Aprofundando Nas Sombras

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E em mais uma de suas escapadas, a luz fraca do luar filtrava-se pelo rosto de Victor, criando uma aura suave e misteriosa no ambiente. Diana acabara de chegar no Jardim dos Sussurros com passos hesitantes, sua expressão refletia a turbulência de pensamentos e emoções que a assombravam. Ela se aproximou de Victor, que estava sentado no chão e encostado em uma árvore.

— Oi meu amor... — Exclamou animado. — Já estava morrendo de saudades. — Correu para ilhe dar um beijo e a mesma o correspondeu.

— Com as avaliações chegando, está um pouco complicado, estou me encontrando exausta ultimamente, são vastos conteúdos. — Ela comentou e ele a correspondeu com um sorriso genuíno.

— E tem certeza que é só isso que a perturba? — Ele se virou para encará-la, percebendo imediatamente a aflição em seus olhos. Ele assentiu, indicando que ela podia prosseguir.

— Eu gostaria de conversar sobre algumas coisas. — Os olhos buscando os dele em uma tentativa de se conectar, mas também de encontrar coragem para o que precisava ser dito. —Victor, tenho estado com medo... com medo do desconhecido, do que está acontecendo entre nós — Começou ela, escolhendo suas palavras com cuidado.

Victor se aproximou, tomando sua mão com um gesto suave de apoio.

— Diana, eu sei que meu mundo é obscuro e complexo. Você é a luz que ilumina minha escuridão, mas entendo seus receios. — Ele respondeu, sua voz calma e ponderada.

— Às vezes, sinto que há algo terrível, poderia acontecer. Eu te amo, mas se algo acontecer e colocar tudo em risco? — A voz de Diana fraquejou, sua preocupação transparecendo em cada palavra.

Victor se recostou, ponderando suas palavras antes de falar.

— Diana, você é minha âncora, meu farol neste mundo obscuro. Eu nunca permitiria que algo lhe acontecesse — Ele disse, sua voz carregada de sinceridade e determinação.

Diana sentiu um peso sair de seus ombros com suas palavras, mas o temor persistia.

— Eu confio em você, Victor... mas precisamos ser honestos um com o outro. Eu estou completamente entregue a você, mas, eu tenho muito medo. Medo de perder você. Medo de o Conselho intervir. — Ela disse, buscando o entendimento nos olhos dele.

Victor se aproximou ainda mais, segurando seu rosto com ternura.

— Eu prometo, Diana. Vamos enfrentar tudo, juntos. — Ele afirmou, seus olhos transmitindo uma mistura de determinação e carinho.

Diana sentiu um certo alívio, uma sensação de que poderia enfrentar o que quer que viesse, contanto que estivesse ao lado de Victor.

E ali, sob a luz serena do luar, eles se abraçaram, compartilhando um momento de confiança mútua e promessas de enfrentar o desconhecido juntos.

— E que tal, irmos até a minha casa, daí você conhece pelo menos a minha irmã, meus pais, deixo para outro momento, preciso amadurecer a ideia na cabeça deles.

A garota sorriu como se faíscas tivessem dentro dela.

— Eu aceito, mas, até o momento não tive um pedido de namoro para ficar sendo apresentada para seus familiares. — Seu tom saiu malicioso e um pouco autoritário.

— E.. você tem toda razão. — Respondeu sem graça e imediatamente se ajoelhou para pedir sua mão. — E com todo respeito e carinho que então peço a mão desta linda donzela em namoro.

— Humm.. deixa eu ver se eu aceito. — Disse pensativa e se fazendo de difícil. Mas é claro que eu aceito, eu te amo com toda a minha alma.

— Eu também te amo com toda a minha alma e o meu ser. — Ele se levantou empolgado e deu um beijo caloroso , lento e profundo em Diana.

Após o emocionante diálogo, Victor e Diana decidiram caminhar até o castelo, que era o covil ancestral dos vampiros. O caminho era cercado por árvores antigas e majestosas, cujas sombras dançavam sob a luz da lua, criando um cenário misterioso e quase mágico. O jardim dos sussurros era como um labirinto de vegetação exuberante, onde o perfume das flores noturnas se misturava ao frescor da noite.

Victor conduzia Diana por entre as árvores, com passos firmes e confiantes, enquanto ela seguia, absorvida pela beleza e pela aura enigmática do lugar. Cada passo os levava mais fundo no jardim, até que avistaram uma majestosa construção que se erguia entre as árvores: o castelo dos vampiros.

O castelo era uma estrutura imponente, adornada por torres góticas e escadarias de pedra que se entrelaçavam na escuridão da noite. A fachada era decorada com detalhes intricados, revelando a riqueza de séculos de história e tradição dos vampiros.

À medida que se aproximavam, as portas do castelo se abriram lentamente, revelando um interior suntuoso e elegante. Antes de entrar, verificou se não havia ninguém no salão principal e então chamou Diana para entrar.

Uma luz tênue iluminava o salão principal, onde móveis antigos e tapeçarias decorativas emolduravam o ambiente.

Adentrando mais a fundo, Victor avistou Elara, que estava recostada em uma poltrona, folheando um livro antigo. Ela ergueu o olhar ao perceber a chegada dos dois, um sorriso caloroso surgindo em seu rosto pálido e encantador.

— Elara, esta é Diana. Diana, minha querida irmã, Elara — Victor fez a apresentação com um tom solene e orgulhoso.

Diana sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao encontrar o olhar penetrante de Elara. Seus olhos, de um azul profundo, pareciam analisar cada detalhe de sua essência, como se lessem segredos ocultos.

— É um prazer conhecê-la, Diana. Ouvi muito sobre você — disse Elara com uma voz suave e enigmática, estendendo a mão para cumprimentá-la.

Diana sentiu uma mistura de ansiedade e curiosidade ao apertar a mão delicada de Elara. Uma sensação estranha, quase como se houvesse um entendimento silencioso entre elas.

— O prazer é todo meu, Elara. É uma honra conhecer a irmã de Victor — respondeu Diana, tentando parecer confiante.

Victor observou a interação entre as duas, um sorriso tranquilo adornando seus lábios. Ele se sentia aliviado por finalmente apresentar Diana a parte de sua família, e mais ainda por sentir uma sutil conexão entre as duas mulheres.

— Maninho, sinto em informar, mas, vou indo resolver algumas coisas. Meu papel de vigia noturno se encerrou. — Se levantou da poltrona e os olhos de Victor encontram o da irmã demonstrando agradecimento. — E acho melhor levá-la ao seu quarto,antes que alguém os veja, a não ser que essa seja sua atenção.

Victor assentiu e convidou que Diana o acompanhasse.

A atmosfera no castelo dos vampiros era diferente do que Diana imaginara. Elara demonstrava uma calma serena e uma aura acolhedora, que contrastava com a imagem muitas vezes sombria que ela tinha dos vampiros.

E assim, sob a luz do luar que penetrava pelas janelas do castelo ancestral, Diana sentia-se parte de algo novo e inesperado. Era o início de uma jornada que prometia desvendar mistérios e desafiar expectativas.

Diana e Victor, perdidos em sua conversa e imersos na atmosfera do castelo, exploravam o corredor principal que levava até o quarto de Victor. A noite estava calma, e eles caminhavam despreocupados até ouvirem passos se aproximando rapidamente.

Victor reconheceu imediatamente o som característico dos passos de seu pai, Jared. Ele era conhecido por sua postura rigorosa e desconfiada em relação aos bruxos, uma vez que sua história com eles era marcada por desentendimentos e rixas antigas.

— Diana, rápido, precisamos sair daqui. Meu pai não pode nos encontrar juntos. Ele... ele não é muito simpático com bruxos. — Victor sussurrou, visivelmente nervoso.

Diana sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber a tensão na voz de Victor. Ela sabia dos atritos entre os vampiros e os bruxos e entendeu imediatamente a gravidade da situação.

Realidades Ligadas - O Despertar da Maldição V.1Onde histórias criam vida. Descubra agora