A Floresta Proibida

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A criatura emergida das sombras era uma Quimera das Trevas, uma entidade mágica ancestral que se alimentava da essência de quem ousasse adentrar a floresta proibida. Sua forma era uma fusão grotesca de diferentes animais, com olhos brilhantes que lançavam um fulgor sombrio.

O corpo da Quimera era envolto em uma penugem negra, absorvendo as sombras ao seu redor, tornando-a quase invisível na escuridão. Suas patas, semelhantes às de um felino, deixavam pegadas quase imperceptíveis, conferindo-lhe uma movimentação silenciosa e letal. As asas, reminiscentes de morcegos, se estendiam, ocultando-se nas sombras quando não utilizadas.

A criatura possuía presas afiadas que emanavam uma substância mágica paralisante. Seus olhos, hipnóticos, eram capazes de confundir e desorientar suas presas. Uma aura de malevolência rodeava-a, uma manifestação viva do aspecto sombrio da floresta. À medida que Diana enfrentava a Quimera, ela percebeu a dificuldade de combater uma entidade que se camuflava nas sombras, movendo-se com agilidade e inteligência. Cada ataque da criatura deixava marcas mágicas na escuridão, criando um ambiente ainda mais claustrofóbico.

Diana, embora inicialmente surpreendida pelo ataque da Quimera das Trevas, rapidamente convocou sua destreza mágica para se defender. Empunhando sua mão direita com determinação, conjurou uma barreira de luz que cercou seu corpo, protegendo-a temporariamente contra as investidas da criatura.

A luta entre a garota e a criatura tornou-se um duelo entre a determinação da bruxa e a astúcia da criatura das trevas, enquanto as sombras dançavam ao ritmo de uma batalha que decidiria não apenas o seu destino, mas também revelaria segredos mais profundos que permeavam a floresta proibida.

A Quimera, ágil e implacável, atacava com garras e presas, tentando romper a defesa mágica. A bruxa, por sua vez, respondia com feitiços de proteção e contra-ataques ardilosos. Raios de luz mágica cortavam o ar, enquanto barreiras temporárias eram conjuradas para desviar os ataques da criatura.

A batalha prosseguia em meio à escuridão, com ela movendo-se estrategicamente, utilizando a magia para iluminar temporariamente a área e revelar a localização da Quimera. A criatura, no entanto, respondia de maneira astuta, dissipando-se nas sombras e reaparecendo em lugares inesperados. A energia mágica pulsava no ar conforme Diana canalizava sua fúria e determinação para resistir aos ataques. Apesar dos desafios, não hesitava em empregar feitiços ofensivos e defensivos em uma dança caótica de magia contra as sombras.

À beira da exaustão e com a Quimera das Trevas prestes a desferir um golpe decisivo, Diana sentia suas forças diminuindo. As sombras da floresta pareciam se fechar ao seu redor, quando de repente, um vento gélido cortou o ar. De repente, Victor surgiu da escuridão, sua figura imponente e olhos rubros destacando-se na penumbra.

Victor, com sua presença intimidadora, avançou rapidamente para enfrentar a Quimera. Seus movimentos eram graciosos e ágeis, como sombras dançantes na noite. A pele pálida de Victor refletia a luz mágica que emanava de Diana, criando um espetáculo etéreo enquanto os dois se preparavam para lutar juntos. Seus olhos, intensamente vermelhos, focaram na Quimera, revelando uma determinação feroz que rivalizava com a própria bruxa.

A batalha tomou uma reviravolta com a entrada de Victor. Ele empregou habilidades vampíricas, movendo-se rapidamente e desferindo golpes precisos contra a Quimera. Seus reflexos sobrenaturais e agilidade extraordinária tornavam-no um oponente formidável.

Entre a luz mágica de Diana e os movimentos rápidos de Victor, a Quimera se via confrontada por uma combinação letal. Diana, apesar de exausta, encontrou uma nova fonte de energia ao lado do vampiro. A floresta testemunhava agora uma aliança improvável entre bruxa e vampiro, unidos contra a criatura das trevas. A luta intensificou-se, as sombras se agitavam enquanto Victor e Diana combatiam a Quimera, buscando derrotar a ameaça que os unira em um inesperado momento de colaboração na escuridão da floresta proibida.

As sombras dançavam, enrolando-se ao redor da Quimera como serpentes famintas. Diana, apesar de sua exaustão, sentia uma nova fonte de poder que vinha da pedra que Victor havia roubado na feira. A pedra pulsava com uma energia intensa, como se ansiasse por ser usada.

— Victor, use a pedra! — Diana gritou, sua voz ecoando pela floresta enquanto ela conjurava feitiços para conter os avanços da Quimera.

O vampiro, percebendo a urgência, retirou a pedra de seu casaco e a segurou com firmeza. A superfície da pedra irradiava uma luz intensa, e Victor direcionou seu poder recém-descoberto para a criatura das trevas. A pedra, agindo como um condutor de energia mágica, desencadeou uma explosão de luz que envolveu a Quimera.

A criatura rugiu em agonia, suas formas sombrias contorcendo-se em resposta à luz purificadora. A pedra, agora emitindo uma luminosidade ofuscante, parecia absorver as trevas da Quimera. A batalha culminou em um clímax de energia, e a criatura das trevas começou a desmoronar, dissipando-se em sombras que se desvaneciam na brisa noturna.

A floresta, que antes era palco de uma luta intensa, agora recuperava sua serenidade. A luz mágica de Diana diminuiu gradualmente, e a pedra nas mãos de Victor voltou a seu estado calmo. Os dois, ofegantes e exaustos, trocaram olhares surpresos diante do resultado inesperado.

A aliança improvável entre os dois, nascida nas sombras da floresta, trouxera consigo não apenas a derrota da Quimera, mas também a descoberta do potencial da pedra roubada.

— Eu não sei como agradecê-lo, se você não tivesse chegado, não sei o que poderia ter acontecido comigo. — Sua voz carregada de cansaço e pavor.

— Era o mínimo que eu poderia ter feito, principalmente pelo que fiz antes, não deveria ter a colocado naquela situação na feira.

— Não precisa se desculpar, acho que eu exagerei um pouquinho no sermão aquele dia. — Ambos sorriam.

— Declaro um acordo de paz. — Ele anunciou estendendo sua mão para Diana.

Ela o olhou por alguns segundos e em sequência apertou sua mão.

— E você o que fazia por aqui? — Ela perguntou com curiosidade.

— Eu moro por perto. Sou do covil Sul. E escutei um barulho peculiar vindo daqui, enquanto caçava na floresta próxima.

— Faz sentido.

— E você. O que fazia aqui sozinha? Essa floresta não é indicada para passeios.

— Eu briguei com Beatriz.

— E quem seria Beatriz?

— Minha mãe.

— E... conflitos familiares são sempre desgastantes.

Victor percebendo a tristeza no olhar de Diana, observou uma flor única, radiante e de beleza incomparável. Movido por um impulso incomum, ele arrancou a flor e, ao fazê-lo, uma energia mística envolveu tanto ele quanto Diana. Em um instante, a cena se transformou, e ambos se viram imersos em um mundo etéreo, o reino das fadas.

Realidades Ligadas - O Despertar da Maldição V.1Onde histórias criam vida. Descubra agora