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Acordei com um leve cheiro doce no ar, como se o aroma estivesse tentando me puxar de volta à realidade. Abri os olhos devagar, tentando ajustar minha visão à luz suave que entrava pela janela. Levei alguns segundos para lembrar onde estava. O quarto era desconhecido, mas familiar ao mesmo tempo. Joshua. A festa. Seus amigos. Tudo começou a voltar como uma onda suave que vai e vem, trazendo pedaços da noite anterior.

Me virei na cama, ainda envolta nos lençóis macios, e deixei o olhar se perder nas paredes cobertas de pôsteres e fotografias. O quarto de Joshua tinha uma energia própria, uma mistura de aconchego e juventude. Não era apenas um espaço, era um reflexo dele.

Sentei-me na cama, esfregando os olhos para dissipar a sonolência. O cheiro de waffles se tornou mais forte, e meu estômago roncou em resposta. Não pude deixar de sorrir. Joshua sempre tinha uma maneira de transformar os momentos mais simples em algo especial. Mas, enquanto o cheiro doce me convidava a ficar, a realidade começou a pesar sobre mim. Eu precisava ir para casa.

Levantei-me devagar, tentando não fazer barulho. Encontrei minhas roupas espalhadas pelo chão e rapidamente as vesti. A festa na noite anterior tinha sido divertida, mas eu sabia que ficar fora de casa por tanto tempo teria consequências. Meu pai, sempre protetor, provavelmente já estava preocupado. E eu não queria dar-lhe motivos para desconfiar de Joshua, que, até agora, tinha se mostrado uma pessoa tão incrível.

Quando desci as escadas, o som suave de Joshua cantarolando uma melodia qualquer preencheu o ambiente. Ele estava de costas para mim, concentrado na tarefa de fazer waffles, suas mãos se movendo com a habilidade de alguém que já tinha feito aquilo inúmeras vezes. A visão dele, tão despreocupado e sereno, me fez parar por um momento.

— Bom dia — eu disse, tentando não soar tão preocupada quanto me sentia.

Joshua se virou, um sorriso largo iluminando seu rosto ao me ver.
— Bom dia, Rose! Dormiu bem? —

— Sim, muito bem —  tentei corresponder ao sorriso, mas minha mente estava em outro lugar — Joshua, eu preciso ir para casa.

O sorriso dele diminuiu um pouco, mas ele assentiu, compreensivo.

— Claro, eu te levo —  ele desligou a máquina de waffles e se aproximou, segurando minha mão — Você está bem?

Assenti, mas não conseguia esconder a ansiedade na minha voz.

— Eu só... Meu pai vai ficar preocupado. Eu não quero causar problemas.

Joshua apertou minha mão com carinho.

— Eu entendo. Vamos rápido então, para não preocupá-lo ainda mais.

**

O caminho até minha casa foi feito em silêncio. Joshua dirigia com atenção, mas eu podia sentir a tensão no ar. Estava tão imersa nos meus pensamentos que mal notei quando chegamos. A casa parecia mais imponente do que o normal, como se estivesse esperando por mim, ou pior, por nós — dava para notar pela posição dos seguranças, e pelo gesto que fizeram indicando que Joshua devia estacionar o carro lá dentro.

Quando desci do carro, meu coração estava acelerado. Eu sabia que meu pai estaria preocupado, mas não esperava encontrá-lo assim que descesse do carro, os braços cruzados e o rosto sombrio. Sua expressão de alívio ao me ver foi rapidamente substituída por uma mistura de raiva e desapontamento.

– Rose! — ele chamou, sua voz firme — Onde você estava? Sabe que horas são?

Antes que eu pudesse responder, ele lançou um olhar fulminante para Joshua, que ainda estava do lado do carro.

Dear (B)romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora