Realidades Ligadas - O Despertar da Maldição V.1

O Labirinto de Espelhos

Enquanto Diana, Dalila, Jully e Âmbar adentravam o labirinto de espelhos, as palavras flutuantes indicavam que somente ao compartilhar abertamente suas angústias e encontrar compreensão mútua, o caminho adiante seria revelado. O labirinto, agora mais desafiador, refletia as emoções entrelaçadas das bruxas.

Diana, ainda envolvida pela dor da recente perda de seu pai, caminhava silenciosa, com olhos atentos aos reflexos que se desdobravam. Palavras sussurradas pelos espelhos evocavam lembranças dolorosas, e as feridas ainda frescas tornavam-se mais nítidas a cada passo. Apesar da angústia, ela foi a primeira a se pronunciar.

— Perdi meu pai recentemente. A dor é avassaladora, e cada reflexo aqui parece lembrar-me da sua ausência.

— Houve um tempo em que confiei plenamente em alguém, apenas para ser traída. — Dalila, enfrentando um espelho que refletia uma traição dolorosa, desabafou. —Essa ferida me assombra, mas ao encarar isso aqui, percebo que a verdadeira força está em superar e construir confiança novamente.

Jully, confrontando imagens de um evento traumático, suspirou antes de compartilhar.

— Há algo que guardo profundamente dentro de mim, um fardo que carrego desde aquele dia sombrio. Foi uma escolha que alterou completamente o curso da minha vida. Em uma noite, meus pais nos advertiram a não brincar do lado de fora, alertando sobre os perigos iminentes. No entanto, assim que eles adormeceram, meu irmãozinho e eu decidimos desafiar a proibição. Ele estava animado para me mostrar um feitiço de levitação que havia aprendido recentemente, mas... — Sua voz vacilou, interrompida pelo soluço das lágrimas que escorriam por seu rosto — Ele tentou realizar o feitiço à beira de um precipício, e eu não pude impedi-lo, pois já era tarde demais. Ele perdeu o controle e caiu diretamente no abismo. Me culpo todos os dias, e apesar de meus pais não expressarem verbalmente que tudo que aconteceu é minha culpa, consigo sentir a decepção em seus olhares até os dias atuais.

Olhares de cumplicidade as envolveu.

Então em simultâneo, Âmbar, olhando para um reflexo que lembrava uma relação rompida, confessou com pesar.

— O fim de um relacionamento deixou cicatrizes profundas. Cada passo aqui parece reabrir essas feridas, mas sei que é necessário confrontar meu passado para encontrar a verdadeira paz. Só que sinto que ainda não sou capaz, que sou fraca, superficial e frágil.

Diana, após ouvir as histórias das outras bruxas, compartilhou mais sobre a dor de sua perda recente, algo a dizia que faltava algo a ser dito do seu íntimo secreto.

— Meu pai era meu porto seguro, e perdê-lo foi como perder uma parte de mim. Cada reflexo parece me lembrar da saudade. E eu odeio a minha mãe, queria que tivesse sido ela no lugar dele, ela é víl e fria, nunca me amou o suficiente e eu a odeio com todas as minhas forças.

Palavras de apoio, abraços e lágrimas partilhadas fortaleciam o vínculo entre as bruxas. Enquanto o labirinto respondia à sinceridade de suas emoções, uma clareira se formava à frente, indicando que o caminho verdadeiro estava aberto. Unidos pela superação de seus passados, as bruxas avançavam, prontas para enfrentar o próximo desafio no Santuário Antigo.