2071
(20 anos antes)O dia de Alen começava com atualizações sobre os movimentos do país inteiro. Como conseguira novamente seus títulos militares, todos os dias dos últimos dez anos foram dedicados a conquistar novamente a confiança de seu pai. Suas funções iam desde reuniões com as Três Forças Armadas, Áries, Leão e Escorpião, até negociações com Cairo. Ele ainda dedicava muito tempo a assuntos fora da fronteira.
Apesar do cansaço, era o estilo de vida que preferia; dias agitados deixavam a mente mais tranquila e evitavam pensar nas desavenças com sua família e na perda da filha e marido. O fato de o príncipe ter se recusado a assinar os papéis de divórcio gerou grande insatisfação à Rainha e seus irmãos, por incrível que pareça, o Rei não insistiu.
Tentando afastar os pensamentos, o loiro voltou os olhos para sua função. Seu irmão mais velho, Pedro Vekar, estava mostrando alguns mapas para os membros do Conselho; ele reconhecia os territórios, por isso anotava tudo pacientemente. Após alguns minutos, a serva pessoal de Alen entrou na sala, parecendo muito empolgada.
- Com licença - disse Tulipa, seus olhos pousaram no albino, ela sorriu levemente - alteza, acho que vai querer ver isso.
- O que? - sussurrou curioso. Fez o tradicional gesto de respeito da realeza de Serpentário e saiu às pressas.
No pátio central, alguns serpentarianos sussurravam apreensivos. Um pequeno jato preto com o símbolo dos Ustras estava descendo. Alen manteve sua postura perfeita, mas ao ver uma figura reconhecida descendo do veículo, sentiu seus pés pesarem no mármore branco. Uma onda de energia passou por seu corpo inteiro quando pôde finalmente enxergar o rosto de Benjamin. Sua respiração falhou.
Trajando um terno inteiro preto com um sobretudo da mesma cor, além da máscara preta que cobria parte do rosto, ele quase não reconheceu o seu amado usando o uniforme dos Ustras; não se parecia nada com o homem que se casou. Apesar de sua presença forte, seus modos eram discretos e contidos enquanto fazia o gesto de respeito para a família real.
Seu corpo não sabia reagir. Depois de uma década separados, era realmente possível que o mais alto realmente estivesse ali? Para ficar?
Quando seus olhos finalmente se encontraram, Ben ignorou os outros serpentarianos e aproximou-se com cuidado, fazendo o gesto de respeito:
- Alteza - hesitou por um segundo, sua voz saiu em um sussurro por baixo da máscara - Eu estou feliz por ver você.
Recuperando-se do choque por um momento, o mais baixo suspirou devagar, tentando manter o controle de suas emoções. Ben tinha um grande poder sobre ele, algo que jamais pode ser medido de forma alguma.
Com as mãos trêmulas, ele retribuiu o gesto, afinal Benjamin ainda era um membro da realeza e merecia o respeito como tal.
- Alteza, seja bem-vindo - sussurrou.
Os olhos opacos pareciam felizes, mas sua expressão continuava com uma homogeneidade de insegurança e tristeza, principalmente diante da formalidade. Antes que pudessem evoluir o contato, a Rainha Rubia se aproximou de Benjamin, analisando-o. Seus olhos visavam seu corpo de forma desconfiada e severa. Ele não se mostrou abatido, não hesitou por um segundo. Ele a encarou de volta e a mulher sorriu, satisfeita.
- Cedro - chamou a mulher e um dos servos surgiu ao lado, ansioso - Ajude Benjamin a se ajeitar novamente no Palácio.
- E quanto a Alen? - a voz de Benjamin saiu firme, apesar de respeitosa.
Rubia fitou-o com um misto de emoções que estavam confundindo-o:
- Alen está ocupado, mas assim que possível vocês terão seu momento...
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ZODÍACO
Science FictionNa nação do Zodíaco, cada signo desempenha um papel crucial na sociedade, desde o feroz exército de Áries até os visionários industriais de Libra. Sob a tutela do décimo terceiro signo de Serpentário, a capital é o coração de uma sociedade aparentem...