Capítulo 6

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Enquanto o Sr. Muller se despedia da esposa no quarto, Andrew terminava de tomar café da manhã, sentado à mesa da cozinha. Colocou uma colherada de cereal Froot Loops na boca, concentrado na leitura de seu livro sobre vampiros. Ele havia chegado na parte em que havia relatos sobre vampiros que supostamente existiram nos Estados Unidos e arregalou os olhos quando leu que, nas páginas a seguir, continham gravuras da aparência deles. Pulou algumas páginas, mas foi tomado pela decepção quando viu que faltavam páginas no livro. 

   – Eu não acredito. Logo na melhor parte – Andrew examinou mais algumas páginas, na esperança de que ainda tivesse restado alguma ilustração. – Quem foi o idiota que arrancou as páginas?

   – O que você está lendo, Drew? – perguntou o Sr. Muller, parando ao lado dele.

   – Encontrei este livro sobre vampiros lá na biblioteca, mas estão faltando páginas. – Andrew deslizou o livro para o canto, frustrado. 

   – Não tem a versão digital dele na internet? – O Sr. Muller pegou o livro e olhou a data de publicação. – É bem antigo, mas, como tudo é digitalizado hoje em dia, pode ser que você encontre.

Andrew não tinha pensado naquilo, mas faria uma pesquisa mais tarde. Estaria ocupado na parte da tarde, pois tinha a entrevista de emprego no bar.

   – É, pode ser. Minha mãe tá escrevendo? Ainda não saiu do quarto.

   – Não. – O Sr. Muller pegou a bolsa no sofá, retirou um mangá e, verificando quantas páginas faltavam para acabar, acrescentou: – Ela não acordou se sentindo muito bem. Fica de olho nela pra mim?

Andrew franziu a testa, olhando para a porta do quarto dos pais.

   – Não é melhor levar ela no hospital?

Christopher sorriu e colocou a mão sobre o ombro do filho.

   – Calma, Drew. Ela só está um pouco indisposta. Ela já tomou um remédio. Só leva alguma coisa pra ela tomar café e deixa ela repousar. – Ele, parecendo estar satisfeito com a quantidade de páginas que ainda faltavam para acabar, recolocou o mangá na bolsa. – Eu estou indo. Qualquer coisa, me liga, tudo bem?

Andrew anuiu, comendo mais um pouco de cereal. O Sr. Muller deu-lhe um beijo no topo da cabeça e saiu para trabalhar. Como o pai lhe pedira, Andrew preparou um café da manhã leve para a mãe, colocando o que ela sempre costumava comer, e passou o restante da manhã, dando uma de enfermeiro para ela.

Quando a Sra. Muller se recuperou do mal-estar e já estava fazendo suas tarefas diárias, Andrew, mais tranquilo por não precisar faltar a entrevista, foi se arrumar.

   – Vai sair, mí amor? – perguntou Selena, sentada no sofá da sala, pesquisando material criminalístico no notebook.

Andrew, com a toalha enrolada na cintura, saiu do quarto e mostrou duas opções de camisa para a mãe.

   – Vou. Qual fica melhor? Não quero parecer muito relaxado, mas também não quero ficar engomadinho demais.

Selena inclinou a cabeça, dando batidinhas com o indicador nos lábios.

   – Hum… A branca. – Ela estreitou o olhar para ele. – Aonde você vai? Andrew, você não está inventando nada, não, está? 

Andrew fez a cara mais inocente que conseguiu e, apressando-se em sair daquele assunto, negou, dizendo que só estava tentando mudar um pouco o visual.

   – Querido, pra mudar o visual, você vai ter que comprar roupas novas, não acha? – A sra. Muller voltara a digitar no notebook.

Andrew também achou sem sentido a resposta que dera, porém foi a primeira coisa que pensou. Após levar mais alguns minutos tentando decidir o que usar e, no fim, acabar recorrendo a ajuda de Greg e Becky por telefone, Andrew, finalmente, saiu de casa.

A eternidade mordeOnde histórias criam vida. Descubra agora