Dear (B)romance

•7•

— Só de pensar que você não estará comigo...

— Primeiro: a faculdade para onde você vai é privada, isso vai além do orçamento dos meus pais — Sophie me interrompeu — e segundo: oi? Sou a Sophie, a garota que sempre reclamou da escola — disse gesticulando exageradamente.

— Você sabe que só concluí o ensino médio porque papai queria que fosse assim – era verdade – ainda bem que ele concordou em me deixar trabalhar na farmácia dele enquanto decido o que fazer da minha vida.

Ela parecia estar feliz com isso enquanto eu, também estava feliz por estar indo para a faculdade. Era o meu primeiro dia!

— E quanto tempo pretende pensar sobre isso? — ergui uma sobrancelha pousando o celular algures na penteadeira para poder organizar meu cabelo e a maquilhagem.

— Ah Rose, você sabe que em algum momento vai ter que me sustentar — ela brincou me fazendo revirar os olhos.

— O que acha que devo fazer no cabelo? Deixo preso ou solto? — questionei.

A verdade era que eu estava ansiosa, muito ansiosa para saber como seriam as coisas na faculdade.

E se fossem iguais ao ensino médio? – era o que mais me atormentava.

Mamãe tinha ligado para mim às cinco da manhã e por algum motivo ela certamente estava mais ansiosa do que eu para essa nova fase.

— Acho que causará uma boa impressão se deixar ele solto — sugeriu — Você não disse que tem se dado bem com os amigos do seu meio irmão?

É, eu tinha me dado bem com eles, ou melhor com parte dos amigos de Nicholas. Durante as vezes que saímos eu me aproximei de Samantha e William, que na minha opinião eram os mais legais daquele grupo.

— Mas não serão só eles na faculdade, anta — foi a vez da Sophie revirar os olhos.

Toc toc — alguém bateu a porta.

— Pode entrar — eu disse, pousando o alisador por cima da  penteadeira.

— Bom dia, flor — pude ouvir papai dizer e me virei para poder vê-lo.

Ele aparentava estar pronto para sair. Tinha usado um dos ternos iguais que ele usava sempre para ir trabalhar.

— Bom dia papai — eu disse me levantando.

— Só passei para te desejar boa sorte na Universidade — disse — e se lembre que se acontecer alguma coisa, qualquer coisa que for, qualquer problema ou se alguém incomodar...

— Já entendi papai — o interrompi — não irei esconder nada do senhor — garanti-lhe.

Vi como terminou da primeira vez que tinha feito aquilo, e não queria que acontecesse de novo. Ainda mais agora que ele também é um pai para mais duas pessoas.

— Assim espero — ele beijou o topo do meu rosto, me fazendo sorrir.

Era muito bom estar ali com ele, poder desfrutar da sua presença, da sua sensatez. Mas aquilo me fazia pensar em como seria se minha mãe não tivesse cometido o erro que cometeu, porque aí ele não teria se ido embora sozinho, eu estaria tendo o apoio dos dois neste dia.

— Bom dia tio Roger — Sophie se pronunciou alto o suficiente para que me tirasse dos meus devaneios.

Ele caminhou até a penteadeira e pegou no celular. Aproveitei que eles estavam conversando e fui pegar a mochila que usaria naquele dia no closet.

Tinha usado uma calça legging preta,  um cropped também preto com um casaco de jeans azul e tinha calçado um par de tênis branco.

— Bom, Sophie, eu tenho que ir — papai disse ao me ver saindo do closet — Só passei mesmo para desejar boa sorte para a Rose.