Capítulo 17

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Andrew começava a se questionar se Becky tinha mesmo razão sobre Kai não ser confiável. Ainda encarando aquele olhar inexpressivo, o sacudiu outra vez pela camisa e disse:

   – Anda, Kai! Me explica por que você escondeu isso da gente.

Kai segurou em seu pulso, mas não colocou força alguma. Becky tirou a mão dele de cima de Andrew.

   – Solta ele e fala logo. Se você não queria que a gente soubesse disso, é porque tem alguma coisa a mais do que apenas um simples romance. Ele te acusou de ser traidor. O que você fez?

Kai se levantou e chegou para trás, livrando-se das mãos de Andrew. Andrew olhou ao redor, procurando por Shawn, mas ele havia sumido.

   – Por mais que as coisas tenham mudado bastante de como eram há dois séculos, acredito que vocês não escolheram outra palavra para quem dorme com outra pessoa enquanto estão em um relacionamento. – Kai trincou a mandíbula, encarando Becky. – Ou estou errado?

   – Ah, fofo, pode até não ter mudado essa palavra, mas tenho umas bem melhores pra isso. Quer que eu te diga? – Becky também se levantou, e Andrew se pôs ao lado dela.

   – Então era ele quem se juntava a você lá embaixo? Você não teria duas cadeiras se a pessoa que você levava para lá fosse apenas um humano. – Andrew cruzou os braços.

   – Sim, ele foi um dos que já me fizeram companhia. Eu não falei nada sobre conhecer ele porque não faria diferença. Eu só quero matá-lo e pronto. Vocês estarão a salvo, depois nunca mais me verão. – Kai olhou para o lado.

Shawn retornava discutindo no telefone, então desligou.

   – Onde você tava? – Becky perguntou.

   – Mijando, depois fui inventar uma justificativa para a Ronnie do motivo de eu não ter ido pro bar essa noite. – Ele olhou de um para o outro. – O que aconteceu?

   – Você tem noção de que tem vampiros a solta, shawn? Por que não foi no banheiro dentro da casa? Você podia ter sido atacado. – Becky deu um soco no braço dele. – Homens e suas estupidez. Andrew, eu tenho que ir para casa ver a minha avó. Você vem comigo?

Andrew ainda estava incomodado com o fato de Kai ter dito que nunca mais o veriam. Respirou fundo e, entrando na casa, respondeu:

   – Eu preciso conversar com o Kai. Não tem porque eu ir pra casa se meus pais não estão lá. Se você puder, traz o Alucard, por favor.

Becky não estava nada contente com a dcisão de ele ficar sozinho com Kai, mas não falou nada. Ela e Shawn se olharam, então o grandalhão assentiu, dizendo que dava uma carona para ela.

   – Fica de olho no celular – disse ela, pegando a bolsa no sofá. – Caso eu precise falar com você.

Andrew concordou e aguardou até que eles fossem embora. Kai fechava a porta dos fundos, e Andrew disse:  

   – Se você quiser sumir depois, é um problema seu, mas até lá, preciso confiar em você, Kai. Temos pouco tempo para salvar os meus pais. – Ele percebeu que Kai o seguia, então continuou caminhando para as escadas que levavam até o caixão do vampiro. – O Viktor deixou claro que sabe onde estamos e…

   – Ele pode até saber onde eu estou, mas não acredite quando ele diz que pode ver a movimentação que estamos fazendo aqui. – Ele segurou no braço de Andrew. – Aonde você pensa que vai?

   – Saber quem você é de verdade. O que você mantém trancado naquele baú? Não sou tão idiota pra não saber que um vampiro, forte e com o poder de tirar a vida de qualquer um em um piscar de olhos não trancaria algo a menos que fosse de exxtrema importância ou atée mesmo um perigo para ele. E o que te garante que ele não sabe mesmo o que acontece ou deixa de acontecer aqui?

A eternidade mordeOnde histórias criam vida. Descubra agora