𝑪𝑨𝑷Í𝑻𝑼𝑳𝑶 8: "O que há de errado comigo?"

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Era mais uma manhã ensolarada na propriedade dos Chagny. O café da manhã estava posto sobre a grande mesa da sala de jantar. Descendo a escadaria, estava o dono da casa, o Conde Raoul de Chagny.

Sempre bem vestido e com um sorriso calmo em seu rosto, ele ia à caminho da mesa. Ao sentar-se, pegou o jornal matinal e começou a ler, logo na capa, havia uma matéria que atraiu sua atenção.

"Uma nova voz de Anjo na Ópera Garnier!"

O Palais Garnier já foi palco de um dos maiores acontecimentos da vida de Raoul, e jamais ele esqueceria o que havia passado lá. Então, de repente, ouviu uma voz doce chamar seu nome.

— Raoul, querido. — era sua linda esposa, Christine. Ela descia as escadas sorridente ao lado de Gustave, seu filho.

— Bom dia, papai! — disse o menino correndo em direção ao pai.

— Bom dia, meu garoto! — Raoul abraçou o rapaz e beijou o topo de sua cabeça. Os olhos de Gustave, que eram da mesma cor dos de Raoul, reluziam pura alegria.
— Bom dia, meu amor. — o Conde beijou suavemente sua esposa.

A família Chagny sentou-se a mesa e começaram a tomar seu café da manhã. Gustave viu o jornal largado e sorrateiramente o pegou e começou a lê-lo. O menino estava entretido lendo as manchetes e a que falava sobre a Ópera atraiu sua atenção.

— Mamãe, papai, podemos visitar a Ópera hoje? É onde você se apresentava antigamente, não é mamãe?

— Oh, Gustave, realmente era este lugar. Mas acho que não poderemos ir à Ópera hoje...

— Ah, por favor, mamãe. — implorou o menino. — Todos os meus amigos já foram lá e disseram que é incrível!

— Christine, vamos? Muito tempo se passou querida, estará tudo bem.

— Está bem, iremos até a Ópera!
— Christine deu um suspiro animado.
— Sinto falta do lugar que uma vez foi meu lar.

Então, ali estavam os Chagny dentro de sua carruagem à caminho do Palais Garnier. Ao pararem em frente à Ópera, Christine engoliu em seco ao lembrar de todos os acontecimentos de cinco anos atrás. Ela sentiu um toque em sua mão e viu que seu marido a segurava com um olhar repleto de compaixão.

Gustave saltou da carruagem e suspirou encantado com o tamanho do lugar. Raoul trouxe a esposa para perto de si e assegurou de tudo estava no passado e não voltaria à atormentá-los novamente. Christine sorriu ao ver o lugar que viveu sua infância reconstruído e de volta em seus tempos de glória. O pequeno Chagny e seus pais observavam o lugar com grande entusiasmo, vendo as belas estátuas e candelabros iluminarem cada canto. Christine beijou os lábios de seu marido enquanto relembrava de quando passeavam pelo lugar.

— Christine!

— Meg! — as duas moças se uniram em um abraço apertado. — Como é bom vê-la, minha amiga!

— Oh, que bom que veio e trouxe sua linda família junto! — a loira cumprimentou Raoul e o jovem Gustave. — Venham, mamãe ficará feliz em vê-los.

Todos seguiram em rumo à sala de dança onde Madame Giry certamente estaria. Porém, mal sabiam eles que estavam sendo observados pela entidade das sombras. Erik estava com os olhos repletos de lágrimas, Christine estava ali, junto de sua família. Ela estava feliz, seu olhar dizia tudo o que sentia. Confortou o mascarado saber que apesar dá dor que sentiu ao vê-la partir trouxe una vida alegre para sua amada.

— Oh, Christine... — ela tinha um marido amoroso e um filho alegre como ela, e saber que ela estava bem bastava para Erik.

Ele voltou à seu covil subterrâneo e sentou-se em frente às teclas do órgão. Respirando fundo, ele tocou uma nota, e logo depois outra, até formar uma triste melodia. O homem estava afundando em sua música infeliz novamente, até que ouviu alguém cantar. Uma linda voz vinda de cima, era Claire. Para uma menina indefesa que mal sabia falar uma palavra sequer, ela havia mudado muito. Agora era uma mulher decida e muito falante. Cada palavra que saía de sua garganta causava euforia em quem a ouvisse. Sua voz tinha um toque sedutor, doce como o mel, ela havia se tornado tão bela, uma moça que atrai os olhares de todos para ela. Seus olhos azuis emanavam um feitiço, o qual ninguém conseguiria escapar, nem o mais forte dos homens. E Erik se sentia sobre esse feitiço.

— Não, o que estou pensando?! — ele parou de tocar, e ouviu uma suave nota ser cortada. — Espere.

O mascarado retomou à sua melodia, não era triste e sim apaixonante. Um sorriso tomou conta de seus lábios enquanto ele provava um pouco mais aquela nova música. Após algum tempo, o som do órgão cessou. Erik estava ofegante, como se alguém estivesse roubando o ar de seus pulmões. Sua testa suava por trás da máscara e seu coração batia desregulado.

O que há de errado comigo...?
— Erik levou uma mão ao peito e sentiu seu coração bater freneticamente.
— Nunca senti algo assim, é como se meu coração fosse explodir nesse instante.

Ele ouviu o miado de Ayesha, que estava caminhando ao redor dele. Pegando a felina nos braços, e encarando os olhos dela, Erik começou a comunicar-se com ela, falando o que sentia.

— Eu...Me sinto vivo outra vez. — o homem suspirou. — Ah, o que é que está havendo comigo?

Enquanto isso, na Ópera, Claire estava caminhando pelos corredores após passar um tempo cantando em seu camarim, coisa que ela fazia sem ao menos perceber desde que entrou para o coral das crianças da igreja da cidade do interior onde morava. Ela estava distraída relembrando os cenários que fantasiou algumas horas atrás. Claire tentava esquecê-los, mas eram tão prazerosos de imaginar.

Seu coração palpitava apenas de imaginar os lábios esculpidos de Erik beijando seus lábios, as mãos dele explorando suas curvas com delicadeza. Aquele menino maltratado e sonhador agora havia se tornado um homem misterioso e sedutor que estava mexendo com o coração da jovem Claire.


— Erik... — ela sussurrou, um sorriso espalhando por seus lábios rosados.
Meu Erik.

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Oi, espero que estejam gostando. Vim dar um pequeno aviso, Gustave é o filho de Raoul e Christine. Não irei igualar à "Love Never Dies" porque não sou muito fã dessa continuação. Bom, é isso, beijos! 💋

𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora