Realidades Ligadas - O Despertar da Maldição V.1

Ações e Consequências

Diana caminhava inquieta pelos corredores do coven, seu coração batia descompassado enquanto tentava processar tudo o que estava acontecendo com ela e Victor. A confusão e o medo pairavam sobre ela, e a necessidade de compartilhar suas preocupações a levou até Jully.

Jully estava no jardim, folheando um livro antigo com concentração quando Diana se aproximou, tentando disfarçar sua agitação.

— Jully, posso falar com você um momento? — Diana tentou soar calma, mas seus olhos denunciavam sua inquietação.

Jully ergueu os olhos do livro e notou imediatamente a expressão de preocupação no rosto de Diana. Ela fechou o livro e se voltou para a amiga.

— Claro, Diana. O que está acontecendo? Você parece preocupada.

Diana suspirou, sentando-se ao lado de Jully no banco do jardim.

— É o Victor. Tenho estado muito confusa e assustada com tudo isso entre nós. Ele é diferente, Jully. Eu o amo, mas às vezes sinto que há algo obscuro que não conheço. E se isso for perigoso para mim? Para nós?

Jully colocou uma mão reconfortante no ombro de Diana.

— Entendo seus medos, Diana. Mas você sabe que Victor é complexo, diferente dos outros vampiros que conhecemos. Ele é parte de um mundo que desconhecemos completamente. O desconhecido pode ser assustador, mas também pode ser fascinante. Você acredita nele?

Diana olhou para o horizonte, perdida em seus pensamentos.

— Eu acredito, mas não estou me referindo a isso, mas sim a há algo para além disso que me assusta, Jully. E como se eu sentisse que um mal terrível pudesse acontecer a qualquer momento.

Jully ponderou por um momento, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Pare de pensamentos pessimistas, você é forte, Diana. E você sabe que tem o apoio de todos nós aqui. Se as coisas parecerem perigosas ou complicadas demais, estaremos aqui para ajudá-la. Mas lembre-se, o amor é um caminho de descoberta e compreensão. Às vezes, o medo é uma indicação de que algo é novo, e não necessariamente ruim.

Diana assentiu, sentindo um pouco do peso ser aliviado.

— Obrigada, Jully. Acho que preciso conversar com Victor sobre tudo isso. Precisamos ser honestos um com o outro.

Jully sorriu, mostrando seu apoio.

— Estaremos aqui por você, não importa o que aconteça. E se precisar conversar mais, estarei por perto.

As duas se abraçaram e Diana sentiu um pouco de conforto na compreensão de Jully. Ela sabia que teria que enfrentar seus medos e conversar com Victor, mas agora, pelo menos, não se sentia tão sozinha nessa jornada incerta.

❖

Elara entrou no quarto de Victor, encontrando-o folheando um antigo livro sobre alquimia.

— Ei, irmãozinho! Está pronto para a última fofoca do castelo? — Elara disse, com um sorriso travesso no rosto.

Victor ergueu os olhos do livro, interessado.

— O que você descobriu agora?

Elara se sentou na beirada da cama, inclinando-se para ele.

— Mamãe e papai andam desconfiados dos seus sumiços noturnos, sabe?

Victor fechou o livro, tentando disfarçar o nervosismo.

— Ah, é? Eles disseram algo?

Elara riu.

— Nada específico, mas estão preocupados com suas escapadas misteriosas. Acho que estão desconfiando das visitas noturnas à Diana.

Victor corou levemente.

— Ah, ela é só uma amiga...

Elara balançou a cabeça, rindo da reação dele.

— Não precisa disfarçar, é óbvio que você está apaixonado por ela. Está na sua cara!

Victor revirou os olhos, tentando manter a compostura.

— Não estou apaixonado, só gosto da companhia dela. E não preciso que todo o castelo saiba disso.

Elara soltou uma gargalhada.

— Meu querido irmão, é mais do que óbvio. Acho que você quer gritar ao mundo o quanto gosta dela!

Victor bufou, fingindo estar irritado.

— Sabe que é inútil discutir isso com você. Sempre exagera!

Os dois irmãos caíram na risada, brincando sobre os segredos do coração de Victor e como era evidente o seu afeto por Diana. Elara, mesmo brincalhona, prometeu manter o segredo dos pais e deixar Victor lidar com sua paixão em seu próprio ritmo.