– Meu nome é… – dizia o garoto, entrando na casa, mas Kai o agarrou pelo pescoço.
Andrew se aproximou do garoto, aflito pela forma que Kai o estava segurando, mas Greg o segurou.
– Precisamos ter certeza de que ele não tá com nada mesmo. – Greg gesticulou para Kai prosseguir com a revista.
“Tudo bem… Tenho que agir como se nenhum de nós tivesse falado com ele antes”, Andrew andou até Becky, que limpava um corte pequeno no dedo.
– Vem, vamos lavar isso aí. – Andrew passou a mão em volta da cintura da amiga e a levou em direção ao banheiro. – Só termina logo de revistar ele pra sabermos quem ele é.
– Ele vai contar tudo, pode ter certeza. – disse Kai, olhando o garoto nos olhos enquanto procurava debaixo das roupas dele. – Certo… Agora pode falar tudo o que tem pra dizer. Conhece alguma dessas pessoas aqui?
Dentro do banheiro, Andrew e Becky colocaram a mão na cabeça. Era óbvio que Kai usaria sua hipnose para fazê-lo contar a verdade.
– Pelo amor de Deus, Kai! – Greg tentou tirar o garoto das mãos de Kai, mas o vampiro mostrou as presas para ele.
– Não se mete nisso, Gregory. Cansei de você achar que é o líder aqui dentro. – Ele o empurrou para trás, jogando-o na estante de livros, então voltou a olhar para o garoto. – Responda o que te perguntei!
Tremendo dos pés à cabeça, o rapaz continuava com o olhar vidrado nas íris de Kai. Ele parecia ter perdido a fala devido à visão daquelas presas tão próximas do seu rosto.
Becky deu um tapa no braço de Andrew, apontou para o coração dele, então abriu e fechou a mão rapidamente várias vezes. Ela tinha razão. Kai não podia perceber o nervosismo deles.
– Não, eu só ouvi os tiros e vim pra cá. – respondeu o garoto, com a voz trêmula, e Andrew franziu a testa, mas respirou aliviado. – Por favor, cara. Eu só queria ajudar. O que são vocês? Eu juro que se me soltar, eu vou embora e não conto nada sobre o que vi aqui pra ninguém.
O garoto tentava recuar, mas Kai permanecia sério, olhando-o nos olhos por um tempo que pareceu uma eternidade.
– Droga, Kai! – Andrew saiu do banheiro. – Não tá vendo que o moleque tá se cagando de medo? Se não quer perder tempo, hipnotiza ele pra tirar aquelas pessoas lá de fora. E o que pretende fazer com elas?
O medo do garoto transparecia pelo suor em suas axilas e rosto, sem contar nos olhares aterrorizados que ele lançava para cada um deles, praticamente implorando por ajuda.
– Só me certificando de que não era mais um dos enviados do Viktor. – Kai abriu um pouco a mão. – Recolha todas as pessoas que estiverem desmaiadas e, se alguma delas começar a acordar, não hesite em desmaiar elas novamente. Traga elas pra dentro.
O garoto logo correu para longe de Kai, em direção à porta, dizendo que faria o que foi mandado. Becky enxugando o rosto e as mãos em uma toalha, gritou antes que ele saísse:
– Espera! Você não falou seu nome.
O rapaz olhou para Kai, aguardando pela autorização, e o vampiro assentiu.
– É Jay – disse ele e correu para fora.
– Ele não vai fugir? – Greg parou a alguns metros da janela, observando o garoto.
– Não. – Kai parou ao lado dele. – Joguem todos os que ele trouxer lá embaixo.
– Ficou doidão, fofo? – Becky largou a toalha no sofá. – Esqueceu que a Lindsay lá dentro?
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A eternidade morde
RomanceDooms Ville poderia ser considerada a cidade dos sonhos para as pessoas que desejam ter tudo que consideram mais importante para agilizar seus trabalhos. Repletas de prédios e centros comerciais, a cidade abriga uma grande diversidade de pessoas, en...