06- Por você

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Depois do dia bastante agitado, mamãe insistiu para que eu colocasse um vestido, como os que usava quando eu ainda vivia aqui. Quando eu era só a princesa Isabelle.

Confesso que já havia me acostumado a usar roupas normais, e "comuns" fora daqui, que inclusive é até mais confortável que usar esses vestidos pesadíssimos e espartilhos.
Ainda assim, atendo ao pedido dela, e visto um dos meus antigos vestidos, pois querendo ou não, eu ainda não havia renunciado o cargo de princesa, e por mais que fosse algo que eu desejasse, queria esperar um pouco mais, fazer uma coisa de cada vez, e a da vez era convencê-la a não fazer outra loucura.

Estou curiosa para saber a reação de James ao me ver assim. E por falar nele...

- Cara, aqui é enorme, fiquei horas rodando perdido. - Diz ele entrando no quarto distraído.

- Depois eu lhe mostro com detalhes os cômodos. - Sorrio.

- Vai precisar de um dia inteiro pra isso, e... Oloco! - Ele enfim nota minha roupa.

- O que achou? - Dou uma voltinha.

- Agora você está literalmente uma princesa.

- E isso é bom...?

- Você fica linda de qualquer jeito, mas ainda não me acostumei a te olhar dessa forma.

- Que forma?

- Como uma princesa real, isso me faz um príncipe?

- Não sei. - Sorrio novamente caminhando até ele. - Vamos?

- Para onde?

- Nos juntar com os outros para jantar.

- Vamos, estou morto de fome.

- Que exagero.

- Aliás, acho que nunca te vi tão vestida assim.

- James! - O repreendo envergonhada.

- É verdade. - Dá de ombros sorrindo.

Assim que chegamos a sala de jantar, minha mãe abre um sorriso ao me ver.

- Agora sim, está vestida como uma princesa.

- Já me desacostumei com todo esse volume do vestido. - Me sento. - E o enorme peso.

- Logo você se acostuma de novo.

- Espero que não... - James sussurra, mas minha mãe houve e o encara.

Após comer, continuamos conversando sobre assuntos diversos.

- Então James, com o que você trabalha? - Minha mãe pergunta levando uma taça de vinho à boca.

- Eu sou dono de algumas empresas em cinco países, herdei a primeira do meu pai, na cidade em que moro. E depois fui conquistando as outras. - Ele fala como se não fosse grande coisa.

- James passa a maior parte do tempo trabalhando. - Falo distraída.

- Você tem muito dinheiro então.

- Mamãe! - A repreendo.

- Digamos que sim. - Ele dá de ombros.

- Ainda assim, não tem uma linhagem nobre.

- Aonde quer chegar dona rainha?

- Dona?

- Acho melhor encerrarmos esse assunto. - Seguro a mão de James por baixo da mesa.

- Tem razão, não vale a pena discutir com quem não sabe falar duas frases sem soltar um palavrão ou uma piadinha.

- Mamãe, por favor...

- Então me dê licença que irei para a porra do meu quarto, e ter uma noite de sono do caralho!

- Ogro grosseiro!

- Por Deus! Vocês parecem duas crianças! - Altero o tom de voz ganhando a atenção deles. - Vamos James, agora.

Ele passa na frente em passos largos e enfurecido.

- Boa noite mamãe. - Digo de costas para ela e sigo para o quarto.

- Péssima escolha você fez Isabelle.

Não a olho, só ignoro e vou para meu quarto.

Chegando lá encontro James trocando de roupa e colocando as poucas que tinham fora dentro da mala.

- O que está fazendo? - Me sento na cama.

- O que acha? Iremos embora amanhã.

- O que? - Me levando assustada. - Me desculpa por minha mãe... Ela está confusa, desde a morte de meu pai tudo parece ter desandado, principalmente com a cabeça dela...

- Isso não a dá o direito de agir feito dondoca.

- James... Tenta entender... - Toco seu rosto fazendo com que ele pare o que estava fazendo e me olhe.

- Olha, eu sei que você morava aqui e sei lá mais o que, mas eu tenho a minha casa, nós temos a nossa casa Elle. - Rodeia seus braços ao redor da minha cintura. - Vamos para casa. - Seus olhos são suplicantes e intenso.

- Só mais um pouco, por favor... Eu prometo que iremos logo. - Selo nossas bocas com um pequeno beijo.

James respira fundo de olhos fechados.

- Tudo bem. Por você.

- Obrigada. - O abraço forte.

- Agora deixa eu tirar esse vestido enorme do seu lindo corpo. - Suas mãos ágeis já estão nas abotoaduras do vestido nas minhas costas.


 - Suas mãos ágeis já estão nas abotoaduras do vestido nas minhas costas

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