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Amber Thornton point of view

Passei a noite em claro segurando a mão do meu pai, com a esperança de que ele acordaria e todo esse pesadelo acabasse.

— Iniciaram uma busca atrás do John. — Disse JJ enquanto entrava no quarto com um copo de café.

— A única pessoa que pode inocentar ele está aqui, desacordada. — Peguei o copo de café e me afastei de meu pai, coloquei o copo sobre a bancada e abracei JJ sentindo seu aroma de banho recém tomado e bufei. — Isso é tão injusto!

— O que? — Ele se virou para mim confuso.

— Você todo cheiroso e eu toda fedida. — JJ gargalhou alto me fazendo rir com ele. No meio das risadas ouvi meu nome ser chamado.

— Pai? — Corri até o mesmo segurando sua mão. Seus olhos quase não se abriam e sua voz estava tão baixa que era quase impossível de ouvi-lo. — Papai?

— Amber precisa me escutar com muita atenção, não sei quanto tempo ainda me resta. — Ele parecia se esforçar para que as palavras saíssem de sua boca.

— O que você está querendo dizer ?

— Filha, eu sinto muitas dores mas nenhuma delas se compara a dor de ter mentido pra você. — Franzi minhas sobrancelhas sem entender o que ele estava querendo dizer com aquilo.

— Eu vou esperar lá fora. — JJ dizia mas foi impedido por meu pai antes que pudesse sair da sala.

— Fica garoto, ela vai precisar de você.

— Pai você está me assustando... — Apertei sua mão com força enquanto ele respirava fundo, dava para perceber o quanto ele lutava para manter os olhos abertos.

— Lembra da carta que o Big John entregou pra você? — Assenti com a cabeça. — Ela não era para o John B, ela era pra você, Amber.

— Pra mim? Por que seria pra mim? — JJ estava quieto no quarto, eu sabia que ele estava se sentindo incomodado como se não fosse para ele estar aqui nesse momento.

— Quando éramos mais jovens, éramos todos amigos. Eu, Ward e Big John.

— Onde você quer chegar com isso?

— Deixe eu terminar. — Assenti com a cabeça e me ajeitei na beirada da maca. — Ward era o único Kook do grupo, mas isso não nos impedia de sermos melhores amigos. Em um dia sua mãe chegou em Kildare, ela virou a novidade do momento, todo mundo queria conhecer a garota de Miami que havia acabado de chegar em Outer Banks. — Ele fez uma pausa fechando os olhos por um curto tempo, talvez estivesse lembrando do momento. — Me lembro do dia em que Ward apresentou Lydia para nós, Big John ficou fascinado nela, e eu também.

— Big John e a dona Lydia? — JJ disse em meio a risadas fazendo com que eu o olhasse de cara feia. — Foi mal, vou ficar quietinho.

— Parece inimaginável mas aconteceu. Eles estavam cada vez mais próximos e isso me irritou, pois eu também gostava dela. E em uma noite eu pedi para Ward me ajudar com isso, por ser de uma família influente na ilha, o pai dele conversou com o pai da Lydia, e o convenceu de que um casamento entre nós dois seria bom para os negócios dele, já que os Johnson não tinham herdeiros, eles tinham apenas a Lydia e naquela época somente o primeiro filho homem podia herdar as empresas.

— Machismo. — Olhei para JJ mais uma vez. — Sabe que não consigo ficar calado. — Dei risada enquanto observava resmungar se sentando no sofá.

— Continua, papai.

— Bom, deu certo. Eu e sua mãe nos casamos assim que eu completei 18 anos, assumi as empresas dele e mudei o nome para Thornton, o pai dela não gostou muito mas eu não liguei, ele não mandava em mais nada mesmo. — Ele deu de ombros e eu neguei com a cabeça. — Fomos morar em Miami onde Topper nasceu. — Escutei JJ resmungando um "Podia ter deixado ele lá" mas preferi não dizer nada. — Quando ele tinha um ano e alguns meses sua mãe decidiu que queria voltar para Outer Banks, eu relutei um pouco mais logo cedi. Alguns meses depois ela descobriu que estava grávida de você, foi uma festa pra nossa família. — Ele sorriu fazendo com que eu sorrisse também. — E então as coisas começaram a desandar.

𝐌𝐘 𝐇𝐎𝐏𝐄, 𝙟𝙟 𝙢𝙖𝙮𝙗𝙖𝙣𝙠Onde histórias criam vida. Descubra agora