- Humm. - River olhou para o umbral da minha porta.
Lá embaixo, o jantar estava quase pronto. Meu estômago estava roncando. Eu me sentia uma covarde chorona.
- Não é nada, tenho certeza. Eu estava imaginando coisas.
- Não - disse River - Não estava.
- Não vejo nada.
Ela olhou para mim.
- Mas você sentiu alguma coisa. Alguma coisa que fez você não entrar.
Parecia besteira. Eu não sabia se agora estava com medo de tantas coisas (Incy, Reyn, o escuro, eu mesma, minha história) que estava vendo perigo em todo lugar.
River enfiou a mão no bolso e pegou uma pequena e bela caixa de prata, entalhada na tampa havia uma cena de caça. Pensei que ela devia colecionar peças de prata havia séculos. Dentro da caixa vi um pó fino, cinza-esverdeado. Um pequena colher de prata estava guardada na parte de dentro.
- Cocaína estragada? - Palpitei.
Ela balançou a cabeça, pegando a colherzinha e juntando um pouco do pó. Murmurou algumas palavras, depois ergueu a colher e soprou com força. O pó voou pelo ar em direção à porta, dei um passo para trás rapidamente, quase sem ar. Havia símbolos ao redor de todo o umbral da porta. Aquilo tinha iluminado os símbolos, e agora eles brilhavam emanando uma leve luz prateada. Alguns eram runas, mas eu não conhecia a maior parte deles.
- O que é isso tudo? - perguntei.
River os estava examinando.
- Sigils. Feitiços. - Ela se agachou, seguindo os símbolos com o dedo.
- Para quê?
- Não são muito poderosos - disse ela, ficando em pé. - E não são mortais. Foram feitos para trazer má sorte para você. Para que tropece e quebre o tornozelo, ou perca suas chaves, ou queime alguma coisa na cozinha. Para que sofra um pequeno acidente de carro. - Ela inclinou a cabeça para o lado, pensando. - Hum.
- Então foi isso que eu senti? Esses... feitiços? E eles teriam funcionado se eu tivesse entrado?
Quem tinha feito aquilo? River disse que fizera feitiços na casa para que Incy não pudesse me encontrar. Eu ainda achava difícil acreditar que ele soubesse esse tipo de magick. Então Reyn? Quem mais? Nell? Ela tinha ficado irritada de manhã, quando Reyn surtou.
River concordou.
- Teriam efeito na primeira pessoa que passasse por essa porta. É difícil acreditar que você os sentiu. São bem fracos. - Ela fez uma pausa, parecendo pensativa. - Estou pensando... Acho que Asher podia ser útil aqui.
Como se combinado, ouvimos passos na escada e momentos depois ele apareceu.
- Está precisando de mim? - perguntou ele.
River rapidamente explicou a situação. Asher franziu a testa quando viu os sigils, parecendo surpreso, e depois pareceu ainda mais surpreso quando River contou que os tinha sentido.
Ele ficou ali parado por um minuto, as sobrancelhas castanhas franzidas entregando que estava em um momento de reflexão. Ele coçou a barba curta. Por fim, olhou para frente.
- Tem coisa lá dentro. Foi isso que ela sentiu.
- Alguma coisa lá dentro? - repeti - Tipo, um tigre? O que tem lá dentro? É meu quarto!
- Certo, então vamos anulá-los. - River parecia firme e objetiva.
- O que tem lá dentro? - Eu quase gritei. Meu amuleto estava lá dentro.
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Amada Imortal
Teen FictionQuando se vive por mais de quatrocentos anos , não é fácil se emocionar. Tudo é embotado, visto através de uma lente suja pelo tempo. Pelos erros. Pelas perdas... Nastasya passou as últimas décadas vivendo no limite. A próxima festa, o próximo gole...