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Nervosismo
substantivo masculino
1. excesso de emotividade; excitação, enervamento, nervosidade.
2. estado de excitação psíquica, de agitação, irritabilidade; ansiedade, nervoso.

Era o que a Addams puramente sentia.

Tudo poderia dar errado se seus pais decidissem chegar mais cedo. Ou se mandassem Joel visitá-la por questões de companhia. Ou se algum vizinho perguntasse —o que era comum levando em consideração o quão conhecidos seus pais eram por ali. Tantas alternativas! Tantas que por um segundo ela se arrependeu da impulsividade. Porém, antes que pudesse de fato pegar o celular e cancelar o pedido, viu uma moto desconhecida parando na calçada logo à frente da sua casa. Um frio correu por toda sua espinha, as mãos estavam suadas e o restante do corpo gelado.

Tudo mudaria dali para frente, ela sabia disso.

Então, a pessoa desceu e tirou o capacete, revelando uma mulher que fez Wednesday perder o fôlego. A postura natural, tão diferente da sua, sempre perfeitamente ereta; A forma de se vestir, como se a opinião de mais ninguém importasse, se não a dela. Inclusive o All Star sujo, o qual achava genuinamente bonito mas não poderia usar porque os pais não deixaria fazendo alguma chantagem emocional. Ela ajeitava o cabelo loiro, quase platinado, enquanto se aproximava. E quando alcançou a luz da varanda, Wednesday pode perceber que seus olhos eram azuis, tão suaves, mas carregando intensidade quase perfurante.

Ela tinha uma certa noção de aparência, já que Yoko fez questão de informar, mas definitivamente não imaginava... aquilo.

— Wednesday Addams?

O coração errou as batidas assim que a voz doce, temperada com um leve sotaque britânico, pronunciou seu nome.

— Sou eu mesma. E você?

— Oh, eu vim entregar...

— A roupa, disso eu sei. Quero saber o seu nome.

— Enid Sinclair —Respondeu um tanto envergonhada.

— Enid sinclair —Repetiu, saboreando o nome— Para ser honesta, já ouvi esse nome em algum lugar.

— Onde estudou no ensino médio?

— Nancy Reagan, mas não acho que tenha sido de lá.

— Definitivamente não —Disse rindo. Era o colégio mais caro da região— Faz faculdade por aqui?

— Sim. Curso medicina.

— Bingo! Deve ter ouvido ou visto algo pelos corredores em algum momento. Costumava participar de um monte de atividades.

— Interessante. O que você cursou?

— Publicidade e propaganda, Marketing. Tenho um histórico por lá.

Wednesday arqueou as sobrancelhas, admirada. Enid aproveitou o silêncio e entregou a bolsa.

— Obrigada por aceitar vir tão tarde.

— Sem problemas! Espero que goste da peça e volte a comprar lá. Boa noite, Wednesday —Desejou e deu as costas.

— Boa noite —Respondeu, fechou a porta e foi direto para o quarto.

Seu corpo estava trêmulo, ainda gelado. Experimentando a roupa, com um leve sorriso nos lábios, ela pensava repetidas vezes no quanto havia dado certo. Depois de uns vinte minutos de encaradas no espelho, alcançando todos os ângulos possíveis, Wednesday começou a organizar um lugar para o esconder no closet. Não que fossem procurar, raramente entravam no seu quarto, e o espaço também não era pequeno, mas correr o mínimo risco de alguém achar já a fazia sentir embrulhos.

E por mencionar embrulhos, Enid sentia um parecido, já atravessando a porta de casa. Algo parecia errado com aquela menina. Certamente madura, mas também inocente; Assassina, mas tão frágil. Não sabia dizer ao certo o motivo das sensações conflitantes, mas estava curiosa.

Feito.

Foi o que enviou para Yoko, tentando por fim no assunto, o jogando para escanteio.

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Olá, seres. Estão achando os capítulos curtos demais? Era relativamente o objetivo por enquanto mas agora me deixou com um pouco de dúvida kkkkkk.

Definição no começo do capítulo via Oxford Languages.

O que acharam?

What was I made for? • WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora