•22•

6 2 0
                                    


Acordei com um sacolejo leve, mas insistente. Minha cabeça parecia pesada, e meus olhos estavam colados de sono. Tentei me virar para o lado, tentando me afastar da sensação de ser puxada de volta à realidade, mas a voz animada de Sophie interrompeu qualquer chance de voltar a dormir.

— Rose! Acorda, garota! —  Sophie praticamente cantava, sua empolgação contagiando o ambiente.

Resmunguei algo ininteligível, ainda com o rosto afundado no travesseiro, e puxei o cobertor por cima da cabeça, tentando bloquear a luz que entrava pela janela.

— Sophie, eu passei a noite em claro... Me deixa dormir mais um pouco, por favor.

Mas Sophie não se deixava vencer tão facilmente. Ela puxou o cobertor, expondo-me ao ar frio do quarto e me forçando a abrir os olhos. O brilho no olhar dela era impossível de ignorar, e, apesar da irritação, comecei a me sentar na cama, esfregando os olhos para afastar o sono.

— Você não vai acreditar no que te espera! —Sophie disse, a voz carregada de uma animação quase infantil.

Eu sabia que ela não ia sossegar enquanto eu não me levantasse, então decidi ceder, mesmo que um pouco contrariada.

— Tá bom, tá bom, já estou indo — murmurei, ainda sentindo o cansaço pesar sobre mim. Levantei-me da cama e segui Sophie, que praticamente saltitava à minha frente, me puxando pelo corredor em direção ao hall de entrada.

— O que está acontecendo? Pensei que as surpresas tinham acabado ontem — perguntei, confusa e um pouco desconfiada. Mas Sophie apenas sorriu misteriosamente e me pediu para fechar os olhos.

— Confia em mim, vai valer a pena — disse ela, com um tom que não deixava margem para dúvidas.

Suspirei, mais curiosa do que preocupada, e fechei os olhos. Senti Sophie segurar minha mão, me guiando com cuidado pelo corredor e depois para fora da casa. O ar fresco da manhã tocava minha pele, e o barulho suave das árvores balançando ao vento preenchia o silêncio.

Paramos de repente, e Sophie me soltou.

— Agora pode abrir os olhos!

Eu abri os olhos, e por um segundo, o mundo ao meu redor pareceu parar. Diante de mim, havia um carro. Não qualquer carro, mas um belo BMW Série 3, com uma pintura metálica em um tom cinza escuro e uma enorme fita vermelha amarrada ao redor dele. Meu queixo caiu, e eu quase perdi o equilíbrio, o impacto da visão me atingindo com força.

— Não... pode ser — murmurei, incrédula, enquanto meu coração acelerava. Eu mal conseguia acreditar no que estava vendo.

O barulho de passos atrás de mim me trouxe de volta à realidade, e me virei para ver meu pai se aproximando, com um sorriso satisfeito no rosto. Ele parecia orgulhoso, como se estivesse aguardando exatamente essa reação.

— Rose, — ele começou, sua voz firme e ao mesmo tempo carregada de carinho — você cresceu, está construindo sua vida, e acho que era necessário que você tivesse seu próprio carro. Espero que isso te ajude a alcançar ainda mais seus sonhos.

Eu fiquei sem palavras. Não conseguia encontrar nada para dizer que pudesse expressar o que estava sentindo. Apenas corri para abraçá-lo, apertando-o com força, as lágrimas começando a se formar nos meus olhos.

— Obrigada, pai... Eu nem sei o que dizer. Isso é... é incrível!

Ele riu, passando a mão carinhosamente pelos meus cabelos.

— Você merece, Rose. E sei que vai cuidar bem dele.

Minha mãe também estava por perto, seus olhos brilhando de felicidade por mim. Soltei meu pai e a abracei também, sentindo uma onda de gratidão e amor por tudo que eles estavam fazendo por mim.

Dear (B)romanceOnde histórias criam vida. Descubra agora