Dess acordou com os cutucões de Débora. A ruiva a olhava com um julgamento visível.
- Todos já estão de pé há horas. Vai dormir até quando?
A loira fez uma careta, rindo:
- Por que eu acordaria antes do despertador?
- Treinar - disse como se fosse óbvio - você não faz isso?
- Nos horários certos...
- Saquei, prodígios não fazem treino extra.
Dess cerrou os olhos:
- Você por acaso sabe o que significa ''prodígio''?
- Sei - puxou as cobertas da outra - E também sei que se continuar assim vai ficar para trás. Você não é o único prodígio aqui e, diferente de você, muitos treinam duro.
Débora apontou para o rosto da mais alta. Dess tocou-o, lembrando-se da dor que Kato causou.
- Kato não é um prodígio, só pra constar.
Foi o suficiente para fazer Dess levantar da cama, não permitiria que um magricela desse tamanha surra em seu orgulho. O olho estava levemente inchado, mas o impacto principal foi na bochecha, estava começando a ficar roxa. Ela lavou o rosto, sentindo uma satisfatória centelha de competitividade. Fazia anos que ninguém na sua Sede lhe dava um hematoma desses. Ser a melhor de lá a deixou acomodada, mas agora ela estava entre os melhores... e tinha que passar, tinha que ser a melhor entre os melhores. Sua escova de dentes estava parcialmente chamuscada e com a ponta afiada como uma faca. Olhou o corte próximo aos seios, ardia um pouco, mas nada grave. Faria Débora arrumar outra ainda hoje.
- - -
Conseguiu chegar ao refeitório com a ajuda de um servo; ela perdeu um bom tempo fuçando no guarda-roupa. Era a primeira vez na vida que não precisava usar o macacão padrão com identificação. Eram apenas roupas comuns. Apesar de todas serem pretas. Haviam poucas mesas, todas separadas por equipes. Seus companheiros estavam em um canto mais isolado. Mishael foi o primeiro a vê-la, acenando para que se aproximasse.
- Terá que acordar mais cedo - disse Débora - Ou não e me veja te eliminar.
- Sonha, baixinha - lançou um breve olhar para Kato - Eu sou uma dez, nasci para liderar.
- Um desempenho impressionante de Sintonia - falou Kato, olhando para o seu pão - espero ver isso em suas habilidades físicas, Alexandra. Afinal, ontem você deixou muito a desejar.
- Você quem não quis continuar na sala de treinos. Além disso é cabo Desmartinez pra você, cuzão.
Débora soltou uma gargalhada alta, fazendo a mesa ao lado parar a conversa. Kato a encarou indignado, mas não teve a oportunidade de responder, pois Eva se aproximava. Ela lançou um breve olhar ao roxo no rosto da leonina, fazendo-a sentir um rubor, sentou-se ao lado de Débora, envergonhada.
- Acredito que vocês já estejam terminando.
Todos largaram suas refeições no mesmo instante.- Sim, senhora - disse Mishael.
- O dia de vocês é livre, imagino que já saibam da grande cobertura midiática - Eva vivia com uma expressão desgostosa, mas essa se superou - Então, por favor, se comportem.
A serpentariana virou-se para a loira, aqueles olhos claríssimos assustadores a julgavam de cima a baixo:
- No lugar de vocês eu treinaria mais.
- - -
A ''quadra'', era na verdade uma extensão de sala de luta, tiro ao alvo e pista de corrida. No terraço, onde se via cidade com pessoas e carros circulando freneticamente, havia uma piscina gigantesca e um ringue de luta parecendo uma caixa de areia. O servo que guiou os candidatos até o local era simpático, apesar de parecer muito cansado:
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ZODÍACO
Science FictionNa nação do Zodíaco, cada signo desempenha um papel crucial na sociedade, desde o feroz exército de Áries até os visionários industriais de Libra. Sob a tutela do décimo terceiro signo de Serpentário, a capital é o coração de uma sociedade aparentem...