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Estava terminando a maquilhagem, quando notei que alguém abriu a porta — Nicholas — e entrou.

— O que você quer? — perguntei olhando para ele, através do espelho.

— Agora é você quem está chateada? — retrucou, cruzando os braços.

Parei o que estava fazendo, por breves segundos, antes de pousar o pincel na penteadeira e me virar para encará-lo de frente.

— Não estou a fim de discutir sobre quem deve ficar chateado ou não, Nicholas, então só diga o que veio fazer aqui — disse, sem delongas.

Estava cansada do comportamento dele, e de tentar fechar os olhos para atitudes negativas que ele demonstrava ter.

— Vim conversar, sobre o que está acontecendo — disse encostando a coluna na parede — Eu tenho agido de uma forma estranha, mas não sou o único.

Arqueei a sobrancelha.

Estava agindo de forma estranha?

— Como assim estou agindo de forma estranha? — questionei, curiosa.

— Tem saído constantemente, tem agido como se fosse uma criança mimada e mal fala com outras pessoas, fora o Joshua — reclamou me fazendo soltar uma risada, desacreditada.

— Eu tenho agido como uma criança mimada? — questionei arqueando a sobrancelha — É você que tem mudado de humor só por eu estar saindo com o amigo do ex da sua namorada! Você já é imaturo, não seja hipócrita também.

Confesso que até aquela altura já não estava medindo as coisas que saiam da minha boca.

— Há quanto tempo você o conhece, Rose? — perguntou olhando seriamente para mim.

Um sentimento de deja vü me preencheu naquele momento, mas tratei de ignorar no mesmo instante.

— Não tanto tempo quanto o tempo em que te conheci, mas isso não me faz gostar menos de você...

— O nosso caso é diferente — me interrompeu.

— Porque somos irmãos postiços? — questionei — Sei de muitos irmãos postiços que se detestam desde o momento em que se conheceram, poderia ter sido igual com nós dois. Mas não é, e é igual com o Joshua, tirando facto de que com ele é algo mais do que irmandade — expliquei.

— Só não entendo o porquê de você gostar dele, Rose — Nico falou num tom quebrado, como se finalmente estivesse a perceber que não me faria mudar de ideias.

— Não tenho a resposta para a sua pergunta — menti.

Porque sabia que se tentasse falar dos motivos que me fizeram gostar dele isso me lembraria dos motivos que me fizeram gostar de David Hudson — não que pensar sobre isso não me fizesse lembrar — e falar sobre isso, em voz alta tornaria tudo mais  real, me faria parecer uma má pessoa por estar com um bom cara só porque me lembra alguém do meu passado.

— Mas essas coisas acontecem, Nico. Eu também não consigo entender o motivo pelo qual você está com a Jennifer — alfinetei — Ela é bonita, com aquele cabelo ruivo de tinturaria, olhos de cor padrão, e o corpo padrão também, mas ainda assim, não dá para perceber o motivo pelo qual alguém como você estar com ela.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Alguém como eu? — perguntou.

E mais uma vez, senti um deja vü. Mas voltei a ignorar.

— É, carismático, legal, sociável, nada intimidador...Quero dizer, a Jennifer é o contrário das suas características positivas, não gosto dela e tenho a certeza de que o Henry também não gosta — fui sincera.

Dear (B)romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora