🔹05🔹

75 4 0
                                    


Depois da refeição, Gálio levou o grupo para conhecer o dormitório. Durante todo o caminho, o rapaz permaneceu em silêncio, dando curtas explicações sobre qual corredor seguir ou não. Ele permanecia com uma mão apoiada na abertura de seu terno e a outra às costas. Era uma posição extremamente formal e cansativa. Sentiu uma breve admiração por Gálio. Bordado era apenas o sobrenome, ficou imaginando como se chamaria.

- Qual seu nome? - perguntou quando entraram em um corredor imenso com portas duplas numeradas do um ao sete.

- Sinto muito, senhorita Desmartinez, mas só tenho autorização para responder perguntas sobre o Palácio e a Triagem.

- Você trabalha no Palácio. Isso não torna uma pergunta autêntica?

Um leve sorriso brotou nos lábios do rapaz antes de abrir a porta seis. A única coisa que não era branca no quarto eram os beliches prateados. Havia quatro pequenos guarda-roupas e outra porta. Era grande e sem detalhes, o espaço era adequado para quatro pessoas. Dava até para rolarem no chão se mordendo como animais em caso de briga.

- As cobertas e travesseiros ficam no armário, mas os criados sempre arrumam antes. A outra porta é o banheiro, só há um vaso e um chuveiro. Precisam entrar em um acordo nos horários de banho.

- E roupas?

- Cada guarda-roupa possui modelos em seus tamanhos, senhorita Gaura.

O rapaz permaneceu em silêncio por quase dois minutos. Quando percebeu que acabaram as dúvidas, virou-se para sair.

- Obrigado, Gálio - disse Mishael.

O servo pareceu realmente surpreso pelo agradecimento.

- Estou às ordens - disse por fim.

Sobraram os quatro. A loira pulou para a cama de cima do beliche mais próximo. Kato estava encostado no canto, braços cruzados. Mas seu foco era a ruiva. Se encararam por alguns segundos. Olhou para o banheiro, depois para Dess e então de volta para o banheiro. Seguiu em passos rápidos e fechou a porta, mas não houve barulho de tranca. Dess permanecei inquieta balançando os pés. Seria para ir também? Débora desejava conversar a sós? Enquanto aos comunicadores? Talvez estivesse entendendo errado e a ruiva apenas esqueceu-se de trancar a porta. Não seria divertido abrir e pega-la em um momento íntimo.

Dois minutos. Três.

Os rapazes conversavam próximos à porta. Algumas palavras como "treinos" e "estratégia" eram usadas com frequência, mas andavam lentamente para a saída.

Deveria ir, ganharia no máximo um soco no rosto caso fosse um mal entendido.

Desceu da cama vencida pela curiosidade e entrou sem bater. A mais baixa estava encostada na pia; o banheiro era grande o suficiente para ter bem mais de um chuveiro. Estava encostada na pia. Seus lábios formaram a palavra "demorou".

A mais alta inclinou o rosto confusa; seria melhor ficar quieta do que falar alguma merda. Débora ergueu o braço com o comunicador e esticou os braços para a janela do canto onde estava a escova de dentes rosa, parecia normal, exceto por estar com a ponta fina feito uma agulha e pequenos fios elétricos suspensos por uma presilha. Puxou a mão dela, analisando o aparelho. A garota mexia nos pulsos, concentrada.

Dess não sabia como começar uma conversa: "oi, tudo bem? Ouvi dizer que você faz parte de um grupo radical contra o sistema que planeja derrubar a monarquia e estabelecer uma democracia; que coincidência, eu também!"

Talvez "olá, soube que tem ordens para me matar caso o plano dê errado. Posso dar minha sugestão de como gostaria de ser assassinada?"

Para sua sorte, Débora quem falou primeiro:

ZODÍACO Onde histórias criam vida. Descubra agora