O novo começo...
Minha cabeça doía do tanto que eu pensava.
— A viagem é longa, você já dormiu durante 3 horas e imagino que não esteja com sono — papai comentou.
A verdade era que eu não tinha conseguido dormir por causa da ansiedade, fechei os olhos durante muito tempo para tentar enganar o meu cérebro mas o maldito era muito mais esperto.
— É, não estou com sono.
— Quer conversar? — ele perguntou cauteloso.
Olhei para ele com os olhos semicerrados.
Eu o conhecia.
— O senhor pode perguntar directamente papai — eu disse rindo, pois dava para perceber que ele queria falar sobre algo mais específico.
— Você me pegou — ergueu uma mão em rendição — Eu quero saber sobre a história que você prometeu contar, lembra?
Ah, sim!
A história do Derek e Hudson.
Mesmo sentindo meu coração apertar em alguns momentos, eu contei para ele as coisas que ele precisava saber em relação as coisas que tinham acontecido. E enquanto contava eu me atentava a cada uma das suas expressões.
— Uau! — ele disse surpreso — Confesso que esse Hudson foi autêntico, pessoas normais enviariam mensagens anónimas.
Pior que era verdade.
E era aquela autenticidade que eu gostava nele.
— Esse é o problema papai — resmunguei encostando a cabeça no banco— De todos os garotos daquela cidade, Hudson era o único que parecia ser diferente e é exatamente isso que me deixa tão na dele.
E ele me encarou por breves segundos antes de voltar a olhar para a estrada.
— O real problema é que o fogo que acende rápido também se apaga na mesma intensidade — ele filosofou.
E por mais que me custasse admitir, sabia que ele estava certo.
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Por mais que estivesse cansada e com os pensamentos a 1000km/h, aquela viagem tinha as suas vantagens.
Como, por exemplo conversar sobre muita coisa com o meu pai.
Ao anoitecer, tivemos que parar em uma pousada para poder passar a noite e sair pela manhã.
Já no quarto reservado para mim, pensava se devia abrir a carta de Hudson naquele momento ou não.
Não entendia o porquê de estar tão apreensiva quanto a isso. Talvez fosse medo pelo conteúdo da carta, talvez eu quisesse evitar que ele permanecesse em meus pensamentos pelas coisas que estariam escritas na maldita (bendita) carta.
Então simplesmente optei por pegar no meu celular e deitar na cama.
Enviei uma mensagem para a minha mãe, dizendo que estava bem e que tínhamos parado em um lugar para dormir. E aproveitei para enviar outra mensagem para a Sophie, dizendo a mesma coisa.
"...nisso você pode escolher ter a mesma vida difícil que teve aqui, ou escolher continuar sendo essa garota extrovertida e divertida que você se tornou aqui."
As palavras de Sophie rondavam a minha mente.
Como eu faria para continuar a ser aquela garota?
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Dear (B)romance
Ficção AdolescenteRose mal podia acreditar na situação em que se encontrava. Ela não só tinha ido para uma nova cidade onde conheceria novas pessoas, mas também tinha ido para uma cidade onde teria um estilo de vida completamente diferente do que estava acostumada. S...