18 | Afraid Of Letting Go

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a mídia é o píer de santa monica, o lugar em que elas estão, pra quem não conhece. também é o lugar onde a yeji iria fazer a audição no dia daquela festa da ryujin, pra quem não se lembra.

Meu corpo estava afundado na cama, braços abertos e olhos atentos mirados no teto branco. O sol atravessava a parede de vidro e deslizava pela minha pele, aquecendo cada pedacinho exposto.

Minha mente estava livre de pensamentos, completamente tranquila.

Eu estava tão imersa no nada, que quase não escutei a porta se abrindo e os passos que estalaram enquanto se aproximavam de mim.

O rosto de Lia surgiu no meu campo de visão. Ela mordeu o lábio e, sem precisar de permissão, se arrastou pela cama e deitou ao meu lado, jogando um braço por cima do meu abdômen.

Seu nariz tocou minha bochecha e seu corpo se juntou completamente ao meu.

Ficamos assim por um grande período de tempo, sem falar, apenas dividindo aquele confortável clima silencioso. Ela quebrou o momento um bom tempo depois, ao perguntar:

— Você está bem?

Suspirei, piscando algumas vezes e abrindo as comportas que haviam prendido meus pensamentos até então, deixando que eles voltassem a circular
livremente pela minha cabeça.

— A secretária já está lá. — Falei. — Na mansão.

Lia me apertou um pouco mais, como ela sempre fazia quando tentava me ajudar a me sentir melhor ou quando falaria algo de que talvez eu não fosse gostar.

— Eu sei como tudo isso é difícil pra você, Jin, mas você precisa entender que seu pai seguiu em frente. E é isso. Não é algo que você pode mudar. Ficar se afligindo não vai te ajudar em nada.

Algo que eu não iria gostar, então.

— Está dizendo que eu devo simplesmente aceitar? — Perguntei, um pouco seca demais.

Lia passeou os dedos num carinho gentil pela lateral do meu corpo.

— Jin, seu pai ama a Joanna. Isso é evidente. E ela também o ama.

Eu ri com escárnio.

— Ela ama o dinheiro dele.

— Você não sabe disso. — Jisu retrucou com tranquilidade. — Mal trocou duas palavras com a mulher. E ela pode ser mãe da víbora da Mia, mas eu não acho que seja como a filha. Eu vi nos olhos dela que ela realmente gosta do seu pai.

Eu bufei, sentindo um incômodo cada vez maior subir pela minha espinha.

— Tenho a impressão de que ler tantos livros de romance está começando a mexer com o seu psicológico, Jisu.

— Existe um brilho muito específico no olhar de alguém apaixonado. — Disse ela, ignorando meu comentário. — E eu consigo distinguir esse brilho.

— Aham, é claro que sim. — Zombei.

— Estou falando sério. — Lia insistiu. — E eu sei que no fundo você se importa com a felicidade do seu pai, embora não admita pra si mesma.

Eu virei meu corpo de lado, encarando minha amiga com gelo nos olhos. Ela sustentou meu olhar sem vacilar.

— Ele matou minha mãe, Jisu. — Falei com a mandíbula trincada. — Eu o odeio.

Eu rolei pra longe de seu toque e fiquei de pé, ajeitando minhas roupas e os cabelos enquanto pegava as chaves do Porsche no criado-mudo.

— Onde você vai? — Lia perguntou com o que parecia ser medo na voz.

You Give Love a Bad Name | RYEJI Onde histórias criam vida. Descubra agora