23 | 2 Souls On Fire

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O título faz jus ao cap, mas nao eh a alma que ta pegando fogo 🤓

Eu entrei no hotel exausta, e nem me preocupei em acender as luzes. Me joguei de qualquer jeito no sofá e fechei os olhos, sentindo meu corpo agradecer pelo pequeno alívio concedido pela maciez daquele móvel.

Eu estava em Nova York, e havia terminado a gravação da primeira parte do clipe de Crown On My Head. Dois dias antes eu havia assinado o contrato de cinco anos com a RCA, sujeito à renovação no final dele. Peter Edge perguntou se eu queria soltar a música junto com o clipe, ou se eu queria soltar a música sozinha.

Se eu escolhesse a segunda opção, em menos de uma semana Crown On My Head já estaria no ar. Mas eu queria o serviço completo e, já que ele ofereceu a criação do clipe, que por sinal já estava roteirizado pela formidável equipe criativa da RCA, eu aceitei. Adiantamos ao máximo e, graças ao patrocínio com a Shin Motor Company, eu seria a primeira artista da gravadora a fazer o merchant da empresa do pai de Ryujin conforme acordado, usando um dos carros da SMC no clipe de Crown On My Head.

Estava empolgada, embora muito cansada. Apenas a primeira parte do clipe, gravada numa mansão meio rústica, já havia me levado ao ápice da exaustão. Eu só imaginava como seria quando fosse gravar as demais. E eram muitas, em vários cenários diferentes

Mas era incrível. A troca de figurinos, a maquiagem, a atuação... Eu estava vivendo um sonho, literalmente. E minha felicidade era tão imensa que naquele momento, nada poderia me abalar. Nada.

De olhos fechados e afundada no sofá, eu sorri. Eu estava nervosa pro resultado final e ainda mais nervosa pro lançamento do clipe, mas era um
tipo de nervosismo muito bom. No dia seguinte iriamos gravar outra parte dele, e isso se seguiria pelo resto da semana, até que eu fosse liberada pra voltar pra Los Angeles e, só quando tudo tivesse editado e pronto, retomar pra NY e estar presente junto com a RCA no lançamento do mesmo.

O empresário que Peter Edge designou pra mim, Steve Jackson, já estava montando uma agenda com meus compromissos que seriam muitos, para a divulgação da música. Ele prometeu que se tudo corresse conforme o planejado, em menos de um mês após o lançamento a música seria um estouro, pois era boa e a RCA tinha um belo histórico no que dizia respeito ao alavancamento da carreira de seus artistas na Indústria Musical.

Eu havia entrado no barco, agora era só deixar o vento me levar.

Dali duas horas eu teria um jantar com Jackson para que ele pudesse saber mais sobre mim e, assim, fazer com que todos os focos de divulgação soubessem minhas exigências em entrevistas e coisas do tipo. Eu estava boquiaberta com tudo aquilo, mas era bom ter alguém que fosse cuidar de mim e sempre buscar o melhor pra mim naquele meio onde eu ainda estava grandemente perdida. E Jackson era um tanto quanto acelerado e um pouco assustador, mas também era engraçado e compreensivo. E já começamos aquela parceria com o pé direito.

Ergui o celular até os olhos, forçando-os a se abrirem. Eram dezoito e trinta e dois. Começava a escurecer do lado de fora, e a esfriar também. Diferente de Los Angeles, Nova York tinha um clima bem gelado. Eu tinha certeza que a qualquer instante cairia neve, dada à coloração do céu.

Procurei Ryujin nos contatos e disquei seu número. Ela havia pedido que eu ligasse quando terminasse de gravar a primeira parte do clipe, pra saber como foi. Iniciamos aquele ritual de ligações todo fim de tarde desde a minha chegada à Nova York e inclusive antes de dormir.

Ela atendeu no segundo toque e seu rosto surgiu na tela. Eu sorri, esfregando os olhos Ela sorriu de volta

Como foram as gravações? — Perguntou, se jogando na cama de seu apartamento.

You Give Love a Bad Name | RYEJI Onde histórias criam vida. Descubra agora