𝑪𝑨𝑷Í𝑻𝑼𝑳𝑶 13: Alguém está a observar

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Era mais uma manhã agradável em Paris. Em cada canto da cidade apenas se falava da Ópera de ontem à noite, falando o quão espectacular ela foi. Claire abriu os olhos e encontrou os de Erik, que abriu um sorriso em seus lábios.

Ele estava sem sua máscara, e isso deixou a jovem feliz. Ela se aconchegou nos braços do homem e pôde ouvir o coração dele bater em compasso.

- Bom dia, minha estrela. - Erik beijou o topo da cabeça da moça.

- Bom dia, mon amour. - ela acariciou a bochecha do rapaz.

- Você dormiu bem?

- Sim, pois estava com você ao meu lado.
- aquelas palavras ecoaram suavemente pelo quarto.

- Está com fome? Comprei alguns pães.

- Oh, estou sim.

- Então, vamos comer. - com um beijo casto na mão da jovem, ele se levantou, seguido por Claire.

O casal desfrutava de sua refeição, Claire estava muito mais calma com Erik por perto, e isso o deixava feliz, pois sabia que se algo acontecesse, ele conseguiria confortá-la. Após terminarem de comer, Claire voltou para o camarim acompanhada por Ayesha, que a seguia como um guarda-costas. A soprano e a gata andavam pelos corredores lado a lado,até que a felina começou a miar enquanto encarava as sombras.

- O que houve, Ayesha? - perguntou a jovem. - Venha, não tem nada aí.

Mas a gata continuou a miar, Claire sentiu que havia alguém se escondendo ali e isso a deixou com calafrios, seria seu pai mais uma vez? A soprano pegou Ayesha em seus braços e seguiu adiante com passos rápidos, e de repente, sentiu uma mão em seu ombro. Um grito escapou de sua garganta, olhando para trás, viu que era apenas Madame Giry.

- Perdão por tê-la assustado, querida.

- Ah, Madame! Não precisa se desculpar.
- Claire suspirou aliviada.

- Que bela gatinha, qual o nome dela?

- Ayesha, achei ela na rua, agora eu e Erik estamos cuidadando dela. - a mulher acariciou o pelo da gata.

- Claire, querida, você e Erik...

- Sim, nós somos amantes. Madame Giry, eu o amo tanto! E ele também me ama!

- Estou tão feliz por vocês, afinal ele conseguiu achar alguém que o amasse.
- a senhora sorriu e secou uma lágrima que rolava por sua bochecha. - Se ele a decepcionar, fale comigo! Não o deixarei perder uma luz que apareceu na vida dele.

- Ah! Ah! Eu falarei, Madame. Até mais tarde.

- Até mais tarde, querida! - Madame Giry acenou e foi em direção à sala de dança.

Claire continuou a caminhar com Ayeshano colo, mas aquela sensação de estar sendo vigiada por algo ou alguém a torturava. Sua única vontade era correr até o covil de Erik e sair de lá apenas com seu amado caminhando ao seu lado, mas ele não podia, poderia ser pego pela polícia como quase aconteceu há um tempo atrás. Então ela deveria ser forte e chegar até o terraço.

Após alguns minutos caminhando, que mais pareceram uma eternidade, Claire chegou ao seu destino. Ela sentou-se abaixo de uma das imponentes estátuas que ficavam pelo telhado. Ayesha se sentou e ficou observando o movimento das pessoas andando nas ruas. Claire ainda tinha a memória da noite passada, seu pai, não, aquele monstro segurava seu pescoço e estava pronto para matá-la. Ela sabia que ele a odiava, mas não ao ponto de querer matar a própria filha, ele havia ficado totalmente louco. Afastando os pensamentos ruins, a jovem esforçou-se para pensar em coisas boas. Oh, que coisas melhores para pensar do que sua grande alegria na apresentação, foi grandiosa!

E como não pensar em seu amado Erik, que tinha seu olhar penetrante focado apenas nela. Tudo naquele homem mascarado fazia Claire suspirar, ele era tão lindo, amoroso, engraçado, como o mais belo sonho que já veio a mente de qualquer pessoa. Erik era incrível, mas apenas faltava ele mesmo perceber isso.

- O que tanto pensa, minha estrela?
- aquela voz fez com que arrepios se espelhassem pelo corpo da soprano.

- Erik, mon amour. - um sorriso dócil se instalou em seus lábios. - Que bom que está aqui.

- Devo admitir que senti sua falta, ficar sozinho lá embaixo enquato você está aqui em cima me faz ficar entediado.

- Fique comigo então. Eu e Ayesha não iremos nos importar se recebermos mais uma companhia, não é, Ayesha? - a gata miou.

- Bom - Erik se sentou ao lado de sua amada. - O que temos de interessante para assistir?

- Parisienses vivendo suas vidas pacatas.
- ela olhou para um homem e uma mulher que estavam em um encontro, o rapaz entregou um buquê de tulipas violetas para a moça, que o beijou em agradecimento. - Que fofos.

- Oh, sim, sim. Aquela mulher parece gostar de tulipas, de que flores gosta, Claire?

- Hm, uma pergunta complicada. Gosto de orquídeas, mas sinceramente, minhas favoritas são rosas, vermelhas ou brancas.

- Eu também gosto de rosas. - o mascarado trouxe a moça para seu colo e sussurrou: - E talvez eu tenha algo para você.

E ele revelou uma linda rosa vermelha, com uma fita de cetim preta amarrada cuidadosamente no caule. Suspirou surpresa e pegou a flor, a levando para perdi de seu nariz. Enquanto inalava a fragrância da rosa, seus lábios tocavam delicadamente as pétalas avermelhadas.

- É linda, obrigada!

- Ainda receberá milhares dessas, meu amor.

- Como você é romântico. - ela riu.

- Você não tem a noção de quanto posso ser romântico. - suas mãos descansaram sobre a cintura da moça.

- Erik.

- O que houve, minha estrela?

- Você estava me espiando enquanto eu vinha para cá?

- Não. - ele estava falando a verdade.
- Por que a pergunta? Você sentiu-se observada?

- Sim...Estou com medo, Erik. Talvez poderia ser meu pai ou-

- Não se preocupe, eu já disse que vou te proteger. Ninguém vai fazer mal à você, nunca mais. - o homem a abraçou, depositando um beijo na testa da jovem.
- Eu te amo.

- Eu também te amo.

E eles continuaram no terraço por um bom tempo, observando as pessoas transitarem pelas ruas, os pássaros a voarem e o céu com suas nuvens brancas. A brisa leve batiam em seus rostos enquanto desfrutavam um momento de paz e tranquilidade juntos. Mas o desconhecido está à espreita, a observar e escutar.

𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora