E se Muichiro Tokito tivesse um destino diferente, o que aconteceria se ele passasse de caçador para oni na luta que deveria levá-lo a morte? Tornando-se assim o último demônio.
A corva fez seu vôo até pousar no pulso do pilar que estendeu-o para que ela fizesse. Assim que a mesma chegou ele lhe fez um pequeno carinho em sua cabeça, arrancando um suspiro dela que adorava afagos, mas não de qualquer pessoa, nunca deixaria um qualquer remexer em suas belas plumas.
- Err.... - resmungou Tokito.
- Ginko - lembrou a de penas negras, sabendo que o outro havia esquecido seu nome.
- Ginko... como estão.... as pessoas? - o demônio não se lembrava de quase ninguém que havia conhecido antes de sua transformação, porém sabia que eram seus amigos e que cuidavam de Ginko.
- Está falando dos Kamado e os outros? Eles estão bem! Nezuko e Zenitsu acabaram de começar o noivado! - o de cabelos compridos não reconhecia quase nenhum daqueles nomes pronunciados, no entanto prestava atenção pois sabia o quanto a corva gostava que lhe escutassem.
- Aoi está um pouco preocupada com sua gravidez, já que sabe que seu marido não é nada delicado, e eu concordo, aquele javali está mais para um animal irracional do que para um humano - continuava a contar, parando ao ver o olhar confuso do oni que falhava na tentativa de acompanhar suas palavras.
- Noivado.... gravidez? Quem é Zenitsu? - não se lembrava de nada dessas pessoas, fazendo Ginko suspirar preocupada.
- Eu te contei sobre isso a dois dias!! Sua memória está realmente muito pior! Antes de sua transformação ela havia até apresentado melhora. O que aconteceu? - perguntou a de olhos grandes, deixando seus assuntos de lado para focar no outro a sua frente.
- Eu não sei, é como se tudo o que vivi antes de me tornar um demônio estivesse partindo aos poucos de minhas lembranças - sua cabeça estava uma completa névoa.
E isso era triste, não queria esquecer seus amigos, sua vida e até a si próprio.
- Durante os dias em que sua memória melhorou você me disse que foi por causa de alguém. Se eu soubesse quem é, iria buscá-lo agora mesmo para você poder recordar novamente - falou ela angustiada ao ver o estado de seu parceiro, logo indo para seu ombro para esfregar seu rosto no dele como sinal de apoio.
- Seria bom - seria bom lembrar novamente, e saber as coisas que ele mesmo não sabia mais sobre si.
Estava se tornando um desconhecido.
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"Kanamori-san posso dormir na casa de Paan-kun hoje?" Foi o que o ferreiro pediu esta manhã para o mais velho, que lhe deu permissão, já que de vez em quando o garoto gostava de passar a noite na casa dos amigos. Entretanto hoje isso não se passou de uma desculpa para que o outro não desconfiasse do verdadeiro paradeiro do garoto.
Foi trabalhar pensando na aposta que fez com o acastanhado, não estava com medo, mas estava preocupado, precisava fazer tudo sem ser descoberto.
- Você vai precisar ir ao por do sol e voltar somente ao raiar do dia - lembrava do dia anterior em que ditava as regras da aposta junto de seus amigos.
