🔹29🔹

41 4 2
                                    

- Dess? - chama uma voz baixa, mas impossível de não reconhecer.

A loira vira-se para Benjamin, estava com seu uniforme padrão e a máscara cobrindo o rosto, ele se aproxima, fazendo sons na água acumulada no chão.

Ela levanta-se rapidamente, prestando continência.

- Major - não esconde a surpresa - Não sabia que estaria aqui.

- Quase todos os dias - diz sem desviar os olhos - Você está bem?

- Sim.

Ela pousa as retinas nas mãos, pensando que talvez tenha sido evasiva demais.

- Sim - volta a repetir - Hãm... obrigada.

- Fui conversar com Mishael e ele me contou que você não reagiu bem às notícias recentes.

A leonina abre e fecha os lábios lentamente, tentando formular uma frase decente e compreensível, que não o deixe irritado.

- Ela é... minha família, não tenho contato com meus genitores e além de Zulma ela é tudo o que tenho.

Benjamin Torres não responde, apenas analisa a estátua do sogro diante da figura feminina. Dess agita as pernas, tentando não mostrar o desconforto.

- Major - chama ajeitando os ombros de forma firme, mas respeitosa - Eu quero fazer um pedido ao senhor.

O ustra ergue as sobrancelhas, não parece satisfeito:

- Pedido? O que acha que eu sou?

- Por favor - insiste num sussurro - A missão de resgate aos mestiços... me deixa ir.

Ele desvia os olhos, o espaço vazio conta com duas pequenas figuras distantes observando: Úrsula e Misha.

- Negativo. Preciso de você aqui para outra parte.

- Eu tenho que estar com a Enid! - insiste.
Ben cerra os olhos:

- Você acha que é talentosa, cabo Desmartinez?

Ela pensa um pouco antes de responder:

- Hum... sim, claro... por isso estou aqui.

Ele meneia a cabeça e faz um gesto para que Misha e a escorpiana se aproximem:

- Então lute comigo.

A leonina engole em seco, sentindo os batimentos falharem, mas ela não hesita em concordar firmemente com a cabeça. Dess não é fraca, mas é muito mais magra que o Major. Esperava que o peso ajudasse na velocidade.

A loira empurra os fios para trás das orelhas. Seu cabelo está bem preso, mas ela faz um coque para ajudar nos movimentos. Estala mais um dedo. Parece nervosa, o que não é de se estranhar. Quem não estaria nervoso lutando contra um ustra? Era uma mistura de honra e medo.

Honradamente ter os ossos quebrados.

Benjamin passou um bom tempo analisando o corpo de sua adversária. Dess não teve coragem de atacá-lo, ainda mais sentindo-se invadida daquela forma. Até que de repente, o ustra mergulha com as mãos esticadas em direção ao tronco da leonina. Atinge-a em cheio, derrubando e prendendo a adversária contra o chão. Dess tenta inverter as posições, aplicando jiu-jitsu, mas o homem é pesado e nem se move. Ela desvia seu rosto de um soco. Mas ele apenas volta a socar mais uma vez, atingindo o queixo da adversária, depois o nariz e a boca. Dess arregala os olhos com o gosto de ferro invadindo sua boca, ela mal tem tempo para cuspir o sangue antes de ter o rosto atingido mais uma vez. O líquido vermelho escorre da lateral do rosto, respingando no chão ao lado de sua bochecha. Sem pensar, agarra o braço esquerdo de Benjamin, é difícil se concentrar nos pontos vitais em meio aos golpes; ela finaliza apertando com o máximo de força o tendão do bíceps, fazendo-o arfar surpreso ao ter o braço incapacitado. Dess não perde tempo. Socou o rosto do ustra, desequilibrando-o, e conseguiu se libertar.

ZODÍACO Onde histórias criam vida. Descubra agora