Sonhos de vida no pesadelo da morte - Parte I

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ATO I (Ózis)

"Este símbolo te lembrará da minha superioridade... HAHAHAHAHA!"

- Arf! Arf! - Sobressaltado, luto por cada fôlego. Minha respiração vindo em ondas curtas e erráticas, o ar gelado trespassa meus pulmões, causando uma sensação incômoda, quase dolorosa. - Onde... Onde estou? - Minhas palavras mal conseguem atravessar a barreira dos meus lábios trêmulos, a voz rouca e fraca. Sinto-me preso, uma pressão opressiva me envolvendo, como se estivesse à deriva entre o limiar da consciência e a sombra do esquecimento.

Desorientado, incapaz de me erguer, ou abrir os olhos, luto contra o pânico crescente, e canalizo todas as forças na simples tarefa de abrir os olhos.

Conseguindo entreabrir os olhos, tento desesperadamente reconhecer qualquer fragmento, embora enxergo tudo embaçado. Mas pouco a pouco, formas começam a se delinear. A luz é escassa, tornando difícil discernir minha localização. Uma corrente de ar frio e restrita beija minha pele, sugerindo que estou em um espaço confinado, talvez uma cela ou uma câmara subterrânea.

Com um esforço trêmulo, estendo a mão, cuja pele arrepia ao contato com uma superfície fria, dura, e estranhamente esfarelenta. É como se eu repousasse sobre um leito de pedra, mas um que se desfaz suavemente ao toque.

Subitamente, um rangido alto de uma porta se abrindo me faz estremecer. O som ecoa pelas paredes, ampliando meu medo e minha confusão.

- Quem está ai? - Pergunto, aguardando uma resposta que não vem. - Quem está aí? - Pergunto e outra vez: Silêncio. Nenhuma resposta vem, apenas o som da minha própria respiração acelerada. Insisto, a voz tremendo. - Eu sei que você está aí, consigo ver sua silhueta.

Um vulto se move na penumbra, apenas um borrão indistinto aos meus olhos debilitados.

- Se acalma - a voz, um sussurro sereno e misterioso, flutua até mim, acalmando o ambiente opressor.

- Quem é você? - Interrogo, com fraqueza, lutando contra o peso dos lábios, tencionados para se fechar.

- Ainda está muito fraco para ficar tagarelando comigo - responde a voz, agora mais próxima, enquanto algo é colocado gentilmente em minha boca. - Apenas descansa.

A resistência se esvai de mim, a exaustão invadindo cada músculo, cada fibra do meu ser. Uma luta interna se desenrola: a vontade de resistir contra o peso esmagador do cansaço.

- Eu não quero... - começo, mas minhas palavras se perdem em um murmúrio, enquanto a escuridão me abraça novamente em seu véu reconfortante e assustador.

ATO II

No véu da inconsciência, um grito distante ressoa, crescendo em volume e desespero. - Vamos! - Cada repetição traz consigo a sensação de passos apressados e respirações ofegantes, como se algo ou alguém estivesse se aproximando.

Aos poucos, através da neblina que embaça minha consciência, olhos esverdeados surgem do nada, brilhando intensamente, dispersando a escuridão. Sinto a areia grudada na minha pele, infiltrando-se entre os dedos dos pés. Acima de mim, o céu se abre, radiante e claro, trazendo consigo fragmentos de memórias esquecidas.

- Vamos logo! - A voz de Tanri irrompe enquanto ele luta para manter-se de pé, agarrando-se firmemente ao braço ferido, seu rosto contorcido em dor.

Zulfiqar hesita, seus olhos varrendo o horizonte, pensativo. - Zilevo e Lésnar foram ao resgate de Críngu. Precisamos dar tempo para eles voltarem; especialmente se estiverem feridos - sua voz é calma, mas seus olhos revelam sua preocupação crescente.

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⏰ Última atualização: Feb 01 ⏰

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