A Entrega A Sombras

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Victor e Diana trocaram olhares preocupados assim que perceberam a aproximação rápida de Jared. Sem alternativas, procuraram um esconderijo rápido. Victor agarrou a mão de Diana e a puxou para uma pequena alcova lateral, mal iluminada, próxima dali.

Os corações deles batiam acelerados, tentando controlar a respiração para não serem descobertos. A alcova era estreita, mal proporcionando espaço suficiente para os dois. Diana encostou-se à parede, sua respiração entrecortada, enquanto Victor ficou à frente, cobrindo-a da visão de Jared.

Os passos de Jared ecoaram pelo corredor, ficando cada vez mais próximos. O coração de Diana martelava no peito, tentando abafar o som.

Com um silêncio quase tangível, Jared passou pela entrada da alcova, os olhos perscrutando o corredor. O mínimo som poderia denunciá-los.

Victor segurou o fôlego de Diana com um gesto rápido. Os olhos de Jared vasculharam a área por alguns longos segundos, parecendo desconfiar de algo, mas logo prosseguiu pelo corredor sem dar qualquer sinal de ter notado algo estranho.

Quando os passos se distanciaram, Diana soltou um suspiro contido, aliviada. Olhou para Victor com os olhos arregalados, agradecendo a sorte que tiveram em não serem descobertos.

— Foi por pouco. Ele quase nos viu. — murmurou Diana, ainda sentindo a adrenalina pulsar em suas veias.

Victor concordou com um aceno discreto de cabeça, soltando o ar que prendia lentamente.

— Precisamos ser mais cuidadosos daqui para frente. Meu pai não vai facilitar se nos pegar novamente juntos. — sussurrou ele, mantendo a voz baixa para evitar serem ouvidos.

Decidiram esperar alguns minutos a mais antes de sair do esconderijo. A tensão da situação deixou-os alertas e conscientes da necessidade de serem mais cautelosos em seus encontros futuros. Após um tempo, eles saíram da alcova, verificaram que o corredor estava vazio e decidiram encaminhar diretamente e rapidamente para os aposentos de Victor, mantendo-se vigilantes para evitar de serem pegos novamente por Jared ou qualquer outro vampiro que pudesse se opor ao relacionamento entre um vampiro e uma bruxa.

Ao entrar no quarto de Victor, Diana se surpreendeu. O quarto de Victor era um reflexo de seu estilo de vida e de sua natureza vampírica. Localizado em um canto remoto do castelo, este ambiente guardava uma atmosfera sombria e ao mesmo tempo requintada.

As paredes eram adornadas por um papel de parede escuro, em tons de carmesim profundo e detalhes em preto, refletindo o gosto do vampiro por tons mais soturnos. Nas paredes, algumas obras de arte, retratos antigos e pinturas que pareciam contar histórias antigas do mundo dos vampiros. Havia também tapeçarias ornamentadas, com padrões intrincados que remetiam a épocas passadas.

A mobília era majestosa e antiga, feita de madeira escura e entalhada com detalhes elaborados. Ao redor, havia poltronas estofadas com veludo carmesim, uma escrivaninha adornada com objetos antigos e uma pequena estante de livros, repleta de volumes antigos e encadernados em couro.

O ambiente era iluminado por velas colocadas em castiçais de prata, lançando uma luz suave e dourada que dançava pelas paredes escuras, criando sombras intrigantes.

Um piano de cauda, antigo e imponente, ocupava um canto do quarto, um instrumento que Victor usava para expressar suas emoções e lembrar-se dos tempos passados.

A janela, adornada com cortinas pesadas de veludo, permitia a entrada de um tênue raio de luar, o suficiente para iluminar ligeiramente o ambiente, mas não o bastante para perturbar a sensibilidade dos olhos de Victor.

No canto oposto, havia um pequeno altar com objetos pessoais de valor sentimental para o vampiro: fotos antigas, relicários e itens que evocavam memórias de tempos idos. O quarto de Victor era um santuário de tranquilidade, mistério e um pouco de melancolia, refletindo sua natureza complexa e a riqueza de sua história como um ser eterno.

Adentrando mais ao quarto, Diana avistou um colchão que dominava o centro do quarto, coberta por lençóis de seda negra e ao seu redor pétalas de rosas, com velas vermelhas e pretas, revelando uma harmonia perfeita com a decoração. Ela estava tão feliz e encantada que não possuía palavras para descrever como estava se sentindo, sua única ação vou se conduzir até Victor e se envolver em seus beijos profundos e avassaladores e fazendo com que imediatamente se encaminhasse até a cama.

A suavidade da brisa noturna acariciava levemente seus rostos enquanto Victor e Diana compartilhavam aquele instante único. No ar, havia uma tensão carregada de emoções, como se o universo ao redor reconhecesse a magnitude daquele momento.

Victor rompeu o silêncio, seu olhar fixo nos olhos de Diana, transmitindo uma sinceridade profunda e uma vulnerabilidade que ele raramente revelava.

— Diana, desde o instante em que nos conhecemos, algo em você despertou algo em mim. É difícil expressar em palavras, mas sinto uma conexão muito especial entre nós. — Ele começou, sua voz soando calma e intensa ao mesmo tempo.

Os olhos dela encontraram os dele, e uma onda de calor percorreu seu corpo, cada palavra dele ecoando em seu coração.

— Victor, eu também sinto isso. — Diana respondeu, sua voz suave carregada de determinação.

Um silêncio denso pairou entre eles, um convite implícito para o próximo passo. Com um olhar repleto de significado, eles se aproximaram lentamente um do outro. Foi como se o tempo se distorcesse, e o toque de seus lábios foi como uma explosão silenciosa de emoções represadas.

O beijo foi suave e profundo, uma fusão de sentimentos que se encontraram em um momento tão simples, mas imensamente significativo. Cada centímetro de seus lábios se uniu como se estivessem se conhecendo mais profundamente, entendendo um ao outro em um nível além das palavras.

E naquele beijo, naquele instante, a conexão entre eles se solidificou, selando ao mais íntimo do profundo e do profano. Com todo cuidado Victor começara a beijar o pescoço de Diana e uma excitação invadiu seu ser fazendo com que ele mudasse o trajeto, ele jamais morderia Diana, mas a garota não importava com nada disso estava completamente entregue ao momento, queria ser sua. Com muito cuidado Victor começou a despir o vestido lilás de Diana e em sequência a mesma o incentivou em tirar a blusa de longas mangas que vestia — ela desabotoava cada botão da camisa e fazendo com seu peito ficasse nú, até que finalmente terminou de tirar a camisa por completo e revelar um belo porte atlético, e completamente seduzente e impecável. Diana só queria estar o mais entregue possível aquela sensação inquietante e divina. E Victor queria ser dela e sentir cada parte de seu ser a cada instante, queria ela eternamente e completamente.

As mãos de Victor se deslizavam pelo corpo de Diana a fazendo sentir um calor incontrolável e fazendo com que segundos depois, ambos estivessem completamente despidos e entregues um ao outro.

Beatriz estava na biblioteca do castelo, folheando um livro antigo sobre premonições e presságios. Ela se sentia inquieta, uma sensação estranha percorrendo seu ser, como se algo estivesse fora do lugar no universo.

Ela ergueu os olhos do livro, sua expressão carregada de preocupação. A lareira crepitava suavemente, lançando sombras dançantes nas estantes abarrotadas de livros empoeirados.

Um vento gélido parecia ter invadido a sala, fazendo com que as velas vacilassem e as páginas dos livros tremessem.

Beatriz fechou os olhos por um momento, tentando se concentrar, buscando conexão com seus poderes e a intuição aguçada que sempre a acompanhara.

Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, um pressentimento, como se alguma energia nefasta pairasse sobre alguém querido. Seu coração apertou-se com a angústia, e a sensação de impotência inundou seu ser.

Com as mãos trêmulas, ela fechou o livro e se levantou da poltrona. Uma imagem de sua filha, Diana, surgiu em sua mente, trazendo consigo uma onda de temor. Era como se uma sombra tenebrosa pairasse sobre ela.

Com passos apressados, Beatriz deixou a biblioteca, determinada a encontrar respostas ou, pelo menos, proteger sua filha de qualquer ameaça iminente que seu pressentimento anunciava, entretanto, precisava de uma boa noite de sono.


Realidades Ligadas - O Despertar da Maldição V.1Onde histórias criam vida. Descubra agora