Borboleta

Capítulo 47

Palavras: 3.228
5 de março de 1995. Hogwarts.

A aula de Poções sempre foi, sem falta, a aula mais silenciosa que Harry teve que suportar. Nunca havia barulho, ou quando havia algumas conversas abafadas ou sussurradas, o Professor Snape rapidamente as encerrava. Geralmente com um tapa na nuca, ou através do encaixe de muitos, muitos pontos da casa e um meio insulto bem formulado que alguns poderiam confundir com um elogio, até que a compreensão se instalasse vinte minutos depois e fosse tarde demais para proferir. um retorno (isso provavelmente os levaria à detenção de qualquer maneira). A voz de Snape ocasionalmente quebrava o silêncio, ou o 'assobiar, assobiar' de uma concha mexendo qualquer poção que eles estavam preparando, ou o rugido das chamas do queimador. De vez em quando, alguém deixava cair alguma coisa, mas tinha muito medo de derrubar a cadeira no chão para se abaixar e pegá-la, e ficava ali sentado, sem jeito, por um momento, sob o olhar intenso do professor, até se lembrar que tinha magia e poderia levitar o ingrediente caído de volta para sua mesa.

Mas nunca antes o silêncio foi quebrado pelo som da porta da sala de aula se abrindo e ricocheteando na parede. Todas as cabeças na sala olharam para cima, virando-se na direção da porta e do homem ali enquadrado. A boca de Snape se curvou e suas mãos cerraram, enquanto ele se virava para encarar o intruso.

Igor Karkaroff já estava com a manga esquerda do manto meio levantada, o braço estendido na direção de Severus enquanto avançava para dentro da sala. Harry o observou com os olhos semicerrados, captando as palavras murmuradas enquanto o homem sibilava baixinho, percebendo que havia uma turma cheia de adolescentes o observando. Ele não disse mais nada além de “Severus está de volta!” ele gritou enquanto abria a porta da sala de aula, mas Snape parecia pronto para matá-lo.

O mestre de poções agarrou Karkaroff e começou a arrastar o Grão-Mestre de Durmstrang para fora da sala de aula. Harry se virou em sua mesa, observando os dois homens caminhando pelo corredor, um empurrando e o outro tentando, sem sucesso, puxar ainda mais a manga para provar seu ponto de vista. Snape agarrou o braço, puxou-o até a manga rolar para baixo e então se inclinou bem na cara de Karkaroff e rosnou: “Seu homem estúpido. Saia da minha frente."

“Mas Severo!” Ele tentou protestar, estendendo a mão para segurar a frente das vestes de Snape. Igor ergueu os olhos, olhou por cima do ombro de Snape por um momento e encontrou o olhar de Harry.

Harry o observou, os olhos cravados nos seus durante aqueles momentos, enquanto sua mão direita segurava o espaço em seu braço esquerdo onde a Marca Negra poderia um dia ir. Snape tinha um, embora Harry nunca o tivesse visto, Lucius tinha um e Evan tinha um, e ele estava intimamente familiarizado com Lucius, pelo menos para reconhecer um quando o via. Apesar de ter visto apenas a metade inferior da marca, Harry sabia que Karkaroff tinha uma, e que a sua (como muitas outras) estava começando a ficar preta novamente; não é mais o lembrete desbotado da ausência e derrota temporária de Lord Voldemort.

Ele estava voltando. E Karkaroff ficou assustado com isso.

Snape pareceu notar a falta de atenção de Igor e virou a cabeça para olhar para trás. Ele olhou para o rosto de Harry, o olhar confuso, mas atento que o menino exibia, e depois para a maneira como ele esfregava o braço esquerdo. Snape suspirou, empurrando Karkaroff mais uma vez antes de soltá-lo. A porta se fechou na cara do Grão-Mestre, e o Professor Snape lançou um olhar furioso para seus alunos, com os braços cruzados diante do peito.

" Continue ", ele sibilou, estreitando os olhos enquanto todos se viravam para fazer o que ele mandava, exceto Harry. O parceiro de Harry, um colega da Corvinal, cutucou o garoto nervosamente, mas Harry continuou a observar seu professor em vez de sua poção. “Detenção, Potter. Comigo, esta noite. Agora, continue.”