O som dos meus passos ecoava pelo hall enquanto caminhava em direção à porta principal da mansão. O vento noturno brincava com as folhas das árvores ao redor, e a lua lançava um brilho suave sobre a entrada. Eu me sentia esgotada, tanto física quanto emocionalmente, mas também um pouco mais leve, como se aquela pausa no campo tivesse aliviado parte do peso que eu carregava.
Assim que entrei, fui recebida pelo pequeno Henry, que corria em minha direção com seu sorriso adorável. Seu cabelo castanho-claro estava levemente despenteado, e seus olhos escuros brilhavam de entusiasmo. Ele estendeu os braços para mim, e, sem pensar, me agachei para pegá-lo no colo. Foi quando notei o brilho prateado ao redor do seu pescoço.
Ele estava usando um colar de prata idêntico ao que minha mãe costumava usar. Meu coração deu um salto, batendo de maneira descompassada, enquanto pensamentos disparavam pela minha mente. Será que... seria possível que ela estivesse aqui?
— Henry, onde você conseguiu isso?— murmurei, segurando o pequeno pingente entre meus dedos.
Ele apenas sorriu, sem entender a gravidade da minha pergunta, e apontou para o corredor.
A possibilidade de que minha mãe estivesse na mansão fazia meu coração bater ainda mais rápido. Não conseguia controlar a emoção que crescia dentro de mim. Com Henry firme em meus braços, apressei o passo em direção à sala, onde sempre nos reuníamos. Mas, ao chegar lá, a sala estava vazia. O espaço, que muitas vezes parecia acolhedor, agora me parecia desolado, como se o tempo tivesse parado naquele instante.
—Não, não pode ser — sussurrei para mim mesma, tentando abafar o desapontamento que começava a se instalar.
Mas eu ainda tinha esperança, uma pequena chama que se recusava a apagar.
— Será que eles estão na cozinha?— perguntei em voz alta, mais para me acalmar do que esperando uma resposta.
Caminhei até lá, tentando manter Henry entretido enquanto meu coração batia contra minhas costelas como se quisesse escapar.
Na cozinha, a cozinheira estava conversando animadamente com outra funcionária, suas vozes enchendo o espaço com um tom descontraído e acolhedor. Elas não notaram minha presença até que eu me aproximei mais.
—Com licença — comecei, minha voz mais ansiosa do que eu gostaria — Vocês sabem onde todos estão?
A cozinheira, uma mulher de meia-idade com um sorriso caloroso, se virou para mim.
— Ah, Rose! Eles estão na área da piscina. Acho que você deveria ir lá dar uma olhada.
Meu coração disparou. Uma área que normalmente era tão comum de repente parecia cheia de possibilidades. Uma parte de mim queria correr até lá, mas outra parte estava nervosa demais para dar o próximo passo. E se eu estivesse me enganando? E se eu chegasse lá e não encontrasse nada além do vazio?
Mas não havia como voltar atrás agora. Com Henry ainda em meus braços, caminhei até a porta que dava para a área da piscina. A adrenalina corria pelas minhas veias, e minhas mãos tremiam levemente enquanto empurrava a porta. Assim que saí, fui recebida por uma explosão de vozes cantando "Parabéns pra Você".
Meu coração pulou no peito, cada batida ressoando na mesma cadência da música. Fiquei ali, paralisada, tentando processar a cena diante de mim. Nicholas, Joshua, papai, Emma, Samantha, Will, James, Jennifer, Stephanie e Alexa estavam todos lá, com sorrisos brilhantes e palmas entusiasmadas, cantando a música que eu tanto esperava ouvir. Mas foi no último trecho, quando ouvi duas vozes familiares, que toda a emoção que eu estava segurando transbordou.
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Dear (B)romance
Teen FictionRose mal podia acreditar na situação em que se encontrava. Ela não só tinha ido para uma nova cidade onde conheceria novas pessoas, mas também tinha ido para uma cidade onde teria um estilo de vida completamente diferente do que estava acostumada. S...