Minha Por Contrato - Livro 02

25 - Tormento

Já fazem semanas, meses em que estou aqui.

Não posso dizer que estou feliz, porque não estou.

A cada dia que passa o tormento em minha cabeça aumenta.

Desde que cheguei só vi a minha mãe uma vez, pois ela estava a sair para viagem com Adam, o seu marido. Mas hoje ela retorna.

Fico feliz que ela tenha encontrado o amor.

São poucas vezes que tenho saído do quarto, não tenho vontade de sair, nem de ver ninguém, eu só... Sinto um grande vazio que cresce a cada dia dentro de mim, consumindo cada parte do meu corpo.

Não tem um dia sequer que eu não me pegue pensando nele... Mas os pensamentos logo cessam sempre do mesmo jeito. Ele abraçado de um jeito bastante íntimo a uma mulher de cabelos pretos e longos.

°°°

— Que saudades que senti de você filha, como está? — Diz assim que nos separamos do abraço.

— Bem... — Minto. — Como foi a viagem?

— Fantástico! Te conto tudo no jantar.

— Tudo bem. Oi Adam. — O cumprimento assim que ele se aproxima.

— Olá Isabelle, então está morando aqui novamente?

— Sim... — Dou um sorriso fraco.

— Mas e James?

— Adam, posso falar com você? — Minha mãe ao perceber meu constrangimento o chama para dentro.

— Claro querida.

°°°

— Estou te achando diferente.

— Diferente como? — Olho-a confusa.

— Não sei dizer, você está... Tem alguma coisa diferente em você, eu sou sua mãe, posso sentir isso, só não sei dizer ao certo o que é.

— Bobagem, estou igual a sempre.

°°°

— Jane... Que bom vê-la, faz um tempinho, não é!? — Abraço-a, arrancando um grunhido de desconforto de Jane. — Está tudo bem? Eu te machuquei?

Analiso o seu corpo preocupada.

— Não... Não se preocupe... — Ela abaixa o olhar envergonhada.

— Tem tido notícias de Harry? Nunca mais o vi por aqui.

— Não, desde que... Eu me casei.

— Venha, vamos lá para dentro. — Seguro em sua mão, percebendo uma marca roxa em seu pulso.

Ao notar isso, Jane o puxa e cruza seus braços, claramente desconfortável.

— Jane... O que aconteceu com você... — Pergunto baixinho me aproximando.

— Não foi nada Isa... Só esquece isso, tá legal!?

— Jane, por favor... Não me diz que isso são marcas de agressão... — Coloco a mão sobre a boca perplexa.

— Fale baixo... Não se preocupe... Não foi por querer, ele... Só estava nervoso... Mas já está tudo bem. — Seus olhos se enchem de lágrimas, mas ela as limpa rapidamente.

— Por Deus, Jane... Não pode continuar com uma pessoa dessas! Isso não é amor!

— Não conte isso para ninguém por favor... — Implora enquanto segura minhas mãos.

— Senhorita Jane? — Um guarda aparece. — O senhor Hans lhe espera lá fora.

— Eu tenho que ir... Foi muito bom te ver. — Me abraça.

— Não aceite ser tratada assim... Por ninguém. — Sussurro em seu ouvido.

— Até mais Isa. — Ela dá um sorriso fraco e se vai.