𝑪𝑨𝑷Í𝑻𝑼𝑳𝑶 18: "Feliz Aniversário, Erik!"

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Alguns meses passaram, tudo estava na maior normalidade por Paris. Erik não podia estar mais feliz com Claire ao seu lado. Ela fazia com que seus dias fossem mais alegres e cheios de cor.

Hoje, era uma linda noite de lua cheia em pleno sábado, e todos os funcionários da Ópera foram para suas casas. Não havia uma alma sequer no teatro, a não ser o casal misterioso. Claire estava em seu camarim escolhendo o que iria vestir. Vasculhava seu guarda-roupa com rapidez, mas não encontrava nada. Até que enfim, achou exatamente o que queria. Um belo vestido branco que pertencia à sua mãe, dado de presente para Claire por Camilla. Muito ansiosa, a moça se vestiu e olhou-se no espelho, estava ótimo. Pegando uma capa de veludo vermelho e um par de luvas de couro, ela correu em direção à passagem do espelho e a abriu, adentrando nos corredoresque antes, eram mergulhados nas sombras, mas agora eram iluminados e nada assustadores. Depois de alguns minutos andando, finalmente chegou até o covil subterrâneo de seu amado. Ele estava sentado em frente ao órgão, seus dedos hábeis dedilhavam as teclas com precisão e logo depois, sua voz preencheu o ambiente, fazendo com que Claire fechasse os olhos e sentisse a música a rodear. Ayesha estava deitada em sua pequena cama com os olhos semiabertos, lutando contra o sono.

" Abre os teus umbrais e as secretas espirais!
Fantasias transbordando o coração
Com a música que vem da escuridão.

Deixa o som te levar a um mundo novo e teu
Onde nada é igual o que passou
Deixa a alma inventar esse jardim!
Onde então, pertencerás a mim. " ele olhou para trás e viu a moça imóvel o admirando,  um sorriso genuíno se espalhou em seus lábios enquanto voltava sua atenção às teclas.

" Leve, solta, estás embriagada
Toca, sente, eis nova estrada
Deixa-te levar pela sombra em teu olhar!
Ao poder da minha cálida canção
A música que vem da escuridão! " o mascarado levantou-se e caminhou em direção à soprano, abraçando sua cintura e juntando suas testas.

" Tu és a minha inspiração
Música que vem da escuridão. " e com um suave movimento, eles uniram seus lábios em um beijo repleto de sentimentos.

— Eu te amo, minha musa. — os olhos âmbar do homem cintilavam enquanto exploravam cada parte da mulher. — Está tão bem vestida, o que houve?

— Você sabe que dia é hoje, certo?

— Sim, é oito de Dezembro.

— E o que tem neste dia? — ela cruzou os braços.

— É dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da França.

— Realmente, e o que mais é celebrado hoje, dia 8 de Dezembro? — era perceptível a ansiedade em sua voz.

— Ah...O dia em que eu nasci.

— Por que está tão indiferente com isso? É seu aniversário, Erik!

— Bem, eu não sei como você quer que eu me sinta a respeito disso. — o rapaz franziu a testa.

— Mas você irá saber, tenho uma surpresa pra você.

— O que é?

— Se eu contasse não seria surpresa! Apenas me siga.

Então, o casal estava pronto para sair do covil, dando uma última olhada para trás viram que Ayesha dormia profundamente. Eles caminharam pelos corredores escuros e desertos de Garnier e cada vez mais a curiosidade de Erik aumentava. Quando percebeu, havia chegado no terraço. O que Claire desejava fazer ali?

— Feche os olhos e abra quando eu permitir. — ela indagou com confiança.

— Como quiser. — ele fechou os olhos.

A mão da moça envolveu a sua e ela começou a guiá-lo. Alguns segundos depois, parou e a doce voz da mulher era o único som audível: " Abra os olhos. "
Ao abri-los, Erik ficou incrédulo. Havia diversas velas cuja as chamas dançavam com a brisa. Pétalas de rosas trilhavam um caminho no chão, que levava até um pano estendido no chão onde repousava uma cesta de palha onde tinham pães e vinho.

— Feliz aniversário, Erik! — disse a jovem com um sorriso nos lábios. — Você gostou?

— Claro que sim! É perfeito, muito obrigado! — o mascarado a abraçou e beijou cada parte de seu rosto com paixão.
— Você é incrível, Claire, a mulher mais maravilhosa que já conheci.

— Muito obrigada, e você é o homem mais incrível que já tive o privilégio de conhecer. Agora, que tal comermos e tomarmos um vinho?

Os dois sentarem-se e começaram a conversar. As horas passaram voando enquanto ambos bebiam e compartilhavam risadas e brincadeiras. Erik nunca se sentiu tão amado por alguém, e ele tinha certeza que aquele amor iria transcender o tempo e as dificuldades. Claire apareceu e mudou sua vida como fez na infância, dando cores e felicidade aonde quer que ia. Agora Erik sabia que nunca mais iria ser livre do calor daquela mulher, e ele estava imensamente grato por isso. Ela trouxe um mundo novo, um que ele jamais poderia sair. Os desafios do amor tiraram toda a sua paz, e embora ele tentasse se enganar e se iludir, com o tempo, não era mais capaz. E neste momento, lá estava o temido Fantasma da Ópera, com Claire, a soprano que havia reascendido a luz em sua vida, em seus braços sob a luz do luar.

— Este foi o primeiro e melhor aniversário de toda a minha vida.

— Mas ele ainda não chegou ao fim, ainda são onze horas da noite, e eu ainda não lhe dei meu presente.

— Não é necessário, tudo o isso o que fez para mim é um presente muito significativo e jamais irei esquecer.

— Oh, mas o presente quero quero dar-lhe é muito significativo... — ela deu uma piscadela maliciosa.

— Ah, sua pequena travessa...Deveria envergonhar-se por estar flertando comigo assim. Há de receber uma lição.

Em questão de minutos, o casal já se encontrava no covil. A cama de Erik era o palco para a dança sensual que eles compartilhavam. As pernas da moça envolviam a cintura do homem, que a abraçava contra si enquanto aumentava a intensidade de seus movimentos. Cada vez mais os doces sons que saíam do fundo da garganta de Claire ficavam mais altos, incentivando Erik a continuar. Então, atingiram o limite de sua paixão. Eles juntaram suas testas, úmidas pelo suor. Por um momento, apenas encaram os olhos um do outro, vendo o reflexo do amor que sentiam.

— Eu te amo. — disse Erik ainda ofegante.

— Eu também te amo. — a mulher repousou sua cabeça sobre o peito do mascarado. — Agora já é madrugada...

— É, e devemos dormir. Você deve estar tão exausta quanto eu. — o casal deitou-se na cama e se cobriram com os lençóis.

— Gostou de seu presente de aniversário?

Adorei. — ele riu. — Apenas receberei este presente no meu próximo aniversário ou ganharei em outras datas também?

— Não gostaria de deixá-lo ansioso com seus futuros presentes.

— Você já me deixa ansioso por eles até mesmo sem falar. — ele uniram seus lábios com os dela, deixando um beijo carinhoso. — Bons sonhos, minha estrela.

𝑵𝑬𝑽𝑬𝑹𝑴𝑶𝑹𝑬 - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora