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2061
(31 anos antes)

"Uma parte minha vai, a outra fica com você"

Benjamin acorda com o som de passos. Instintivamente, olha ao redor, buscando movimentos suspeitos. A pequena Luci dormia entre ele e Alen, mesmo tendo seu próprio quarto, ela insistia em dormirem todos juntos.

Ele levantou-se silenciosamente, retirando uma pistola que ficava debaixo da cama; destrava-a se aproximando da porta. O loiro está com os olhos abertos, fitando o parceiro; o treinamento militar deixou-os mais atentos aos sons.

Um leve toque na madeira maciça, Ben aproximou-se lentamente e, num brusco movimento, abrea-a, apontando o cilindro no rosto da serva particular de Alen. A mulher ergueu as mãos assustada, mas não emitiu nenhum som.

- Cássia? - mantém a arma em punho - São três da manhã.

- P-perdão, senhor - a serva sussurra - Mas recebemos informações de alguns escorpianos sobre o Rei, ele sabe sobre a criança...

A mulher continuou tagarelando, mas ele não a escutava; o príncipe já havia se levantado e acariciava Lúcia, explicando que fariam um pequeno passeio noturno. A pequena não pareceu muito empolgada, mas sonolenta e coçando os olhinhos protegidos por lentes claras, ela colocou suas botinhas e um casaco obediente.

Benjamin buscou todas as suas armas, montando-se como um arsenal humano. Um grupo pequeno de guardas apatriotas liderados pelo Tenente Acuri vigiava o quarto, esperando o trio sair para protegê-los.

O albino conduziu Lúcia pelos corredores do palácio, enquanto Ben seguia na retaguarda, atento a qualquer movimento suspeito. Cássia os guiava pelos caminhos menos frequentados, evitando as áreas movimentadas onde poderiam ser notados. A tensão pairava no ar; o lugar estava silencioso demais, o moreno sabia que era questão de tempo, já estavam sendo observados. Um confronto era iminente. Fitou sua filha, não teria ideia de como poderia protegê-la em uma troca de tiros; o espaço era muito amplo e aberto, eram alvos fáceis.

No silêncio da noite, apenas os passos leves de Lúcia e o sussurro de Alen eram audíveis. A pequena segurava a mão do príncipe com confiança. Tenente Acuri, ouvia atentamente instruções em seu comunicador.

- Vamos ter que ir para uma base - o sussurro de Alen faz o apatriota parar - Talvez ao norte...

- Sim senhor - respondeu o homem - Um veículo está esperando no estacionamento de empregados.

O loiro tocou em seus ombros, com um semblante ameno.

- Fez bem, Acuri.

Acuri pareceu realmente satisfeito com as palavras; Alen era muito admirado. Caso contrário, a Resistência jamais teria se tornado tão grande.

Ao chegarem aos jardins do palácio, encontraram um ponto estratégico para observar o movimento ao redor. Benjamin mantinha-se atento, vasculhando as sombras em busca de qualquer ameaça. Cássia e mais alguns guardas voltaram para o Palácio, deixando um grupo menor e menos suspeito. Acuri, por sua vez, permanecia ao lado de Alen, relatando as informações recebidas dos escorpianos.

- Eles disseram que o Rei está planejando uma ação contra a Resistência. Parece que ele está determinado a erradicar qualquer ameaça ao seu governo, e a descoberta da criança só aumentou sua paranoia - explicou com um olhar apreensivo.

O albino apertou a mandíbula, demonstrando preocupação. Lúcia, mesmo sem entender completamente a situação, percebeu a tensão no ambiente. Ela apertou a mão de Alen, transmitindo um gesto de carinho e apoio.

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