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**Capítulo Detalhado:**

Meus olhos estavam me traindo, só podia ser isso.

Eu estava em um carro luxuoso, muito diferente de qualquer coisa que eu esperaria. O couro dos bancos era macio, e o cheiro de novo ainda pairava no ar. Olhei confusa para o meu pai, tentando entender o que estava acontecendo.

— Boa tarde, senhor Clarkson, senhorita — uma voz firme me fez voltar à realidade. Um homem alto, de terno impecável, se aproximava do carro.

— Rose, este é o nosso motorista, Adam — disse meu pai, com um tom de voz casual, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Adam, esta é a minha filha, Rose.

Motorista? Desde quando meu pai tem um motorista? Levantei as sobrancelhas em choque, mas minha boca ficou muda. Um sorriso amarelo foi tudo o que consegui oferecer em resposta ao cumprimento educado de Adam.

— Prazer, senhorita — ele disse, antes de pegar minhas malas e começar a levá-las para dentro da casa.

Aquela era a casa do meu pai. Isso já estava óbvio, mas nada fazia sentido. Era uma mansão, muito maior do que a casa em que cresci. Tudo parecia saído de um filme.

Antes que eu pudesse verbalizar as minhas dúvidas, uma mulher apareceu, quase como se estivesse desfilando em uma passarela.

Ela era linda. Uma mulher negra, de pele retinta, vestindo um vestido vermelho que se moldava perfeitamente ao corpo, e saltos pretos que pareciam desenhar seus movimentos. Seu cabelo castanho caía em ondas suaves sobre os ombros, destacando o colar de pérolas no pescoço. Seus olhos brilhavam com uma energia que parecia iluminar todo o ambiente.

— Vocês chegaram! — ela disse com um sorriso que parecia genuíno. Mas eu estava atônita demais para sorrir de volta.

Essa era a Emma? A futura esposa do meu pai?

Minha mente começou a disparar, tentando encontrar uma explicação. Será que ele contratou todos esses figurantes para pregar uma peça em mim? Não fazia sentido.

— Querida, esta é a Emma — disse meu pai, sem perceber meu estado de choque. — Emma, esta é a Rose.

Por algum motivo, tentei me acalmar. "Confie no seu pai," repeti mentalmente. Mas como confiar em alguém que me escondeu que vivia em uma mansão, tinha motorista e estava prestes a casar com uma "modelo"?

— Eu sou a Emma. Fico feliz por finalmente conhecer você, Rose — ela disse, estendendo a mão para mim.

Eu não consegui evitar a pergunta silenciosa na minha mente: por que demorou tanto para conhecer a filha do seu noivo? Mas mantive isso para mim e me forcei a sorrir.

— O Roger fala muito sobre você — continuou Emma, sua voz suave.

— O meu pai também falou sobre você... e sobre o Henry e o Nicholas — acrescentei, me esforçando para parecer interessada.

— O Nicholas saiu, mas deve voltar em breve. E o Henry está descansando — ela respondeu, o sorriso ainda no rosto.

— Bom...— papai disse, interrompendo o que parecia uma apresentação de fachada. — Foi uma viagem longa. Acho melhor entrarmos para descansar.

Agradeci silenciosamente por essa sugestão, porque a confusão e a exaustão estavam começando a pesar.

Enquanto entrávamos na casa, Emma tentava puxar assunto, e, aos poucos, comecei a perceber que ela não era tão intimidante quanto parecia. Na verdade, havia algo nela que inspirava confiança, algo genuíno. Mas meus pensamentos teimavam em questionar tudo, como se estivessem sempre à espreita, prontos para criticar.

Dear (B)romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora