Amber Routledge point of view
Assim que os Pogues me deixaram em casa, eu adentrei a mesma e fechei a porta atrás de mim. Suspirei sentindo meu corpo arrepiar, essa casa nunca esteve tão silenciosa como agora.
— Amber, é você? — Escuto a voz de Topper e o vejo no alto da escada, ele logo desce e vem até mim me abraçando. — Que bom que chegou.
— Como ela está? — Perguntei deixando minha mochila no sofá e tirando meu tênis. Topper se manteve em silêncio e isso me deixou nervosa. — Top?
— É melhor você ir ver ela, Pérola. — Engoli em seco e afrouxei a gravata do meu uniforme, tirei meu blaser jogando ele no sofá.
Subi as escadas e elas pareciam duas vezes maiores. O quarto de minha mãe e Mitchell, era no final do corredor, olhava para o final e era como se eu estivesse num filme de terror e tomaria um susto a qualquer momento.
Nunca gostei do silêncio, a gente nunca sabe o que têm por trás dele. Suspirei segurando a maçaneta e abri a porta lentamente. Assim que adentro o quarto vejo minha mãe virando a cabeça de leve, ela sorriu sem mostrar os dentes e se ajeitou na cama.
— Amber. — Sua voz estava falha e eu me aproximei dela, me sentei na beirada da cama e a encarei.
Não contei muito sobre minha mãe, mas na noite em que Mitchell disse que não era meu pai, ele piorou e os médicos o colocaram em coma induzido para que o corpo descansasse e eles conseguissem continuar com os tratamentos.
Minha mãe não reagiu muito bem e desde aquele dia ela têm surtos onde ela diz que estava na pista de pouso e que John B atirou nela. Era estranho por que ela sabia que não foi ele e que muito menos estava lá. Mas era como se sua mente estivesse tentando se conformar que realmente aquilo aconteceu.
Ela tomava remédios para dor por que alegava que havia tomado um tiro, um tiro que Mitchell levou e não ela. Ela colocava a mão sobre o local do "tiro" e ainda fazia curativos no local.
— Mamãe... você precisa reagir. — Digo para ela que me olha como se eu fosse a pior pessoa do mundo.
— Amber, eu levei um tiro! — A olho nos olhos e sinto meus olhos arderem. — Sua criança insolente! Não vê que a sua convivência com aqueles imundos quase custou minha vida?
— Mamãe, você não levou um tiro. Você está bem! — Digo com a voz trêmula e ela me encara furiosa. Dona Lydia pegou o vaso de flor ao seu lado e arremessou em minha direção, precisei abaixar para que ele não me atingisse. — Mãe, por favor me escuta!
Me afasto da cama e mordo os lábios ao sentir minhas costas colidirem com a parede gelada. Lydia continuava atirando coisas na minha direção enquanto eu colocava as mãos no ouvido tentando abafar sua voz.
— É CULPA SUA AMBER. SUA. — Ela repetia isso diversas vezes enquanto eu sentia meus olhos arderem.
A porta é aberta mas nem se quer me mexo com medo dela me acertar com alguma coisa.
— Mãe. O que você tá' fazendo? — Topper dizia enquanto subia na cama, espio entre meus dedos e vejo o mesmo segurando ela como se estivesse tentando prender ela na cama. — Pérola, preciso de você. — A voz de Topper parecia longe e eu estava atordoada de mais. — O sedativo está na segunda gaveta do escritório, precisa ir lá. — Encaro minhas mãos trêmulas e escuto Topper me chamar mais uma vez. — Você consegue, eu acredito em você.
Suspiro engolindo o choro e me levanto do chão, sentia minhas pernas bambas e não conseguia olhar para minha mãe, não quando ela me xingava enquanto meu irmão tentava controlar ela.
Corro em direção ao escritório e procuro pelo sedativo nas gavetas, pego a pequena embalagem com a seringa e a agulha e corro de volta para o quarto. Chegando lá vejo minha mãe se debatendo enquanto ouvia ela me chamando de coisas horríveis.
— Você é uma mimada, Amber! Eu e seu pai sempre demos tudo o que você sempre quis, mas você insistiu em andar com aqueles pogues imundos! É tudo culpa sua! MENINA EGOÍSTA.
Fiquei em estado de choque enquanto ouvia suas palavras, minhas mãos tremiam e Topper olhou para mim como se estivesse pedindo desculpas, ele me estendeu a mão e eu entreguei o pacote para ele.
Logo nossa mãe apagou em seus braços, assim que Topper deixa ela na cama, ele corre até mim e me abraçou, não me aguento e começo a chorar em seus braços. Ele me aperta forte e sinto minhas pernas fraquejarem.
Topper se abaixou junto comigo e nos sentamos no chão enquanto eu molhava sua camisa com minhas lágrimas, ele fazia carinho em meus fios e eu apenas soluçava. Minha cabeça estava passando um loop de tudo o que acabou de acontecer.
— Está tudo bem, Pérola. Eu tô' aqui com você. — Ele me apertava cada vez mais forte e eu sentia que iria quebrar em algum momento. — Eu odeio te ver assim. — Ele apoiou o queixo na minha cabeça enquanto eu rodeava ele com meus braços.
Eu estava esgotada, primeiro a visita de Rafe, depois descobri que John e Sarah estão vivos e agora isso com a minha mãe. As palavras dela me atingiram como lâminas, e elas haviam deixado pequenas cicatrizes.
— O que ela têm, Top? — Perguntei com a voz trêmula ainda abraçada ao meu irmão.
— O médico falou que ela pode estar ficando doente. — Ele fez uma pausa. — Talvez tenhamos que internar ela em um centro psiquiátrico. — Olho para ele que tinha os olhos azuis avermelhados.
— Como assim?
— Ela precisa de cuidados, Amber. E eu vou para a faculdade em breve, você estuda e não para em casa. Não temos como cuidar dela sozinhos. — Ele dizia de forma calma mas sei como isso tudo estava acabando com ele também. — Vai ser melhor para ela e para nós. O tratamento vai garantir com que ela fique consciente.
— Não podemos abandonar ela assim, eu fico em casa e cuido dela. — Topper me olhou negando com a cabeça.
— Olha o que acabou de acontecer. E se eu não estivesse aqui? Ela poderia ter te acertado, Pérola! — Diz ele e eu me calei. — Já está decidido, eu assinei os papéis e eles vêm buscar ela amanhã. — Me aproximo mais dele e o mesmo me abraça forte deixando um beijo em minha testa. — Vai ser melhor assim, para todos nós.
🤍
JJ morreu e eu tô sem coragem de ver a segunda parte da quarta temporada 🥹
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𝐌𝐘 𝐇𝐎𝐏𝐄, 𝙟𝙟 𝙢𝙖𝙮𝙗𝙖𝙣𝙠
Fanfictionぬ+〜❖. 𝐌𝐘 𝐇𝐎𝐏𝐄 Onde Amber, mesmo vivendo na realeza kook, tem a vida completamente conturbada e quando está prestes a desistir, ela encontra uma esperança perdida nos olhos azuis de JJ Maybank, um garoto da periferia com problemas paternos mas...