𝑪𝑨𝑷Í𝑻𝑼𝑳𝑶 11: Métodos de ensino

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Cerca de duas semanas passaram. Já  estavam preparando tudo para a estréia da Ópera, que contaria a história de Romeu e Julieta, fazendo parte de duas famílias rivais, a jovem Julieta se apaixona por Romeu e eles vivem um romance proibido.

Como era de se esperar, Claire recebeu o papel principal, o de Julieta. Os ensaios começaram e os artistas faziam o melhor de si, todos trabalhavam com vigor para que tudo saísse perfeitamente na noite da estreia. Após um longo dia, Claire voltou ao seu camarim e tomou um banho relaxante. Vestindo sua camisola, ela se sentou na cama e suspirou enquanto escovava seus cabelos. Então, uma voz preencheu cada canto do quarto.

- E então, minha estrela, como foi seu dia?

- Foi cansativo, passamos horas ensaiando, mas mesmo assim ainda tenho dificuldade numa ária.

- Eu farei de tudo para te ajudar. - então, a passagem do espelho foi aberta, e lá estava Erik. - Venha.

A mulher o seguiu pelos corredores até chegarem na gôndola, sentando-se no pequeno barco, Claire admirava seu amante secreto com um olhar apaixonado, percebendo isso, ele voltou seu olhar para jovem.

- O que houve?

- Nada. - Claire sorriu enquanto sentia aquele olhar flamejante sobre ela.

Chegando a morada de Erik, o homem se aproximou das teclas do órgão e pegou a partitura da Ópera. Claire ficou de pé ao lado enquanto mostrava onde ela tinha dificuldade. Erik começou a tocar e a voz da soprano acompanhava os sons melodiosos do órgão. Eles tentaram algumas vezes, mas ainda não estava bom. O mascarado se levantou e ficou de pé atrás da jovem, seus corpos colidindo delicadamente. A mão de Erik pousou sobre o abdômen de Claire, que estava corada.

— Cante. Vou lhe mostrar algo.

Sem hesitar, a moça começou a cantar e, na hora de maior dificuldade, Erik pressionou sua mão contra o abdômen da soprano, fazendo com que sua voz ficasse ainda mais forte. Impressionada, a mulher olhou para trás, encontrando os olhos âmbar do homem.

— Como fez isso?

— Aprendi há alguns anos que até mesmo a postura consegue mudar o tom de sua voz. Vá, tente de novo.

— Tudo bem. — ela começou a cantar, mas um suspiro prazeroso saiu do fundo de sua garganta.

— Concentre-se, Claire.

— Como vou me concentrar com você tão perto de mim?

— Tão perto assim? — ele trouxe o corpo dela mais próximo do seu.

— S-Sim...

— Cante. — suas mãos deslizaram pela cintura da moça.

Engolindo em seco, Claire começou a cantar com todo o foco que conseguia ter naquele momento. Podia ouvir os sussurros de Erik rentes em seu ouvido e aquilo estava prestes a deixá-la louca. Então finalmente, ela conseguiu acertar a nota. O homem sorriu com grande satisfação e beijou a bochecha da jovem.

— Muito bem, minha pequena estrela. Acho que meus novos métodos de ensino funcionam perfeitamente.

— Métodos de ensino? Erik, você é louco!
— ela riu.

— Talvez eu realmente seja. Você me faz ficar desse jeito, Claire. — sua voz penetrou a alma da Prima-Dona, como aquele homem conseguia fazer isso com ela?

— Oh, meu Deus...

As mãos de Erik brincavam com o laço do roupão que cobria a suave camisola da moça, seu coração pulsava intensamente por ela mais do que nunca. Claire tinha a respiração desregulada, seu rosto estava ruborizado e Erik pretendia deixá-la ainda mais daquela forma.

— Minha estrela. — ele atacou o pescoço da jovem com beijos.

— Ah, Erik...

— Beije-me.

Claire virou-se e selou seus lábios desesperadamente com os dele. Suas mãos subiam e desciam sobre o peito de rapaz enquanto cada vez mais eles se perdiam naquele beijo. Seus pulmões clamavam por ar, então se separaram.

— Eu te amo, Claire, nunca duvide do meu amor, pois ele é real.

— Eu também te amo, Erik, mais do que as palavras podem expressar. — um sorriso jocoso se formou em seus lábios. — Por um instante achei que fosse me levar para a cama contigo.

Nunca faria tal coisa!

— Ah, tem certeza? — ela olhou maliciosamente para o mascarado.

— Não me venha com esse olhar. — ele virou o rosto.

— Eu sei seu ponto fraco.

— Não, você não sabe!

— Cócegas! — porém, mesmo com as cócegas em sua barriga, Erik ficou imóvel.
— Você costumava rir quando eu fazia isso.

— Não sinto mais cócegas. — disse o mascarado ao cruzar os braços.

— Então acho que terei que achar um novo ponto fraco.

— Sossegue um pouco, sua pequena travessa. — ele sorriu.

O casal se abraçou e passaram um bom tempo juntos, conversando, cantando, brincando com Ayesha e trocando beijos. Já estava ficando tarde e Claire estava exausta. Erik decidiu levá-la para o camarim, o homem pegou a soprano nos braços e a carregou pelos corredores escuros. Chegando no quarto, ele a deixou em sua cama e deitou-se ao lado dela, era tão gratificante para Erik vê-la dormir.

O mascarado cantou suavemente:

" Você é minha nova inspiração
Para a música que vem da escuridão. "

Erik beijou os lábios da jovem e logo depois sua testa. Que lindo tesouro ele havia encontrado, sua pequena estrela guia havia vindo dos céus para encontrá-lo, e ele estava grato por isso.

— Eu te amo, minha estrela. Farei de tudo  para ser um homem digno de uma preciosidade como você. — ele disse antes de sumir pela passagem secreta do espelho.

𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora