O de longos cabelos havia andado por muito tempo, precisamente por horas. Sempre seguindo a corva que já estava exausta de bater suas asas, mas não parará pois o garoto necessita de ajuda. Já haviam chegado a cidade, pois a mesma não era muito distante da aldeia dos ferreiros, então mesmo que não pareça, algumas horas de caminhada eram o bastante para chegarem aonde estão.
O oni ainda utilizava sua capa cobrindo seus chifres e qualquer traço que entregue sua identidade, começando a sentir-se exausto pelo fato de que pouco se alimentou antes de uma batalha e um longo percurso, necessitava de alimento, e mais ainda, de um local mais tranquilo onde seus ouvidos extremamente sensíveis não doam por serem expostos a tantas vozes e barulhos ao mesmo tempo.
Era estranho estar em um lugar assim alguém que fazia anos que não via mais do que duas ou três pessoas por semana, vagando por uma floresta cinza e sem ninguém, cujo ganhou um pouco de cor só após o aparecimento do ferreiro. Os cheiros, os sons, as luzes, as pessoas e a limitação de espaço eram demais para si, o deixando atordoado.
Olhava para os lados sentindo-se tonto com tantas luzes em seus olhos que preferiam o escuro, as incontáveis pessoas daquela cidade não paravam de falar e o espremer entre elas, o que o deixava perdido e um tanto irritado. Porém assim como Ginko não podia se entregar a essas coisas, pois seu pequeno garoto estava desacordado em seus braços mantendo-se forte esperando por socorro.
Kotetsu era Forte.
A ferida dele não sangrava mais, no entanto o ferreiro ainda necessitava de cuidados pelo sangue que perdeu, e Tokito não medirá esforços para ajuda-lo, por isso não hesitou em seguir a emplumada quando a mesma voou para dentro de um beco.
Com um pouco de dificuldade passou pelas pessoas que o empurravam e pisavam em seus pés na rua lotada, sempre tomando cuidado para que os mesmos não machucassem o pequeno Kanamori, o escondendo debaixo de sua capa entre seus braços, exatamente como um pássaro faz com seu filhote.
Sentiu-se livre quando entrou para o lugar pouco habitado onde o pássaro falante sobrevoava, era uma rua onde a cada passo que dava menos pessoas eram vistas, causando estranheza por um lugar assim ser tão próximo de uma superlotação. As vozes das pessoas iam desaparecendo dando espaço para o completo silêncio, onde apenas o som de seus passos, o bater de asas e a respiração cansada de Kotetsu eram ouvidos.
Andava apenas olhando para cima afim de não perder a de penas negras de vista, pois estava perto do amanhecer, e a última coisa que queriam eram contratempos que colocasse a sua vida e a do garoto em seus braços em risco. Por conta disso, se assustou quando deparou-se de repente com um muro de tijolos perante seu nariz, fazendo dar alguns passos para trás com um rosto confuso e olhar em volta, se dando conta de que alí era o fim daquela rua e não tinha mais para onde ir.
- Estão perdidos? - o oni ouve uma voz masculina vindo por detrás das sombras de algumas árvores, o fazendo olhar diretamente na direção do som, apertando o menino em seus braços afim de protegê-lo de qualquer perigo.
Qualquer pessoa comum não veria nada além de uma silhueta de olhos claros roxo-acinzentado brilhantes, perfeitamente escondida atrás das sombras. Todavia o de chifres podia ver perfeitamente um garoto de cabelos verde, cujo o brilho dos olhos tão penetrante quando seus próprios não deixava enganar que se tratava de outro oni.
- Yushiro! Finalmente te encontramos! Sou Ginko, sei que me conhece, estive aqui uma vez com os Kamado - disse a de longos cílios, pousando entre os dois antes que Muichiro tivesse a chance de falar algo, então este era Yushiro.
Ao vê-la o garoto sai de seu esconderijo se revelando completamente, entretanto com um rosto nada contente, parecendo não se agradar com a visita inesperada deles, fazendo uma careta tanto para a corva quanto para o de capa a sua frente.
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O último demônio • Armyotaku (Concluída)
Fiksi PenggemarE se Muichiro Tokito tivesse um destino diferente, o que aconteceria se ele passasse de caçador para oni na luta que deveria levá-lo a morte? Tornando-se assim o último demônio.