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Narradora point of view

      Amber batia diversas vezes na porta esperando que alguém atendesse a garota. Depois de longos minutos batendo, Marie, a governanta da casa abriu a porta olhando surpresa para Amber.

— Minha menina, quanto tempo! — Ela sorriu para a mais nova que retribuiu o sorriso.

— Marie quero muito conversar com você, mas preciso saber onde está meu pai. — Marie assentiu e apontou para o andar de cima. Amber suspirou e agradeceu subindo em direção ao escritório de seu pai.

A garota dava passos largos e caminhava de forma rápida, Amber sentia que seu coração iria sair pela boca de tão rápido que ele batia. Suas mãos suavam e ela tem certeza que amassou a carta no caminho para cá.

— Onde ela está? — Amber abriu a porta com um solavanco fazendo Mitchell retirar seus óculos para encarara a mais nova. — Sei que esta não é a carta verdadeira. — Dizia a garota enquanto apoiava as mãos sobre a mesa observando o mais velho. — Onde está a verdadeira?

    Mitchell, seu pai, avaliou bem a garota, ele sabia que uma hora ou outra ela iria descobrir a verdade, nunca duvidou da capacidade da menina. Ele suspirou e fechou os olhos juntando as mãos na frente do corpo.

— Florence...

— Não! Eu quero saber a verdade e não essas suas mentiras sujas. — A mais nova tinha os olhos ardendo, ela queria chorar mas não faria isso em sua frente.

— Eu não podia entrega-la à vocês.

— E por que não? Isso é algo pessoal você não devia nem ter aberto!! — Amber estava furiosa, ela levantava o tom de voz a cada segundo que se passava.

— Big John disse demais, e vocês não estavam prontos para o que ele havia dito. — Amber encarava o mais velho com raiva, ela não imaginava como alguém pode ser tão insensível como ele.

— Ele disse o que julgou necessário para John B saber, você não pode dizer que ele disse de mais ou de menos. — Mitchell encarava a garota em silêncio, ele negou com a cabeça e colocou uma de suas mãos sobre o rosto da mais nova, que se afastou no instante que os dígitos do mais velho encontraram seu rosto.

Mas ele não desistiu e tocou o rosto da menina mais uma vez, e dessa vez ela não se afastou, pelo o contrário ela fechou os olhos podendo aproveitar o toque carinhoso de seu pai que ela tanto sentia falta.

— Eu achei que estava se desculpando comigo por tudo o que me fez passar. — Ela abriu os olhos e encarou os de seu pai que acariciava o rosto de sua filha. — Achei que estava se desculpando por ser um monstro comigo.

— Eu sei, querida, e eu sinto muito por tudo o que lhe fiz passar. — Amber podia ver a verdade nos olhos de seu pai, ele estava realmente pedindo desculpas e dessa vez era referente aquilo que ela imaginava.

— Onde está a carta verdadeira? — Amber aproveitou o momento que seu pai havia baixado a guarda. O mais velho suspirou fundo e se afastou da filha.

— Virou cinzas, eu a queimei. — A loira o encarou no fundo dos olhos, ela sentia uma dor imensa em seu peito. Travava uma batalha com sigo mesma, entre abraçar seu pai e poder desfrutar de momentos como esse ou gritar com ele por ter destruído as últimas palavras do pai de seu melhor amigo. — Sinto muito.

— Não devia ter feito isso! O que vou falar para John B agora?

— Nada, sei que foi a única que percebeu o erro. — Mitchell segurou as mãos da filha e deixou um selar carinhoso. — Isso é um segredo nosso, pequena.

     Amber não reconhecia o homem a sua frente, ele estava bem longe de ser o monstro que a amedrontava, longe de ser a pessoa em que fazia sua vida um inferno. Ela estava apavorada, não sabia o que fazer, se guardava o segredo ou se corria e falava toda a verdade para John B.

— Volte para casa. — A voz de seu pai  fez com que a mesma acordasse de seus pensamentos e o encarasse. — Volta para casa, Amber.

— Aqui não é mais minha casa, você deixou isso bem claro. — Amber se afastou do mais velho e pegou a carta falsa colocando no bolso traseiro de sua roupa. — Tenho que voltar, os meninos devem estar preocupados.

— Faz quanto tempo que não come uma comida descente? Que não toma um banho quente ou até mesmo que não tem uma boa noite de sono? — Amber caminhava até a porta sem dar atenção para o que saía da boca de seu pai. — Não é uma pogue, Amber, não nasceu para ser uma.

— Está enganado papai, nasci para ser uma pogue, e me orgulho disso mais do que ser uma Thornton.

     Amber desceu as escadas de forma ligeira afim de sair as pressas daquele lugar. Sua cabeça estava uma confusão e ela não conseguia mais prender as lágrimas.

    Ela subiu em sua bicicleta e pedalou o mais rápido que conseguia, mas as lágrimas em seus olhos deixavam sua visão turva e a menina mal conseguia enxergar a estrada a sua frente.

    De repente a luz de um farol de carro fez com que a menina se assustasse e virasse o guidão rapidamente, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e caísse da bicicleta.

— Amber?? Meu Deus eu quase te atropelei. — Rafe se abaixou próximo a garota que se tremia de tanto chorar. — Ei, o que houve?

— Por favor, me leva para longe daqui. — Rafe sem entender muito, assentiu pegando a garota no colo e deixando ela sentada no banco do passageiro enquanto colocava sua bicicleta no porta malas.

      Ele deu a partida e seguiu sem rumo pelas ruas de Kildare, apenas escutando os soluços de Amber ao seu lado. Rafe se sentia inútil, sem saber como ajudar a menina, sem saber quem a deixou nesse estado.

    Após um tempo rodando em círculos, ela acabou dormindo encostada na janela. O Cameron não sabia onde deixava a Thornton. Afinal ele sabia dos problemas da garota com o pai então ir para casa dela estava fora de cogitação, não sabia se ela havia brigado com os pogues então o Castelo também estava fora de cogitação.

    Rafe estacionou o carro próximo a entrada da praia, e inclinou o banco de Amber a ajeitando melhor, colocou seu casaco sobre a menina e ficou admirando ela dormir, sem perceber, acabou caindo no sono também.

🤍

Meu Deus Oi!!
Mil perdões pelo sumiço repentino, vou tentar aparecer mais vezes.
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XoXo

𝐌𝐘 𝐇𝐎𝐏𝐄, 𝙟𝙟 𝙢𝙖𝙮𝙗𝙖𝙣𝙠Onde histórias criam vida. Descubra agora