{Quanto tempo o coração leva pra saber que o sinônimo de amar é sofrer? No aroma de amores, pode haver espinhos.
É como ter amores e milhões, e ser sozinho...}O de olhos claros correu até o quarto carregando a ave falante em seu ombro, eufórico por finalmente ter a notícia de que o mesmo havia acordado, batendo as grades do local fortemente ao vê-lo tentando se sentar na cama, onde estava logo olhando na direção do som para crescer um sorriso esgotado no rosto.
- Kotetsu-kun! - rapidamente com os olhos inundados o oni corre para os braços do garoto, tão veloz que fez a corva se desequilibrar e cair de seu local de pouso, só não indo ao chão por ter asas e conseguir voar, batendo-as antes do acidente.
Muichiro se atira contra o colo do humano, rodeando os braços pela cintura dele, era raro vê-lo demonstrar sentimentos tão abertamente, de fato gostava muito desta criança. Era o que pensava Ginko enquanto batia suas asas em pleno ar, e os admirava, vendo o mesmo acariciar os longos fios de seu garoto com um largo sorriso.
- Eu devo deixá-los as sós, irei encontrar Yushiro e dizer que o garoto já está desperto - falou a emplumada em vão, pois nenhum dos dois pareceu ter lhe ouvido, presos em seu próprio mundo de amor. Fazendo a mesma suspirar pensando o quão bobos eram antes de se retirar do local.
- Me desculpe Kotetsu-kun, fiquei com tanto medo. Você está bem? - o ferreiro se surpreendeu com a fala do maior, alegando em alta voz que sentiu medo, mas logo olhou em volta vendo que deve ter acontecido muitas coisas enquanto estava desacordado.
Não se arrependia de ter entregado seu sangue ao de chifres, ou de ter tentado o ajudar mesmo estando ferido. era mais forte que ele próprio, quando se dava conta, seu corpo e mente já estavam agindo. Apenas se preocupava com Kanamori, pois como o mesmo deve estar nesse momento? Não queria causar distúrbio em sua figura paterna, porém como sempre acontecia, quando via Tokito em apuros corre para o socorrer.
- Claro que estou bem!! Não sou frágil!! - disse fingindo uma voz zangada, enquanto erguia a manga de suas vestes para exibir seu braço sem músculo algum, tentando causar algum riso no outro que retirasse o sentimento de culpa no mesmo, pois a última coisa que gostaria que ele fizesse era se culpar pelo que aconteceu consigo.
Viu ele olhar para si com um rosto cujo não sabia identificar, sim, era sempre muito difícil saber o que ele realmente estava sentindo com seu rosto inexpressivo, contendo em seu olhar brilhante um pouco de medo, tristeza e arrependimento, porém também podiam ser encontrados alívio, contentamento, carinho e.... Amor.
O mesmo olhava penetrantemente para os escuros olhos do pequeno Kanamori, chegando até a hipnotiza-lo com tamanha beleza e imensidade de vasto. Como um oceano azul-esverdeado, cujo não importa o quanto explore, nunca descobrirá todos os mistérios de suas profundezas. E o céu noturno nos olhos do outro, tão negro que faziam os pequeninos pontos brilhantes reluzirem assim como estrelas, da mesma forma que um espelho faria, ver seu reflexo neles era como se prender em seu ser, querendo se afundar apenas mais e mais até perder-se de si.
Azul-esverdeado e preto é a mesclagem perfeita.
Em um movimento apaixonado, o demônio cola sua boca na do garoto, com uma das mãos apoiada nas bochechas rosadas do mesmo e a outra rodeando sua cintura, colocando um dos joelhos sobre a cama para se achegar mais ainda no menor, que não esperava tal movimento repentino, apenas fechando os olhos para aproveitar o aquecer da pele alheia em seus lábios.
O que era para ser um simples toque passageiro foi tomando forma de um beijo mais elaborado, com o mais novo passando os braços pelo pescoço de Muichiro que se achegava mais ainda, querendo matar as saudades que sentia do mesmo, se perguntando como conseguiu viver dois anos inteiros longe daquele garoto, se agora um dia sem falar com o mesmo já era o bastante para massacrar seu coração, o deixando vulnerável.
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O último demônio • Armyotaku (Concluída)
FanficE se Muichiro Tokito tivesse um destino diferente, o que aconteceria se ele passasse de caçador para oni na luta que deveria levá-lo a morte? Tornando-se assim o último demônio.