capítulo11_Não vá lá

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O ferreiro bateu algumas vezes na velha porta de madeira mas ninguém o atendeu. Pelo visto aquela cabana estava de fato abandonada, por isso decidiu entrar girando a maçaneta ele mesmo, surpreso de ver que estava destrancada.

Se não havia dono não tinha problema dele explorar a residência.

A porta fez um rangido alto ao ser aberta por conta da falta de óleo nas dobradiças, e com cautela e máxima atenção o garoto olhou ao redor. Estava vazio, escuro, silencioso e aterrorizante, não havia ninguém alí.

Ou pelo menos não dava para ver ninguém alí.

Ou pelo menos não dava para ver ninguém alí

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(Alguns momentos antes)

O de olhos claros sentado no mesmo lugar onde passou o dia inteiro entediado começou a ouvir ruídos vindos do lado de fora da casa, porém não deu muita atenção por ser natural de vez em quando a passagem de algum animal rondando ela.

No entanto seus sentidos o alertaram quando de repente ouviu toques na porta. Não, não pode ser, quem estaria batendo? Será que este tempo sozinho e isolado está o deixando louco? Pois não há ninguém nesta floresta para bater-lhe a porta.

Entretanto sua teoria de que sua insanidade está instável se abalou quando ouviu mais toques, desta vez com mais força. Fazendo ele se erguer de onde estava para olhar a porta fechada a fazer barulho, seja lá quem for não deve o ver de maneira alguma.

Por isso saiu de onde estava para esconder-se nos fundos da cabana, onde tinha um velho guarda-roupas caindo em pedaços sendo consumido pelos cupins, mas que poderia servir de esconderijo. E assim fez, entrando dentro do mesmo sem pensar duas vezes, fechado sua porta no mesmo instante em que ouviu o ranger da outra.

Ficou em silêncio total, focando apenas em sua audição que pode escutar sons de passos humanos a entrar na residência vagarosamente. Ansiava ver quem invadia sua casa, por isso espiou por uma das pequenas fendas quebradas do guarda-roupas, pondo alí um de seus grandes olhos claros apropriados para o escuro para vê-lo.

Entreabriu os lábios quando notou que se tratava do mesmo garoto que jogava pedras no lago na noite passada, deve ter vindo atrás de sua máquina. Parecia não estar nem um pouco assustado por estar sozinho em uma cabana desconhecida no meio do bosque, pelo contrário, apesar de sua máscara parecia bem curioso, olhando ao redor admirando cada detalhe do misterioso local.

Ele era tão familiar, não sabia se estava feliz ou nervoso pelo mesmo ter descoberto a cabana. Queria tanto saber de onde o conhece, se eram íntimos ou não, curioso para descobrir se o garoto também o reconhecia.

Porém isso é impossível.

Observou o mesmo a olhar sua casa mais profundamente, se surpreendendo a ponto de comemorar de alegria ao encontrar seu objeto perdido jogado em um dos cantos da cabana, suspirando aliviado por estar intacto. Reconhecia aquela voz e principalmente aquela risada, um tanto infantil mas ao mesmo tempo gostosa de se ouvir e contagiante.

O último demônio • Armyotaku (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora