Capítulo 15

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Andrew estava em um sono profundo na cama de Kai, quando ouviu algo batendo em uma superfície. O sono estava tão pesado que ele demorou alguns segundos até se atentar de que o ruído vinha da janela do quarto. 

Sentindo dores por todo o corpo e um cansaço fora do comum, Andrew se sentou na cama. Becky não estava ao seu lado. “Por quanto tempo eu dormi?”, ele esfregou os olhos. As batidas na janela se repetiram.

Caminhou até ela, mas antes de abrir as cortinas, hesitou. E se fosse Viktor?

   – Drew? – A voz de Greg surgiu baixinha. – Sou eu. 

Andrew escancarou as cortinas. Estava de noite, e Greg abriu um sorriso. Ele não tinha nenhum vestígio dos machucados de antes. 

   – Entra. – Andrew abriu a janela. – Eu achei que você fosse me evitar por muito tempo. 

Ele recuou para que o namorado entrasse e olhou em direção à porta do quarto. Kai apareceria a qualquer momento, afinal, ele provavelmente já tinha ciência da presença de Greg.

   – Eu precisava saber se você estava bem. – Greg não se aproximou. – Você confia no Kai?

   – Você viu que ele tá fazendo de tudo pra ajudar, Greg. Claro que confio.

Greg balançou a cabeça, mas seu rosto expressava que não queria briga.

   – Calma, Drew. Eu não vim brigar com você. Só precisava ter certeza de que podíamos confiar nele. – Ele deixou os ombros caírem e, parecendo não aguentar mais aquilo, soltou um risinho. – Que se dane! Eu quero muito abraçar você.

Greg o puxou, mais forte do que Andrew esperava, e seus corpos se chocaram. Desajeitado, ele começou a se desculpar, mas Andrew o interrompeu com um beijo. Era muito bom sentir os braços do namorado o envolvendo novamente. Andrew não conteve as lágrimas, sentindo que podia desabafar sobre todos os seus medos em relação aos pais, que estavam sob a posse de Viktor.

Ainda de olhos fechados, continuava entregue ao beijo, sentindo a maciez dos lábios de Greg. No entanto, algo estava diferente. Aquele não era o cheiro dele, nem os lábios pareciam os mesmos. Andrew abriu os olhos e quem o abraçava era Kai, sorrindo de forma apaixonada para ele.

   – O que houve? – Kai perguntou, levando a mão até o rosto de Andrew, mas o garoto o afastou, dando um empurrão em seu peito.

   – O que… O Greg… Era o Greg que estava aqui. – Andrew olhava ao redor, mas nada além da pouca mobília estava no quarto.

Ele voltou a olhar para a frente, mas agora Viktor avançava em sua direção, com a mão projetada para seu pescoço e as presas mais longas do que de costume. Andrew tentou correr, mas bateu-se contra a cama e caiu no colchão, gritando por socorro.

Mãos fortes agarraram seus ombros e o sacudiram. Debatendo-se, completamente assustado, Andrew acertou um soco em algo, então foi sacudido com mais força.

   – Muller! Você estava tendo um pesadelo. Calma! – Kai usou de sua força para conter os braços dele antes que levasse outro soco.

Suado e com olhos vermelhos de sono, Andrew ofegava, verificando o cômodo.

   – O Greg? Cadê o Greg? 

Kai fechou a cara, mas Andrew não parava de falar.

   – Ele estava aqui. Ele me beijou,Você me be… – Andrew percebeu o que ia dizer, então se calou, sentindo o rosto esquentar.

   – Eu o quê? – Kai soltou Andrew. – Não tem ninguém aqui além de você e eu.

Acalmando-se, Andrew voltava a raciocinar. Onde estavam a Becky e o Shawn? Que horas eram? 

A eternidade mordeOnde histórias criam vida. Descubra agora