que vejo e virando o mesmo, olho para a pista de dança e sinto o ar faltar em meus pulmões.

— JJ.