Capítulo 11

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Suplicando para que Greg voltasse para ele, Andrew continuava fazendo carinho em sua face. A visão dos olhos do namorado completamente sem vida lhe causava náuseas. 

   – Amor, eu preciso de você… Por favor… – Andrew ergueu a cabeça e gritou para o asiático: – Faz alguma coisa! Você precisa me ajudar.

O homem deu um passo à frente, assustando um rato que fazia sua refeição na lata de lixo, e estendeu a mão para tocar em Greg, mas andrew, instintivamente a afastou.

   – Você quer a minha ajuda ou não? Toda a sua gritaria chamou a atenção e, daqui a pouco, os curiosos vão chegar aqui. A menos que queira explicar para a polícia porque está em um beco com um cara morto, é melhor deixar eu cuidar disto.

Andrew estava suando, segurando Greg como se caso, por algum motivo, largasse-o, o homem pudesse desaparecer com ele.

   – O que vai fazer com ele? Eu não vou deixar você fazer como fez com o Dean. Ele merece um enterro decente. – Andrew soluçava, olhando para fora do beco.

Mas como explicaria que um vampiro tinha assassinado seu namorado? Ninguém acreditaria. O homem inclinou-se para a frente, ignorando a tentativa de afastá-lo que Andrew fez, e pegou os dois com uma facilidade inacreditável. Jogou o corpo de Greg sobre o ombro e passou o braço em volta da cintura de Andrew.

   – Você vai sentir um enjoo – avisou ele, então tudo ao redor tornou-se borrões de luzes e o cheiro pútrido do beco havia sido substituído pelo cheiro de lavanda e limão..

Quando o grito de Andrew conseguiu ser externalizado, eles já estavam dentro de uma sala. Andrew se sobressaltou ao ver uma criatura esquisita à sua frente e tentou recuar. O homem soltou-o, e ele sentiu as pernas fraquejarem e se apoiou no sofá. Inclinou a cabeça na direção da criatura que vira e se deu conta de que era um quadro. Um quadro enorme e horrendo por sinal.

   – Que lugar é este? A gente deveria ir até a polícia. 

O homem não lhe dava ouvidos. Carregando Greg como um açougueiro leva uma peça de carne sobre o ombro, ele olhou de canto para Andrew e andou para um corredor escuro.

   – Você não está me escutando? – Andrew deu um soco nas costas do asiático, que silvou e mostrou as presas para ele.

   – Nunca, nunca mais faça isso! – O olhar dele endureceu, fazendo Andrew recuar, porém segurar o braço de Greg, que pendia mole sobre as costas do vampiro. – Eu preciso ser rápido. Antes que seja tarde.

Andrew não compreendia o que ele queria dizer com aquilo. O que poderia acontecer de pior do que a morte de Greg? Relutante em deixar o corpo de Greg sozinho com ele, Andrew o seguiu, vez ou outra, reparando no ambiente em que passavam.

O lugar não passava de uma casa comum, apesar de ter uma decoração visivelmente cara. O que mais chamou a atenção dele foram as cortinas pretas, impedindo que qualquer vestígio de iluminação natural entrasse no local. O homem chegou até uma porta e a destrancou. Desceu as escadas, mas Andrew parou no topo delas. 

Não conseguia ver nada lá embaixo. Sentindo que arrependeria-se daquela decisão, tirou o celular do bolso e acendeu a lanterna, então desceu.

O cheiro do ambiente mudou, o que fez a mente de Andrew viajar até um museu de antiguidades que visitara uma vez com Greg. Seus olhos voltaram a se encher d’água. Com o auxílio da lanterna, Andrew conseguia ver silhuetas medonhas por todo lado. Porém não sabia distinguir se era o medo que o estava fazendo ver o que provavelmente não era real ou se aquelas coisas estavam mesmo lá. 

A eternidade mordeOnde histórias criam vida. Descubra agora