21 | Living Proof

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Eu tentava girar a chave na fechadura do loft e falhava miseravelmente. As mãos de Ryujin tornavam tudo impossível, porque eu não conseguia me concentrar em nada mais além da forma como elas passeavam pela minha pele e do frio na barriga que deixavam pra trás.

Aquela boca contornando meu pescoço, aqueles dedos deslizando ao longo da minha coluna, e principalmente aquela coxa que se esfregava em mim e aumentava em proporções enormes minha vontade honesta de tê-la comigo eram de matar qualquer um.

Eu ainda não sabia se era o certo a se fazer, mas eu confiava nela. Sentia que podia confiar. Eu queria muito acreditar que suas intenções comigo eram as melhores e concordei que deveria me dar uma chance de, pelo menos uma vez, parar de ver a vida com desconfiança.

Ryujin me garantiu que a brincadeira na festa foi isso: apenas uma brincadeira. E eu me considerava uma pessoa madura o suficiente para lhe dar o ar da dúvida. Era de Ryujin que estávamos falando, afinal. Se ela não escorregasse algumas vezes, não seria ela.

O importante era que não escorregasse mais.

Finalmente consegui encaixar a chave na fechadura e a girei, de modo que
eu e ela quase tropeçamos pra dentro do comodo quando a porta se abriu. Eu a agarrei pela blusa e a empurrei pra cima da cama, caindo por cima dela. Senti o colchão se afundar sob nós e me inclinei pra tomar seu pescoço em minha boca, mordendo a pele lisinha com certo nivel de força.

Dentro do peito, meu coração pulsava com tanta rapidez que tive medo que ele pudesse simplesmente parar de funcionar do nada. Eu estava dando um passo pra fora da minha zona de conforto. Um passo muito importante.

Quando me dei conta, parei com a boca no pescoço de Ryujin e soltei um suspiro tremulo.

— Ji? — Ela me chamou.

Em questão de instantes, ela empurrou meus ombros pra cima, alinhando nossos olhares. Seu peito subia e descia numa respiração pesada e acelerada, assim como o meu.

— Você está bem? — Ela perguntou. Seus olhos brilhavam naquele quase breu do loft.

Eu engoli em seco e assenti, voltando a beijar seu pescoço. Ela me empurrou novamente com toda aquela gentileza e franziu o cenho.

— Não precisamos fazer isso se você não estiver pronta, ok? Não se apresse por minha causa, se esse for o motivo. Eu estou aqui e vou continuar aqui. E pouco me importa se a gente for transar amanhã ou ano que vem. Você já ganhou meu coração e nada vai mudar isso.

Eu sorri, sentindo as lágrimas estúpidas embaçarem minha visão. Ela sorriu de volta, levando uma mão até meu rosto. Secou meus olhos antes que as lágrimas pudessem escorrer e se inclinou para beijar a ponta do meu nariz

— Vamos apenas dorm....

— Não. — Eu sacudi a cabeça em negativa, sentindo a certeza me inundar e mandar pra longe todos os meus receios e medos. — Eu quero você, Ryujin.

Ela me encarou diretamente no fundo dos olhos.

— Tem certeza?

— Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. — Eu confirmei, deslizando um dedo ao longo da curva de seu queixo. — Preciso apagar más memórias com boas memórias. E sei que pode me ajudar nisso.

Ela sorriu de leve.

— Então você finalmente admite que me quer e que sempre me quis, Hwang Yeji?

Eu bufei uma meia risada, me sentindo mais leve e mais certa das coisas.

— Odeio ir contra minhas palavras, mas acho que dessa vez fui, né?

Ela sorriu ainda mais, aquele sorriso convencido capaz de derreter corações como conseguiu derreter o meu.

You Give Love a Bad Name | RYEJI Onde histórias criam vida. Descubra agora