Depois que sai da casa de Isabelle, eu a esperei.
Se passaram uma semana, duas semanas, três... Um mês, e assim o tempo foi passando.
Demorou para que de fato eu entendesse que ela não voltaria, e que agora seria só eu.
Teria que aceitar que a perdi, mas como explicar isso para o coração? Que a todo maldito dia se corrói ao não vê-la aqui.
Minha vida perdeu a cor novamente, sou só eu, como sempre fui antes de tê-la, sozinho e vazio.
•••
Faz quase um ano que não sei nada sobre ela.
Durante todo esse tempo, não tem um dia sequer que eu não sonhe com ela, voltando para mim. Mas isso só se torna um pesadelo ao acordar e perceber que não é verdade.
É como uma abstinência que não tem cura.
Mas só teve um sonho com ela que não foi nada bom. Isabelle gritava e chorava a me chamar.
Naquela noite, não consegui mais dormir, só sentir um grande aperto dentro do peito.
Dizem que quando se ama verdadeiramente uma pessoa, é possível sentir dor quando ela sente.
E isso só piora toda essa situação.
•••
— Tem certeza de que não quer que eu fique mais um tempo?
— Não, Elise, não precisa, já ficou tempo demais.
— Eu também te amo. — Ironiza vindo me abraçar.
— Boa viagem.
— Obrigada maninho, vê se para de beber tanto.
— E vê se para de ser tão chata. — Sorrio ao vê-la me mostrar o dedo do meio seguindo para o seu vôo.
Volto para casa sem pressa, hoje será só mais um dia em que deitarei na banheira e tomarei meu whisky até pegar no sono.
Esse tem sido o meu hobby.
Entro de carro percebendo os olhares estranhos dos seguranças, mas só ignoro.
Estaciono na garagem em frente e caminho até a casa.
Abro a porta distraído, mas ao sentir o cheiro de perfume tão familiar para mim, meu coração erra uma batida.
Meus olhos vão em direção ao sofá, e a vejo se levantar do mesmo e me olhar.
Não pode ser... Isso não pode ser real, deve ser só uma alucinação minha.
— Isabelle? — Sussurro temendo não ser real.
— James... — Ela retribui no mesmo tom temeroso.
— Está mesmo aqui? — Não consigo sair do lugar, olho-a atordoado.
Eu não posso vê-la e a perder novamente, não sou forte o suficiente para isso.
Vagarosamente ela se aproxima de mim, é nítido o seu nervosismo, e suas mãos trêmulas só confirmam isso.
A cada passo que ela dava em minha direção, o meu coração batia mais forte, o seu cheiro me invadia.
Sem dúvidas ela é o meu vício, e está sanando a minha abstinência só com sua presença.
Próxima o suficiente, levo uma mão até o seu rosto, sentindo sua pele macia, e sem mais me conter a abraço forte.
Ao fazer isso, Isabelle chora desesperadamente, um choro reprimido a muito tempo.
— Não pode fazer isso comigo, Elle... — Sussurro contra a sua pele sentindo meus olhos arderem.
Isabelle se desfaz do abraço e limpa suas lágrimas que não paravam de descer.
— James... Eu vim aqui... — Antes que ela fale ouvimos um grunhido baixo.
Só então pude perceber dois carrinhos de bebê ao lado do sofá.
— O que...? — Fico confuso vendo aquilo, minha cabeça está a mil agora.
Isabelle vai até lá e eu vou logo atrás.
Ela vira o carrinho em minha direção, relevando dois bebês, um que dormia e o outro que estava acordado a nos olhar.
— Esses são os nossos filhos James... Foi por isso que vim...
Filhos...?
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Minha Por Contrato - Livro 02
RomanceIsabelle e James vivem suas vidas felizes, ambos estão em suas melhores fazes. Porém algo acontece, Isabelle se surpreende novamente com mais uma notícia do Reino em que morava. O caos se instalava no castelo, sua mãe que perdeu o marido e "também"...