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Dess apoiou o rosto na mesa. Eva indicava com suas mãos alguns pontos importantes que passava na lousa digital. Ela não estava prestando muita atenção, só conseguia pensar que estava com a segunda melhor pontuação, atrás apenas de Kato... e perdera metade dos pontos, estava quase entre os últimos.

Rangiu os dentes, soltando um ''tisc'' entre os lábios, Mishael visou-a, reprovando.

- Alexandra de Leão - chamou Eva.

Fitaram-se e a serpentariana ergueu a sobrancelha:

- E então?

Droga, não prestara atenção na pergunta. Isso não era bom, Eva ficaria irritada.

- Sim - concordou firmemente.

- Sim? - cerra os olhos.

- Não - corrigiu-se. Soou mais como uma pergunta.

Eva cruzou os braços. A loira desvia o olhar para o conteúdo na lousa, mordendo os lábios.

- Vocês três terão cada um três horas com um assessor para a apresentação e quatro comigo para o conteúdo - continuou olhando para a loira - Acredito que de imediato a cabo Desmartinez possa treinar suas apresentações...

Eva se aproximou de uma das portas de vidro da sala, um homem de cerca de 40 anos e maquiagem brilhante estava na porta, suas longas tranças possuíam detalhes em prata. Dess o achava estranho, assim como muitas pessoas de Ofiuco com sua moda brilhante e extravagante.

- Esse é o assessor da equipe seis, Marcus.

Marcus acena para os jovens sem dizer nada, seus dedos repletos de anéis moviam-se inquietos, ele indicou a porta, olhando para a leonina.

- Certo - murmurou levantando-se.

Foram para uma sala bem iluminada cercada por roupas de diversas cores e modelos. Marcus pede para que ela vista um dos vestidos decotados e apertados e calçar sapatos de salto alto, instruindo como caminhar. Os sapatos são a pior parte.

Dess jamais usara algo que não fossem as pesadas botas militares e não conseguia se acostumar com a sensação de ficar sambando sobre os calcanhares. Como as serpentarianas usavam aquilo o tempo todo?

O vestido é outro problema. Dess fica pisoteando a delicada barra em volta de seus pés e então, é claro, precisa suspendê-lo, e aí Marcus se aproxima, batendo em suas mãos e soltando o vestido:

- Parece uma desleixada corcunda!

Quando finalmente domina o caminhar, falta a maneira de sentar-se, a postura.

- Sua postura é excelente - comenta visando todo o corpo da loira, ela o encara de volta, quase rosnando. Não gostava de ser analisada como um objeto.

- Olha, isso não vai rolar - apalpou o vestido - ou você me arruma um terno ou nada feito. Eu não uso vestido e nem salto alto. Eles verão uma leonina, uma futura Comandante. Comandantes não usam vestidos. Eu não sou delicada, não adianta tentar fingir isso.

Ele cerrou os olhos, pensativo, pediu para ela se despir e tirou algumas medidas.

- Certo, Dess - pegou seu celular, mandando algumas mensagens - Vou falar com a minha equipe e faremos um terno. Agora volte ao seu treino.

Ele a faz sentar-se e levantar-se várias vezes, dizendo que, apesar da boa postura, faltava delicadeza. O que Marcus queria? Ela era uma guarda de Leão, não uma fada cheia de glitter como ele, é claro que não era delicada.

- Sorria - pedia toda vez que a loira bufava - Sempre sorria, você tem uma presença alegre e um lindo sorriso. Use isso a seu favor.

Sorrir significa, em suma, sorrir cada vez mais. Marcus a faz decorar dezenas de frases patrióticas começando com um sorriso. Na hora do almoço, os músculos do rosto já estão se contraindo devido ao excesso de uso.

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