Capítulo 13

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Andrew fez menção de andar até Kai, mas Becky segurou-o pelo pulso, com olhos semelhantes aos da coruja do vampiro. Tranquilizando-a, Andrew lhe disse que Kai não os machucaria, mesmo que ainda não tivesse certeza daquilo, e aproximou-se dele.

   – Eles são meus amigos. Eu chamei eles pra cá porque aqui eles estarão seguros. – Andrew olhou para fora da casa, deixando Kai passar por ele. – Onde estão os meus pais?

Kai e Shawn se encaravam como se a qualquer momento fossem iniciar uma luta. Todavia, o asiático balançou a cabeça, e Andrew sentiu os olhos arderem. Aquilo significava que seus pais estavam mortos? Levou as mãos à cabeça, desesperado, e Becky o abraçou.

   – Responde, cara! – Ela gritou, colocando para fora a fala que estava presa entre os espinhos na garganta de Andrew. – Não é hora pra ficar fazendo suspense.

Kai inflou as narinas, mas chegou perto de Andrew, repelindo Becky automaticamente como um imã. Shawn começou a se colocar na frente da garota para protegê-la, mas ela o impediu, puxando-o para seu lado, uma atitude familiar para Andrew. Becky não era do tipo de garota que precisava que alguém a defendesse.

   – Muller, – Kai o segurou pelos ombros, mas seu toque era suave. – quando eu cheguei, não havia ninguém no apartamento. A porta estava destrancada. Eu não pude entrar, mas consigo ouvir os batimentos das pessoas, então soube que não estavam lá dentro. Eu sei que eles não estão mortos.

Andrew ofegou, erguendo o olhar até os olhos do vampiro. Encontrou uma sensibilidade não vista em todo o tempo que estivera com ele antes.

   – Como você sabe?

   – Eu encontrei isso colado na porta. – Kai entregou um pedaço de papel para Andrew.

“Eu amo lidar com presas previsíveis. Confesso que não esperava que seu protetor fosse tentar prender o seu namoradinho. Seria divertido assistir ao estrago que ele causaria na cidade. Mas você, Andrew, agiu exatamente como eu esperava. Estou ansioso para confirmar qual será o seu próximo passo. Seus pais são encantadores e ótimos anfitriões, então nada mais justo que recebê-los na minha casa também. Não se preocupe, eles estão intactos… Por enquanto.”

Sequestrados. Andrew esmagava o papel entre os dedos. Para Viktor, aquilo não passava de um joguinho de xadrez. Estava prestes a dizer a Kai que, se ele lhe informara que estava com seus pais, era porque queria algo em troca, mas Becky perguntou, confusa:

   – Que história é essa de que você consegue ouvir os batimentos dos outros, fofo?

Andrew não sabia se o que iria pedir seria atendido por Kai, mas precisava tentar. Era a única maneira de que acreditassem nele.

   – Eu preciso que vocês não surtem. Como falei, ele não vai nos oferecer risco… – Andrew olhou para Kai, apoiando a mão sobre seu peitoral. – Certo?

Com a mandíbula retesada, Kai assentiu, então Andrew continuou, tentando não deixar os olhares curiosos de Becky e Shawn atrapalharem seu raciocínio:

   – Kai, você pode mostrar a eles?

   – Mostrar o quê, garoto? – Tu não está explicando nada e… – Shawn perdeu a fala.

Ele e Becky deram um passo para trás, impactados com o que viam. Andrew percebeu que Kai exibia as presas, mas, parecendo não querer assustá-los, permanecia no mesmo lugar.

   – Ele é um vampiro. – Andrew contava que Becky, por acreditar em criaturas consideradas fantasiosas, não fizesse muitos questionamentos. – O Viktor também.Foi ele quem matou o Dean no dia em que estávamos na casa dele. Quem salvou a gente foi o Kai.

A eternidade mordeOnde histórias criam vida. Descubra agora